Belive Jjk+Pjm

G

Quando chegamos no lago, esperamos a água diminuir a correnteza para começarmos a pescar. Por muitos anos, achei que nunca veria uma paisagem bela como esta, pois jamais imaginei cair em uma ilha paradisíaca por engano. As árvores verdes moldavam os morros e a volta do lago, até a extensão da praia. O piar dos pássaros era tão melódico e puro de se ouvir, assim como o som que saia da boca dos cervos, que era macabro e celestial em contrapartida.

Jimin estava usando uma tanga, que Namjoon tinha nos ensinado a fazer. Seu tronco estava nu, e ele não usava mais sapatos. Eu também só usava uma tanga, deixando meu corpo seminu e minhas tatuagens a mostra.

– Jimin, acho que devemos tentar pegar algum peixe agora - Caminhei para perto dele, que estava agachado na beira do lago, observando a movimentação da água. A correnteza levava a água a bater nas pedras lisas em sua beira, molhando a terra que ficava por cima da margem.

– Eu creio que devemos esperar mais... - Jimin arregalou os olhos, se levantando para agarrar meus braços e dar um forte aperto neles. - Um salmão, Jungkook! Um salmão! - Ele pulou algumas vezes, sendo descuidado, escorregou em uma pedra de base lisa e caiu dentro do lago. Ficou sentado na água, já que estávamos na parte rasa do corgo que ligava a água do lago ao mar. Sua cara era plena, e ele não pareceu pensar em mais nada que pudesse o estressar. - Não fale comigo, por favor - Se levantou e caminhou em direção à uma das árvores que residiam ali.

– Sabe, meu amigo sempre me diz que devemos ter paciência e aprender com nossos erros. A vitória é conquistada e não vem fácil. - Caminhei para perto dele, me abaixando até estar em sua altura. Apoiei minhas mãos em seus joelhos, sorrindo para ele. - Mas depois de tanto esforço, o mérito é todo seu.

– Ah, como seu amigo se chama? Ele merece um prêmio por ser tão bom em retórica. - Ele sorriu sarcástico, mostrando apenas os dentes de cima.

– Min Yoongi. Agradeça-o depois.

– Como disse? - Ele paralisou com minha fala, aproximando sua face da minha. Consegui sentir sua respiração pesada contra minha boca, mostrando que tinha ficado espantado com oque eu disse.

– Disse pra você agradecê-lo depois. - Respondi óbvio.

– Seu amigo se chama Min Yoongi? - Acenei em concordância. - Ele é consideravelmente mais velho que você? - Acenei novamente. Sobre o que estávamos falando? - Ele é pálido e tem cabelos negros como ônix?

– Sim, Jimin, onde você está querendo chegar? Quer a certidão de nascimento dele ou algo assim? - Ri, mas logo voltei a minha expressão confusa ao ver que ele estava chorando horrores. - Ei, oque aconteceu?

– Min Yoongi é o nome do meu irmão. Aquele que "morreu" em um acidente de carro, lembra? Eu te contei. - Sentei-me e o trouxe para o meu colo, deixando que ele afundasse as mágoas na curvatura do meu pescoço. - Se seu amigo é mesmo quem eu estou pensando, então meu irmão está vivo.

– Jimin, não pode ser apenas coincidência? - Afastei seu rosto do meu pescoço, olhando seriamente para o fundo de seus olhos. - Quer dizer, pessoas com o mesmo nome vagam por aí todos os dias.

– Isso não pode ser coincidência, Jungkook - Sorriu esperançoso, me abraçando cada vez mais forte. - Eu desejo que não seja. Assim como não foi coincidência nos encontrarmos e nos apaixonarmos.

Olhei estático para ele, esperando que ele percebesse o efeito que sua fala tinha surtido em mim, pois ele tinha acabado de confirmar que estava apaixonado por mim. Eu tinha aceitado esse fato, mas não tinha escutado diretamente da sua boca, e o impacto foi tão distinto de antes...

Sorri apaixonado e então, uma lágrima escorreu pela minha bochecha. Eu nunca tinha chorado de emoção antes, porra...
Chegava a ser frustrante o tanto de sorrisos que ele me arrancava por apenas olhá-lo.

– Jimin - Ele direcionou o olhar para o fundo dos meus mirantes, firmando suas mãos em meu peitoral. - Eu sou extremamente apaixonado por você e, se por algum presente afortunado do destino meu amigo ser mesmo o seu irmão, nós vamos encontrá-lo e tirar tudo a limpo. Eu prometo.

– Você está me prometendo tantas coisas...

– Também prometo nunca mais te beijar e fugir por insegurança, eu vou ficar, a não ser que você me peça para ir embora. - Selei seus lábios incontáveis vezes, ouvindo seu riso gostoso ao dar batucadas com meus lábios em sua maçã do rosto.

– Eu não vou querer que você vá. - Falou em meio aos risos, prendendo meu rosto com a palma da mão para que findasse os selares. Nos olhamos atentos, quando um barulho de rebuliço na água se fez presente. Uma amora tinha caído da árvore para dentro do corgo, fazendo assim, os peixes caírem matando em cima dela. Jimin me olhou estático e pediu para que eu fizesse silêncio. Ele caminhou até a beira do corgo, carregando a lança em mãos. Em um pulo, ele foi para dentro da água e lançou nossa arma em direção ao meio dos peixes.

Foi deveras divertido ver sua empolgação e pavor, ao tempo em que os peixes passavam entre suas canelas. Talvez a pele escamosa o desse arrepios.

– Conseguiu alguma coisa? - Perguntei ansioso, podendo ver ele tirar a lança de dentro da água, tendo dois salmões fincados em sua ponta. Me mostrou os peixes na lança, sorrindo alegre e fazendo uma pose exibida.

– Dois peixes com uma lançada só. - Veio para fora, trazendo os animais com cuidado extremo para que não caíssem na correnteza e serem levados embora. Um vento frio passou por nós, visto que o pôr do sol já tinha se dado início. A noite aqui em Guarma era gelada, o vento das tempestades levava tudo embora e, meu medo era nosso abrigo se desmanchar com ele. A pele do loiro arrepiou e, logo ele veio para perto de mim, em busca de se aquecer em meus braços.

– Vamos voltar para o abrigo e preparar uma fogueira. - Abracei seu tronco, aninhando-o entre meu peito.

– Vamos, sim. - Caminhou na minha frente, correndo como quando tinha vindo. Ele era uma figura. Eu sabia que aquela pose de chefe marrento não passava de lorota. Ele é apenas um neném!

[...]

– Jimin, eu já te disse que a fogueira ficaria melhor dentro do abrigo... - Montei a pilha de lenha sobre o chão do abrigo pela milésima vez.

– Nós vamos morrer com a fumaça dessa  merda - Ele pegou os gravetos e levou para fora novamente.

– Vamos morrer é com a picada dos mosquitos e o frio que vai fazer ali dentro se não tiver uma fogueira. - Coloquei minhas mãos sobre a cintura, cansando de tentar insistir. - Eu assisti Largados e Pelados por muitos anos, Jimin. Tudo que eu falo é por experiência.

– Então nós vamos deixar lá dentro, mas se eu der uma tossidinha a noite, vou fazer você comer as cinzas desta fogueira pela manhã. - Apontou o dedo em minha direção e levou a lenha para dentro novamente. Ele quer discutir com um profissional, já estava me dando nos nervos. Sua barriga roncou mais uma vez, fazendo-me ter mais incentivo para acender logo o fogo. Girei um galho sobre o outro, esperando que uma faísca saísse do atrito que eu estava causando. Logo uma faísca caiu sobre a palha seca que estava por cima da lenha, espalhando o fogo por todos os galhos. - Deu certo! Você é um gênio, parabéns - Me abraçou por trás, logo indo buscar os peixes que pescamos mais cedo para assar. Limpamos devidamente nosso alimento, espetando a carne de pesca em um galho e pondo sobre o fogo. O cheiro estava me dando água na boca, só de imaginar a carne macia do peixe em minha língua, mesmo que sem tempero.

– Hoje a noite lua está tão linda... - Olhei em direção a grande meia-lua branca que brilhava no céu. O satélite natural, mesmo não tendo luz própria, era de uma beleza fenomenal.

– As estrelas também. - Olhou para a mesma direção que eu, acabando por encostar suas mãos nas minhas sem querer. Nossos olhares se fisgaram, e ficamos vidrados um no outro.  Logo ele sorriu suave e mordeu o lábio inferior, entrelaçando seus dedos nos meus. Seus olhos estavam como a lua, parecendo um sorriso gordinho e fofo.

Com a sensação de que amanhã teríamos uma boa notícia, comemos e dormimos tranquilos, esperando o amanhã chegar.

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Espero que tenham tido uma boa leitura guys, bye 🤟💕🙌