Cocoricó

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— Vamos lá, nem está tão ruim assim meu cabelo.— Sakura disse enquanto passa o pente nos fios que mais parece um ninho de urubu, o pente se enrolou criando um nó tão enorme que ela sentiu o braço dolorido de tanto puxar e sem sucesso tentar tirar o pente do cabelo.— Que saco! 

  Olhando para os lados ela caminhou pelo quarto em busca de uma tesoura, iria ter que fazer o sacrifício de cortar essa parte do cabelo, já que infelizmente o pente não saiu.

 Abrindo a mala dela, e jogando roupas, sapatos, calcinhas pelos ares, Sakura abriu a bolsinha extra que leva sempre com ela. Vendo  absorventes, maquiagem, um barbeador vênus, o pênis minúsculo de borracha, uma bolinha antiestress que ela iria optar por usar e uma tesoura de cortar unha. Bufando ela revirou os olhos, coçando a bunda de nervoso.

Como vai sai para o café da manhã com o cabelo duro como palha, tinta rosa desbotada e pior...  o pente como se fosse uma espada cravada em sua cabeça. A cara com olheiras, a sobrancelha pra fazer, usando seu pijama de unicórnio e pantufas da Barbie. Céus, sua vida tá uma merda.

 O galo cantou a milésima vez e ela irritada xingando até os ventos marchou até a janela, abriu a mesma sentindo o frio da manhã entra e bater em seu rosto, sério, ela jurou sentir uma mão invisível batendo na cara dela logo cedo.

 Em seguida buscou com o olhar o maldito galo , erguendo a cabeça e girando como o exorcista no ângulo que daria torcicolo depois, o animal irritante estava logo acima do telhado, Sakura espantou com a mão. O galo voou, caindo no gramado da frente, ciscando o animal continuou a cantar, Sakura bufou soltando ar quente pelo nariz e fogo pelos olhos, tirou uma dasa pantufas e jogou na direção do galo.

— Ei, ei deixa o Zé ramalho em paz.— Disse Sasuke fuzilando ela, ele está com um balde de leite de vaca quentinho e fresco que tirou a minutos atrás usando sua calça jeans rasgada e camisa xadrez. Sakura revirou os olhos e iria xingar quando ele apontou para seu cabelo.— O que aconteceu com seu cabelo? Parece ninho de cobra.

 Sakura sentiu os olhos cheios de lágrimas pelo ódio e fechou a janela com toda força.
Sasuke riu balançando a cabeça.

— Essa aí não bate bem da cabeça não. — disse olhando para o galo que respondeu com um cocoricó.

 Buzinas e trombetas foram soadas, Mikoto cristã quase desviada da igreja, saiu desesperada para fora da casa, se jogou no chão de joelhos com os braços erguido e olhando o céu.

— Xesusss Cristin, me perdoa pelos pecados, não volta agora não ainda sou jovem demais para o arrebatamento...

 Fugaku depois de arrotar e da uns três tapas na barriga de cerveja olhou a esposa sem entender o alvoroço da mulher. Em seguida viu mais sons de trombetas.

— Eu disse Fugaku, esse ano ia acontecer o apocalipse.

— Pois esse tal de apocalipse tá mais pra uma caravana de carroça, com uma cabeça ruiva voando no vento.

 Mikoto olhou para a direção que Fugaku apontava. Sasuke e Itachi também estão esperando olhando a cena, a carroça vem devagar, como um desfile do Sete de Setembro. O burro que leva a carroça tá mais pra lá, que pra cá, cai mas não cai. Suigetsu está com uma trombeta soando e gritando.

— Chegou encomenda pro cês. 

— Que encomenda Zé. Ninguém aqui comprou nada. — disse Fugaku. 

 A ruiva que está na carroça de carona está acenando como se fosse a rainha Elizabeth em sua caminhada matinal, usando um par de couro  e óculos escuro, em uma das mãos uma garrafa de água mineral.

— Aqui é a parada moça. —Ele disse quando fez o pobre burro parar a caminhada.

— Obrigadaaaa.— ela cantou animada e levantou ainda encima da carroça e olhando em volta. Suigetsu ajudou a jovem ruiva descer da carroça.

O Caipira (Sasusaku)Onde histórias criam vida. Descubra agora