Saudades

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Autora POV*

Smiley pegou fôlego e segurou a maçaneta da salinha com força por tamanho nervosismo, estava nervoso seu sangue parecia queimar dentro de suas veias.

Ansiosamente esperando sentir novamente as mãos do Haitani sobre seu corpo. E assim, tomando um pouco de coragem e respirando fundo, ele abriu a porta entrando lentamente.

Assim que fechou a porta mal teve tempo de se virar e acabou por desviar de um tiro e olhou irritado para a direção de onde veio o disparo, mais assim que reconheceu a pessoa que estava naquela pequena e fria salinha seu coração se acalmou

Era Ran ali, o encarando assustado. Seu rosto denunciava a falta de sono e o cheiro de cigarro era mais forte que o esperado.

' Quantos dessa porcaria ele fumou?'

- É assim que trata as pessoas com quem transa?

Nahoya brinca indo na direção do mesmo que ainda parecia não acreditar que o mesmo realmente estava ali.

Então Smiley se aproximou, devagar, sabia que o maior ainda estava em choque, ele mesmo estava disfarçando seu nervosismo para não demonstrar que estava morrendo de saudades daquele idiota gostoso. 

Seus braços envolveram o corpo do mesmo como um cobra que envolve e qubra todos os ossos de sua presa antes de devorá-la inteira.

Suas mãos rápidas e sutis acariciaram os lábios finos e macios do mesmo, e quando Ran menos percebeu seu cigarro não estava mais em sua boca e sim na do Kawata.

Esse que abriu levemente seus olhos com aquele mesmo sorriso provocador de sempre. Era realmente ele! Smiley estava realmente em sua frente.

Ran o puxou pela cintura e o abraçou fortemente, para ter certeza de que o mesmo nunca iria sair de seus braços ou sumir de sua vista, Smiley não deixou de sorrir grande com aquilo, não esperava recepção melhor que aquela.

- Pronto bebezão, passou, eu estou aqui.

Ele sussurra no ouvido do mais confortando o mesmo enquanto devolvia o abraço sentindo seu coração se confortar com aquele contato.

- Eu não vou mais sumir~

 Ele tranquiliza o mais velho, mais não sabia se estava dizendo isso para o Haitani ou para si mesmo. Não queria pensar nisso agora, estavam em um momento bom, pensamentos ruins não iriam quebrar o clima.

Assim que o mais alto rompeu o abraço segurou firmemente a cintura do Kawata e levantou seu rosto delicadamente, tal delicadeza essa nunca usada antes entre eles.

Era tudo muito novo mais ambos pareciam saber exatamente o que fazer. Talvez aquele momento já tenha passado pela cabeça deles. Quem sabe?

Ou talvez aquilo tenha sido o que ambos queriam fazer desde o início, por isso estavam tão familiarizados com esse novo toque, esse novo olhar, essas novas batidas que seus corações davam juntos, no mesmo compasso.

Seus rostos se aproximavam calmamente, com se tivessem todo o tempo do mundo, como se o prazo para recuperarem os diamantes negros tivesse parado no tempo.

Como se o desgraçado que havia sequestrado Smiley não fosse suspeitar da demora. Nahoya queria acreditar naquilo mais do que tudo.

O tempo havia parado para eles, e agora não existia um ladrão de diamantes a solta, não existia um sequestrador impune, não havia nada em além deles, não havia nada além da vontade de se beijarem.

Ran cuidadosamente tirou o cigarro da boca de Nahoya, que o encara com os olhos brilhando, queimando com o mais puro desejo do que aconteceria depois.

Ambos foram se aproximando, cada vez mais perto do que tanto queriam, as respirações se mesclavam pela proximidade.

Era nítido a química que eles tinham. Era óbvio os desejos não ditos. Eles não precisavam daquilo.

E quando estavam quase, a porta se abriu bruscamente fazendo ambos se afastarem rapidamente pelo susto.

PORRA, MAIS JUSTO NAQUELE MOMENTO?!


Um Amor  DuvidosoOnde histórias criam vida. Descubra agora