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𝔸𝕣𝕪𝕒

Cá estava eu, em mais um dia normal de aula.
Eu estava um pouco assustada ultimamente, haviam notícias de que alguns meninos estavam desaparecidos.

Mas eu não havia visto mais informações, apenas que estavam desaparecidos.
E eu estava receosa.

Penteei o cabelo, escovei os dentes, troquei de roupa e calcei meus tênis.

- Tchau, mãe. 'To indo 'pra aula.
- Não volta tarde. Não quero você passeando em sorveteria com seus amigos.
- Está bem. -Resmunguei.

As vezes, Finney me convida para irmos a sorveteria ou apenas ficamos conversando em praças.
Eu sinto um tédio imenso em casa, não tenho nada para fazer e nem ninguém para conversar, direito.

- Oi! -Sorri para Finney, Robin e Gwen. Eles passam por minha casa no caminho da escola, e geralmente me esperam.

Acredito que Robin não goste muito de mim, geralmente não trocamos muitas palavras.
Ele se mostra impaciente por Finney o fazer me esperar.
E, sendo sincera, me sinto um pouco intimidada perto dele.

As vezes me sinto mal, porque já tentei diversas vezes puxar assunto. Mas ele realmente não parece ir com a minha cara.

O caminho para a escola costuma ser meio quieto. Troco algumas palavras com Finney, e Arellano troca poucas palavras com ele, e raramente alguma comigo.
Ao menos, quando eu estou perto. Gwen conversa bastante com todos nós.

- Poderíamos ir na mesma sorveteria que fomos ontem, não é? -Finney perguntou.
- Pode ser. -Robin deu de ombros.
- Ah, eu não vou poder... Minha mãe me xingou por chegar tarde em casa. E ela anda meio preocupada, sabe? Com os garotos que andam desaparecendo.

- Não acho que tentariam sequestrar um quarteto inteiro. -Robin zombou.
- Mesmo assim. Ela anda preocupada... Eu não vou, dessa vez.

Passamos por Moose, que me encarou. Apenas suspirei, seguindo caminho.
- Foi impressão minha ou o Moose te encarou? -Gwen perguntou.

- Ah... Esse idiota está irritado comigo.
- Por quê?
- Ele perguntou se eu gostaria de sair com ele, mas eu sinceramente tenho nojo dele. E eu disse que não quería, e ele continuou insistindo. E eu disse que não, e falei que ele era um idiota e apenas passava vergonha bancando o valentão com todo mundo. Agora ele está muito puto.
- Que azar o seu...

Entramos em nossas salas de aula. Eu era da mesma sala que Robin, e Finney estava na mesma que Moose.
Sorte minha não estar na mesma sala que aquele imbecíl.

Gwen é mais nova, então não está na mesma série que nós.
Me sentei em minha mesa, já com sono.

(...)

Quando o sinal para o intervalo tocou, apressei meus passos para ficar perto de Finn.
Ele provavelmente não conseguiria me ajudar se Moose quisesse encrencas, mas eu não quero ficar sozinha.

Mas a minha alegria não durou muito, Moose parou em minha frente.
- Podemos conversar? -Ele perguntou, irritado.
- Não, não podemos. -Ele me parou de novo quando comecei a andar.
- É, mas vamos.

- O que você quer, hein? Eu já disse que não quero sair com você.
- Não gostar de mim não é motivo para recusar o convite.
- É, sim. Eu não vou com a sua cara e não sou obrigada a aceitar porra de convite nenhum.

Voltei a andar, mas ele puxou meu braço. Empurrei sua mão, o olhando irritada.
- Se você encostar em mim de novo, eu vou falar ao diretor tudo o que você faz. Que você bate nos garotos que são menores que você, que você intimida as garotas, ofende com certos apelidos...

Robin estava saindo da sala e parou ao nosso lado, observando.

- Conte, sua puta. Vamos ver se os garotos vão confirmar isso...
- Os garotos, talvez, não. Mas as garotas... Acha que não vão confirmar? Você vai fazer o quê? Me bater? Bater nelas?

- 'Ta tudo bem por aqui? -Robin perguntou. Moose me encarou com raiva.

- Ah, que bom. Eu precisava falar com você. Me passa as anotações de ciências? -Perguntei a Robin, puxando seu braço para caminhar junto comigo.
- O Quê?
- As anotações... Eu preciso das anotações.

Nos afastamos de Moose. E assim que viramos o corredor, soltei seu braço.
- Foi mal... -Falei.
- Tranquilo. Por quê ele estava pegando no seu pé?

- Você sabe... Aquilo que eu falei antes da aula começar. Ele quería insistir de novo... Tenho medo dele.
- Você não deveria deixar ele te chamar de "puta".
- Mas o quê eu posso fazer? Bater nele? É muito maior do que eu.

- Você estava falando sobre o denunciar ao diretor. Devia fazer isso.
- Eu falei porque estava irritada. Estava tentando o fazer sair do meu pé, parar de me incomodar. Mas se eu disser isso, ele vai atrás de todos os garotos, para que neguem isso. E não sei o quê ele sería capaz de fazer com as meninas... Principalmente comigo, se eu o desafiar.

- Bem... Se ele encostar um dedo em vocês, isso vai ser grave. Os garotos não falam ao diretor, mas... As garotas, com certeza, sim. E se contarem para suas mães em casa...
- Não sei se vou fazer isso.
- Eu acho que deveria.
- Não quero arriscar ser agredida...

- Você que sabe. Mas deveria. Mostra 'pra ele que você não tem medo.
- Mas eu tenho medo.
- Você não precisa... -Ele deu de ombros- Ele só age assim porque todos tem medo. O dia em que ele provocar alguém que revide... Ele para. E, pode apostar, esse dia não está longe.

Olhamos para trás, vendo Moose novamente.
- Ah, qual é? Eu não posso mais respirar? -Perguntei, irritada.

- Olha aqui, sua puta, se você abrir a boca...
- Não deveria chamar uma garota de "puta". -Arellano se intrometeu.
- E por quê?
- Bom, isso é errado. -Ele deu de ombros- E você só está dizendo isso porque ela não quer sair com você. Na verdade... Nenhuma garota quer. -Ele zombou.

Moose o encarou com raiva.
Ah, meu Deus do céu.

- Por quê você 'ta parado me olhando, cara? Vaza. -Moose continuou o olhando, inacreditado- Está esperando o quê? Sai.

- Se eu fosse você, eu ficava esperto. -Ele disse, indo embora. E é claro, me lançou um olhar de ameaça antes de sair.

- Ah... Que merda. Eu acho que vou precisar andar com uma faca, agora... -Falei.
- Por quê?
- Porque ele vai querer me matar. Olha o que você falou 'pra ele!

- O que é? Ele não aguenta uma verdade? Ele é nojento, é óbvio que ninguém iria querer. -Robin riu. Suspirei- Não fica com medo dele. Ele não vai fazer nada demais. Não com você, pelo menos.

- Eu não duvido que tente.
- Ah, ele provavelmente está mais irritado comigo. Relaxa.

- Eu achei que iriam brigar. -Falei.
- Por quê achou isso? -Ele fez uma careta, com um sorriso pequeno- Eu falei numa boa, ele que estava estressado.
- Seu histórico é meio... Sabe? Você costuma arrumar brigas, então...

- Vou querer suas anotações de matemática, como agradecimento. -Ele me interrompeu.
- Como é?
- Como agradecimento. Eu te ajudei. -Ele deu de ombros- Preciso melhorar as minhas notas, se não, vou ficar travado esse bimestre.

Ele deu as costas e simplesmente me deixou sozinha no corredor.
- E eu ainda acho que você deveria falar com o diretor.

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Oioi, publicando o primeiro capítulo!!
Qual a primeira impressão que já tiveram? Acham que a fic vai ser boa?

E só avisando: não sei de quanto em quanto tempo vou publicar aqui. Porque atualizo mais duas fics semanalmente.




𝑫𝒂𝒓𝒌 𝑹𝒐𝒐𝒎 // ʀᴏʙɪɴ ᴀʀᴇʟʟᴀɴᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora