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𝔸𝕣𝕪𝕒

Me sentei nas arquibancadas, assistindo ao jogo. Haviam várias outras pessoas.

A aula já havia acabado, havíamos voltado para casa para almoçar e voltamos para assistir ao jogo.

Baseball.
Finney e Bruce estavam em times opostos, mas eu estava torcendo para os dois.

Faltavam apenas alguns minutos para finalmente começar. Eu havia comprado doces para passar o tempo.
E uma garrafa de água, é claro, para equilibrar.

Vi Robin caminhando em minha direção e o estranhei. Ele se sentou do meu lado, olhando para o campo.

- Eu não sabia que você iria assistir ao jogo. -Comentei. Eu estava um pouco sem graça.
- E eu não iría... Mas, mudei de ideia.
- E por quê mudou de ideia?
- Porque você tinha falado que iria comprar doces... -Ele sorriu de canto.

Apenas neguei com a cabeça, rindo.
- Você é um interesseiro! Agora, só por causa disso, não vou te deixar comer nada.
- Nem um chocolate?
- Não.
- Uma bala?
- Não.
- Bombom?
- Não.

- Ah, porra, qual é!
- Só um bombom.
- Melhor do que nada, né?
- E agora, chega. -Ele me encarou, mas depois olhou para o lado e resmungou algo.
- Niña egoísta...

Ficamos por alguns minutos em silêncio novamente.
- Eu ainda quero as anotações. -Ele disse, quebrando um pedaço do chocolate que eu estava prestes a colocar na boca, comendo logo em seguida.

Que garoto folgado!

- Que anotações?
- De matemática. Eu já disse, preciso de ajuda. Se não, eu não consigo passar nesse bimestre. Minhas notas em matemática estão... Horríveis.

- Beleza... Eu te passo as anotações, outro dia.
- Quero explicações, também.
- Você não acha que já está abusando? -Perguntei.

- Não. -Ele deu de ombros, pegando o chocolate da minha mão e mordendo.
- Ei! Esse é meu.
- Foi só um pedaço! Deja de ser egoísta!
- Egoísta é o seu rabo!
- Ah, que chica que le gusta quejarse!

- Você está abusando, já. -Reclamei.
- Não estou, não. Eu te ajudei. E preciso de ajuda, agora.
- Eu não pedi a sua ajuda! Ajudou porque quis. Agora está se passando.

- Só preciso das anotações e de algumas explicações. Só isso.
- Ah, está bem! Só porque me ajudou. E, graças a você, acho que aquele idiota vai me deixar em paz. Ele pensa que somos amigos.

- E não somos? -Ele perguntou, franzindo a testa e roubando mais um dos meus bombons.
- Bom, não sei se posso me considerar sua amiga. Ou se você pode se considerar meu amigo. Quase não nos falamos...

Ele deu de ombros.
- Estamos nos falando agora.
- É, mas você parecia não ir com a minha cara.
- Por quê acha isso?
- É que... Bom, geralmente, você me corta quando tento puxar assunto. E sempre que estamos no mesmo lugar, se estivermos sozinhos, fica um clima meio estranho e vergonhoso. Pensei que não fosse com a minha cara.

- Eu vou com a sua cara. -Ele riu.
- Então por quê me corta, na maioria das vezes?
- Não estou te cortando, agora.
- É, agora. Mas você geralmente me corta.

- É que as vezes eu acho irritante.
- Irritante o quê?
- Você fala demais. -Fiquei quieta por alguns segundos, desconfortável com a acusação- Mas eu gosto. Só que você me assusta, eu não consigo acompanhar tudo o que você fala.

- Eu não falo demais.
- Fala, sim. Nem sempre, mas você fala. Fala bastante. E quando é um assunto que você gosta, você fala muito e fala rápido. Eu nunca consigo acompanhar quando você está conversando com Finn.

Finn e Bruce entraram no campo, olhando para as arquibancadas e acenando para mim. Eles fizeram caretas ao ver Arellano do meu lado.

Digamos que Finney sempre tentou nos fazer ficar amigos, mas sem sucesso.
Quando ele puxava algum papo para introduzir nós dois na conversa, apenas eu respondia.
E com o tempo ele desistiu.

Bruce cutucou Finn e fez alguma piada, e eu franzi a testa, já imaginando o que ele podería estar dizendo.

- O que o Bruce é seu? Sempre te vejo andando com ele.
- Meu melhor amigo, ele e o Finn.
- Hm. -Ele assentiu, observando os jogadores se posicionarem no campo.
- Por quê a pergunta?
- É que ele não anda com a gente. Só fiquei curioso.

(...)

Bruce ganhou o jogo, mas Finn também jogou muito bem.
Os dois trocaram algumas palavras e sorriram, saindo do campo.

Nos levantamos das arquibancadas e fomos até o gramado do lado de fora do campo.
Robin não me seguiu, foi para outra direção, então parabenizei os dois garotos sozinha.

- Aí, desde quando o Robin virou seu amigo? -Finney perguntou.
- E desde quando vocês estão grudados? -Bruce zombou- Eu vi que vocês não calavam a boca.

- Ele estava roubando meus doces. -Resmunguei- Mas não vem ao caso. Ele só decidiu assistir ao jogo. E ele deixou claro que o objetivo era comer meus doces.
- Claro, roubar os seus doces... Eu conheço as táticas masculinas para se aproximar de uma garota, beleza?

- Que tática masculina, Bruce? Cala a boca. Isso não tem nada a ver!
- Não que eu esteja concordando com ele... -Finney começou, apontando para Bruce- Mas vocês estão mais "amigos"?

- É... Talvez. Não sei se consigo me considerar amiga dele, ainda.
- Ah, não consegue? -Bruce riu- Eu 'tô dizendo, essa garota é meio lerda. E eu vou querer meus dez dólares, se eles se pegarem ou ficarem juntos.

- Vocês apostaram? -Perguntei, incrédula.
- É claro! Você acha que vou perder minha chance de ganhar dez dólares? -Bruce perguntou.
- Eu nem tenho dez dólares, cara. Calma aí. -Finn reclamou.

- Mas fala 'pra ela o que você me falou! -Bruce pediu a ele.
- O quê você falou? -Perguntei. Finn apenas suspirou.
- Ela vai ficar brava comigo por sair espalhando isso, cara.
- Agora conta. -Pedi, já irritada.

- Falei ao Bruce que, as vezes, no caminho para a escola ou para nossas casas, vejo ele te olhando. Mas ele olha rápido e depois desvia. Mas, mesmo assim, estou começando a desconfiar.

Certo, agora eu estava com um frio na barriga e um nervosismo imenso.
Será mesmo? Me olhando?

Isso não deve ser nada.
- Quer saber? Isso não deve ser nada. Você disse que ele olha rápido, isso não tem nada demais. -Fingi certa indiferença- Vocês que estão muito emocionados. Eu apenas estou falando com ele, como um amigo normal, beleza? Não tem nada demais.

- Vai vendo, então. -Bruce zombou- Valeu pelo jogo, cara. Seu braço é um canhão.

Eles fizeram um "toca aqui".
- O seu também. -Ele sorriu para mim- Você não estava no campo, mas aquela vez que treinamos, você quase me deu uma surra.
- O que eu posso dizer? Eu sou a melhor. -Brinquei, rindo.

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Sim, um milagre eu publicar no domingo, mas como essa fic tem pouquíssimos caps e durante a semana vou precisar dar prioridade as outras, publiquei mais um aqui.
Comentem bastante e interajam com a história!!

𝑫𝒂𝒓𝒌 𝑹𝒐𝒐𝒎 // ʀᴏʙɪɴ ᴀʀᴇʟʟᴀɴᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora