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ℝ𝕠𝕓𝕚𝕟

- Olha o que você fez em mim, seu garoto desgraçado! -Ele mostrou o braço, com um corte que eu havia feito no momento em que ele conseguiu me sequestrar- Eu devia quebrar o seu pescoço por isso.

- Então por quê não quebra?
- Ah... -Ele riu- Eu não sou malvado a esse ponto. -Ele se sentou na cama, e eu me afastei- Não precisa ficar com medo. Nada de ruim vai acontecer aqui. Eu estava apenas brincando, sobre quebrar o seu pescoço. Você deixou meu braço machucado, mas... Eu não guardo rancor. Você gosta de refri?

- Não.
- Ah, claro que gosta. Eu vou buscar para você.

(...)

Tentei novamente me segurar nas grades da janela para tentar abrir o vidro, mas eu não alcançava.
E não consegui.

Mas que merda!

(...)

Me sentei na cama quando ele abriu a porta, já no dia seguinte.

- Ah, não precisa ter medo. Eu não vou te machucar.
- Se não fosse me machucar, eu não estaria aqui. -Falei, irritado. Ele inclinou a cabeça, rindo- Você é a porra do assassino. Foi você quem matou os outros, não é?

- Não fui eu. Foi outra pessoa.
- Claro. -Falei, em um tom irônico.
- Você vai voltar para casa. Mas agora... Tenho alguns problemas lá em cima para resolver.

- Eles já sabem, não é? -Perguntei- A polícia. Já estão me procurando. É isso?
- Não. -Ele riu- com licença.
- Eu vou gritar. E quem estiver lá em cima, vai ouvir.
- Tenta. -Ele deu de ombros- Essas paredes tem isolamento acústico. Eu mesmo coloquei. Ninguém vai te ouvir, garoto. Ninguém se importa.

Ele fechou a porta.
- SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA! EI! -Me aproximei da porta- HIJO DE PUTA!

(...)

𝔸𝕣𝕪𝕒

Tentei ver Vance novamente, mas essa tentativa foi falha.
Eu quería descobrir mais.

Eu quero saber aonde eles estão.
Aonde essa casa fica.
Quem é esse assassino.
E o motivo de Hopper pedir ajuda.
Eu preciso saber, e talvez, se eu descobrir sobre isso, eu consiga ajudar Robin.

Eu não ajudei Bruce... Mas agora eu tenho a chance.

Ficar apenas sentada relembrando tudo o que já vi e chamando por coisas desconhecidas, não está funcionando.

Quer saber? Eu me conectei a Vance, de alguma forma.
E se eu me conectar ao Bruce?

(...)

- Oi, sra. Yamada. -Sorri para ela.
- Oi, querida.

Eles ainda tinham a esperança de o encontrar.
Mas eu já tinha certeza de que não estava vivo. Se ele estivesse, o sequestrador não tería passado para a próxima vítima.

- Eu... Posso entrar no quarto do Bruce?
- O que precisa?
- Eu havia dado um presente... Um colar prateado. Será que eu posso? Quero ter lembranças dele.
- Claro, querida. -Ela não gostava da ideia de eu ter aceitado a morte dele, mesmo que ainda não tenhamos certeza de que está realmente morto. Mas ela não disse nada, apenas me permitiu passar.
- Com licença.

Entrei em seu quarto, fechando a porta e olhando ao redor.
Abri a gaveta de sua cômoda, procurando o colar. Não estava lá, então, ele provavelmente estava usando.
Mas, ao invés disso, achei suas luvas de baseball.

As coloquei em minhas mãos, me sentando em sua cama.
Encarei as luvas, lembrando dos jogos.
- Vamos lá, Bruce. Você lembra de mim. -Sussurrei.

Esperei alguns minutos e nada. Suspirei.
- Por favor, Bruce. Me deixa te ver. -Sussurrei, novamente- Por favor, me ajuda.

Esperei mais alguns minutos, impaciente, e nada.

O que me ligou ao Vance foram as imagens daquela casa, certo?
Vamos tentar isso, então.

Comecei a imaginar aquela casa novamente. O sangue no chão, as imagens que Vance me mostrou.

Abri os olhos e o enxerguei em minha frente, ensanguentado também.
Não segurei o choro.

Era doloroso o ver assim, saber que foi morto de forma brutal.
Mas sua fisionomia não estava irritada como Vance.

- Por favor, me mostra o que eu preciso! Me ajuda!

Ele levou sua mão até a minha testa, mas não a senti, apenas uma leve pressão.
Fechei os olhos, relaxando os ombros.

Ele não estava jogando todo seu peso e nem toda sua dor em cima de mim.
Eu não estava sofrendo.
Ele não estava descontando nada disso em mim.
Seu espírito não era tão atormentado quanto Vance.

Na verdade, Vance quería que eu sentisse essa dor. Ele quería que eu sentisse o seu ódio, a sua angústia. Ele não se importava em fazer isso.
Bruce é ao contrário. Ele sente dor, ele tem essa angústia, mas não quer que eu sinta tudo isso.

Imagens de balões pretos voando começaram a aparecer.
E sangue, muito sangue.
A máscara estranha, que já havia aparecido em meus sonhos, apareceu novamente.
E imagens totalmente estranhas.

Um homem estranho com um chapéu sorriu para mim, o que me assustou. Mas não consegui reparar em seu rosto, apenas seu sorriso, assustador e cabuloso.

Parei de ver as cenas e tentei controlar a respiração, que estava descontrolada. Senti um aperto estranho no peito.
- Me desculpa por não ter conseguido te ajudar. -Sussurrei. Abri os olhos e não voltei a vê-lo.

Olhei para minhas mãos, com as luvas. Sra. Yamada abriu a porta, me encontrando chorando.

- Me desculpa, acho que demorei demais. -Falei, me levantando e tirando as luvas.
- Tudo bem. -Ela sorriu, compreensiva. Coloquei as luvas de volta no lugar.- Achou o colar?
- Não. Ele provavelmente estava usando...

Ela me levou até a porta.
- Obrigada, e desculpa o incômodo.
- Não é um incômodo, querida. Volte quando quiser. -Sorri, agradecendo.

(...)

Fiz algumas anotações em meu caderno.
Tudo o que eu sabia até agora.

Balões pretos?
O que é aquela porra de máscara?

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Oioi!
Curiosos para os próximos capítulos?

𝑫𝒂𝒓𝒌 𝑹𝒐𝒐𝒎 // ʀᴏʙɪɴ ᴀʀᴇʟʟᴀɴᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora