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𝔸𝕣𝕪𝕒

Devido aos meus gritos, ele desceu do carro, me perseguindo.

- POR FAVOR, ALGUÉM ME AJUDA! POR FAVOR! ME AJUDEM!

Mas ele era maior e mais alto, portanto, corria de forma mais rápida. E me alcançou, me derrubando.

Ele ficou por cima de mim, me prendendo. Senti a lâmina de uma faca arranhar meu pescoço.
As luzes das casas já estavam acesas, mas ninguém ousou abrir a porta e nem sair de casa para conferir o que estava acontecendo.

Provavelmente estavam com medo. Isso podería ser um golpe qualquer. Mas não é um golpe, é a minha vida. Se eu voltar para aquele porão, posso ser morta nessa mesma noite.

- Se você der mais um piu, eu vou rasgar você inteirinha, como se fosse um porco. E depois, eu te enforco com o seu próprio intestino.

Me lembrei de Griffin.
Ele gritou.

- Você vai me matar de qualquer maneira... Me diga, por que não agora?
- Quer que eu rasgue a sua garganta? Ou prefere que eu rasgue a do seu amiguinho? Se não se lembra, você o deixou para trás, e ele está lá desmaiado. Quer que eu coloque a culpa disso tudo nele? Ou prefere facilitar as coisas, e aí, eu deixo vocês dois vivos?

Resolvi não lutar contra. Eu já estou em suas mãos, vou morrer de qualquer maneira. Não quero e não posso arriscar a vida de Robin.

As luzes começaram a se apagar, e agora a minha chance realmente havia ído embora.

- Boa noite, garotinha levada.

Não demorou sequer cinco segundos para eu sentir uma pancada forte ao lado da cabeça, ficando zonza. E depois mais uma, que deixou minha visão escura por completo.

(...)

Acordei na cama do porão, com a porta aberta. O sequestrador entrou com Robin nas costas, o atirando na cama.

- Oh, vejo que acordou. Parece que a pancada não foi forte o suficiente... Quer mais uma, para apagar de vez? -Permaneci quieta, com medo demais para responder qualquer coisa- Ah, eu 'tava brincando! -Ele forçou uma risada- Que garotinha tola.

- QUE BARULHO FOI ESSE? -Alguém gritou lá de cima. Levantei as sobrancelhas, pensando em gritar ou pedir ajuda. Ele me olhou e colocou o dedo sobre a boca, pedindo silêncio.
- NADA NÃO, MAX. FOI O CACHORRO INCOMODANDO. VOLTA A DORMIR!

olhei para Robin, apagado.
- É bom não tentar fazer isso de novo. Caso contrário, o seu amiguinho vai pagar por você. Qualquer coisa que você aprontar, garota... Ele vai ser castigado de uma forma bem dolorosa. E vice versa. -Ele sussurrou.

Ele simplesmente deu as costas, trancando a porta.
Suspirei cansada, balançando levemente o braço de Robin, para que ele acordasse.

Mas ele continuou desacordado.
Ele estava com um pouco de sangue na cabeça, um pouco acima da nuca, mas eu não achei o corte. Seja lá o que aquele maluco utilizou para bater nele, machucou bastante.

Me sentei e levantei a cabeça de Robin levemente, a colocando em meu colo. Acariciei um pouco seu rosto enquanto, as vezes, afagava seu cabelo.

- Eu acho que, agora, estamos mais perto de morrer do que nunca... -Falei, sentindo um nó na garganta- Não sei se vamos sair daqui.

Eu estava exausta de tudo.
De ter medo de morrer, de saber que vou morrer e de me preocupar com isso.

Eu pensei que as coisas iriam dar certo.
Sempre tive uma pequena queda por Robin, mesmo não querendo admitir. Nunca fomos próximos.
Mas, quando as coisas começaram a melhorar entre a gente, isso aconteceu.
Estamos aqui.

Eu me sinto melhor não estando sozinha, mas também não quería que eu ou Robin estivéssemos nessa situação.
E eu me sinto cada vez mais culpada, por ter tentado escapar. Isso nos machucou, e tenho certeza de que encurtou nosso tempo.

Já não temos mais tempo. Precisamos agir, se não quisermos morrer.
Mas é difícil, eu não sei o que fazer.
E me sinto ainda mais inútil por ter medo. Por ceder, por não saber reagir.
Eu estava mais aterrorizada do que nunca, acabei de nos colocar no caminho da morte.
Dessa vez, de uma vez por todas.
E não consigo nos proteger.

(...)

- Ei!
Acordei em um susto com Robin me balançando. Eu já estava deitada.

Ele estava acordado, sentado na cama. Provavelmente acordou depois de um tempo em que eu dormi, e me colocou deitada.

- O quê? -Perguntei, confusa.
- Você estava falando dormindo.
- Falando? Eu não lembro direito o que sonhei... O que eu falei?

- Falou sobre Vance Hopper, pediu para que te deixasse em paz... Algumas coisas assim. -Ele disse, e comecei a me recordar levemente.

Sonhei com seu espírito me atormentando.
Reclamando pela falha na fuga desse lugar, dizendo que eu deveria ter sido mais esperta.
Não lembro direito o que ele disse, mas estava irritado.
Além disso, sonhei com nossas mortes. A minha e a de Robin. Eu estava com um corte profundo na garganta, enquanto Robin foi enforcado, aparentemente. Não recordo com detalhes, mas parece ter sido algo assim.

Nossas mortes vão ser horríveis.

- Te acordei porque parecia assustada...
- Foi mal. É que eu estou meio... Isso virou comum, sabe? Sonhar com... Nossas mortes. Ou os garotos mortos. Isso é aterrorizante, nos ver ou ver eles daquele jeito. Eu estou com medo, por isso os sonhos... Eu estou cansada disso. Não aguento mais.

Ficamos quietos por alguns minutos, enquanto eu raciocinava os sonhos e tentava me recordar de tudo.

7741

- 7741!
- O quê?
- Vance Hopper praticamente gritou esse número nos meus ouvidos...
- Acha que pode ser alguma coisa?
- Talvez o número da casa? Eu não sei. Não prestei tanta atenção quando fugimos, mas... Os números da casa eram algo relacionado a 7. Tipo... Sete mil e cem, sete mil e alguma coisa. Pode ser.

- E o quê adianta saber disso? -Ele perguntou, mas seu tom de voz não foi grosseiro. Era realmente uma dúvida.
- Também não sei...

Talvez Bruce possa me ajudar com isso.

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Oioi, só para avisar que tem um novo livro publicado no perfil! Lá eu vou publicar imagines.

𝑫𝒂𝒓𝒌 𝑹𝒐𝒐𝒎 // ʀᴏʙɪɴ ᴀʀᴇʟʟᴀɴᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora