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𝔸𝕣𝕪𝕒

- Você ainda não me respondeu. -Ele disse.
- O quê?
- Como ele te pegou?

- Eu 'tava voltando da aula... Ele derrubou umas caixas. Eu não ajudei, só quería chegar em casa logo. Mas ele começou a me enrolar, não quería me deixar passar.

- Você tentou escapar? -Assenti.
- Eu percebi que ele era o sequestrador. Sabe... Vi pessoas comentando que balões pretos voavam por perto dos lugares que desapareciam. Tentei correr, mas ele me alcançou. Enfim... Tentei me defender, mas não consegui escapar. -Mostrei as unhas, cheias de sangue.

Pessoas comentando, não.
As imagens na minha cabeça que me avisaram.
Mas ele não precisa saber disso, vai me achar uma louca.

- Só... Por quê eu? Pensei que ele só sequestrasse garotos. -Ele me olhou, parecendo envergonhado.

- E você? Como ele te pegou?
- A força. Eu não cairia em nenhum papinho dele. Ele usou um spray, não sei o que era. Fez meus olhos arderem, e depois eu fiquei atordoado. Foi quando eu fui comprar doces.

Me senti culpada pelos doces.
Ele tentou me ajudar, me animar, e olha aonde estamos agora.

- Já tentou abrir aquela janela? -Perguntei.
- Já. Não consegui.
- Consegue me dar um pezinho?
- Foi mal, Arya. Eu 'to sem força. Faz tempo que estou sem comer.

- Ele não te deu comida?
- Não.
- Nem água?
- Uma garrafa. Ele deixou aqui depois que me sequestrou, mas não trouxe mais nada.

Fiquei com uma certa pena, me sentindo mal pela situação.
- O que você fica fazendo aqui, todo esse tempo?
- Dormindo. Sabe... Dormir diminui a fome. Na verdade, não diminui. Só me distrai, para eu não sentir tanto.

- Quer voltar a dormir? -Ele assentiu, se deitando. Como era o que tinha para fazer, me deitei também, do seu lado.

(...)

Ouvi um barulho irritante, um zombido que parecia vir do telefone que estava preso na parede. Seu fio estava cortado, então não era para estar funcionando. Uma pressão na nuca também estava me incomodando.

A mesma pressão pela qual Vance Hopper se conectou a mim, é o que está me irritando agora. Pode ser que seja ele.
Esse som irritante me acordou, então levantei a cabeça levemente.

Olhei por cima de Robin, vendo aquele homem com aquela máscara horrível. Claro que me assustei, ele estava nos observando dormir. E além disso, estava emitindo ruídos estranhos.
Chacoalhei o braço de Robin, o acordando.
Ambos nos sentamos na cama, Robin ficou mais a frente do que eu.

- O que você quer? -Robin perguntou.
- Ah, que bonitinhos.
- O que você quer?
- Nada. -Ele se levantou, indo até a porta.
- Estamos com fome. -Falei.

Eu não estava com fome, mas Robin estava.
- Vou trazer comida, outra hora.

- Se não veio trazer e nem falar nada, por quê veio? -Robin perguntou.
- Eu estava apenas vendo vocês. -Ele fechou a porta.

Vance Hopper quem me acordou. E, se ele me acordou, é porque aquele assassino iria fazer algo.

Olhei para Arellano asustada.
- Isso é bem estranho. -Comentei.
- É lógico que é estranho. Ele é um pedófilo, está deixando isso claro.

- Você acha que ele vai fazer alguma coisa com a gente? -Perguntei.
- Meio óbvio. Por quê você acha que estamos aqui? -Suspirei, pensando em diversas possibilidades- Foi mal, eu não quería te assustar.

- Não assustou. De qualquer forma, você não está errado. Está certo, estamos aqui por algum motivo. Ele vai fazer alguma coisa.
- Ele não vai. Vamos sair daqui, antes que isso aconteça.

- Você tem certeza? Olha aonde estamos. Ele vai nos deixar com fome. Ele quer que estejamos fracos, estamos nas mãos dele.
- Ele não vai encostar na gente.

- Fale por você. Sabe lutar, eu não.
- Mas estou aqui. -Ele deu de ombros- Mesmo sabendo lutar, ele me pegou. Teve estratégia para isso. Precisamos pensar, também. Ele não vai encostar em mim, muito menos em você.

- Mas ele é maior do que eu. E, quando estou com muito medo, posso travar. Tipo... Não ter reação, entende? Eu não sei. Estou com medo de que isso aconteça. E se ele fizer algo com a gente?

- Ele não vai encostar na gente.
- Mas e se encostar? E se conseguir?
- Ele não vai.

Olhei para o telefone.
- Durante o tempo que você ficou aqui, esse telefone fez barulho?
- Essa merda aí? Está estragada. Serve para no máximo bater em alguém.

- Nem um zumbido?
- Não. Por quê?
- Quando acordei, e aquele louco estava nos observando... O que me acordou foi um zumbido, vindo do telefone.

- Deve ter sido impressão sua. Eu vou dormir mais um pouco, se importa? Eu estou com fome, sede também. Não quero passar horas acordado para isso me torturar.
- Tudo bem. Pode dormir. Eu fico acordada, te acordo se precisar. -Ele assentiu.
- Valeu.

(...)

- Ei. -Chamei Robin, o cutucando. Ele acordou e nos levantamos.

O homem entrou com uma bandeija na mão, a deixando no chão. Uma garrafa grande com alguma coisa que eu não sabia o que era, e no prato pareciam ter ovos mexidos e pedaços de pão.

- O que você colocou nisso? -Perguntei, desconfiada.
- Acha mesmo que eu preciso drogar vocês? Já estão aqui. De quê me serve?
- Eu não sei. Me diz você. -Retruquei.

- Comam e fiquem quietos, antes que eu decida os deixar mais tempo sem comida. -Ele fechou a porta, indo embora novamente.

Robin logo pegou a garrafa de água, me oferecendo um pouco. Bebi apenas um gole, entregando a garrafa novamente.
- Pode tomar o resto e comer tudo. -Dei de ombros- Não estou com fome.

- Você tem certeza?
- Tenho. Não estou com fome, pode comer.

Ele praticamente atacou o prato, comendo desesperadamente.
Na verdade, eu estava com um pouco de fome, estava desde o início da manhã sem comer. Mas ele precisa muito mais do que eu.

Ver seu desespero para saciar a fome acabou me deixando mal.

Depois de um tempo, aquele homem pegou o prato e saiu novamente.
- Será que tem alguém lá em cima? -Perguntei.
- Provavelmente.
- Como poderíamos chamar atenção? Já tentou fazer bastante barulho?
- Esquece, Arya. Essas paredes tem isolamento acústico. -Murchei os ombros- E, se tiver alguém lá em cima, pode ser cúmplice.
- É, parece que não vamos sair daqui tão cedo, afinal.

- Acho que agora eu consigo te dar pezinho. -Ele disse, indo até a janela- Vem.

Ele me deu pezinho, e me segurei na parede, tentando arrancar aquelas grades.
- Eu não consigo. -Falei- Não dá 'pra simplesmente arrancar.
- Tenta de novo. Consegue quebrar o vidro? Eu estava tentando quebrar, mas não consegui.

Coloquei as mãos no vidro, tentando bater.
- Tenho uma péssima notícia. Esse vídro aqui é temperado.
- Isso não me assusta, eu já imaginava. -Ele disse, decepcionado.

Desci, tomando cuidado para não cair.
- Desculpa, não tenho forças para arrancar aquela grade. Se eu tirasse a grade, talvez ficasse mais fácil abrir aquela janela. Tem um puxador na parte de cima... Mas não sei. Esse maluco não deixaria as coisas tão fáceis assim.

- Pode apostar que não. Ele dificultou qualquer coisa que pudesse nos tirar daqui, qualquer meio de escapar.

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Oioi, não sei o que falar hoje!!
O que estão achando da fic?

𝑫𝒂𝒓𝒌 𝑹𝒐𝒐𝒎 // ʀᴏʙɪɴ ᴀʀᴇʟʟᴀɴᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora