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𝔸𝕣𝕪𝕒

Finn também estava tentando me distrair, mas eu não conseguia esquecer o que estava acontecendo.

Já haviam se passado alguns dias desde o desaparecimento de Bruce, e eu sentia falta dele.
E saber que ele provavelmente está morto... É difícil de acreditar.

- Sabe o quê você precisa para se distrair, gatita? -Robin perguntou.
- O quê?
- Assistir "O Massacre da Serra Elétrica" e comer doces.
- Não. Eu já disse que não curto terror.

- É um dos melhores filmes. Anda, vamos assistir?
- Não sei...
- Eu compro os doces. Você vai lá em casa hoje e a gente assiste. Pode ser?
- Está bem, pode ser.
- Você vai ver, é um dos melhores filmes.

(...)

Pedi permissão e minha mãe deixou, por já conhecer Robin. Falei aonde era sua casa.

Assim que chegou cinco da tarde, saí de casa para ir até a casa dele.

Bati na porta e senti um forte arrepio na nuca, e vi um vulto quando olhei para o lado, me assustando.
Ah, não.

Se a teoria de que, toda vez que vejo vultos, algum garoto some, estiver certa... Quer dizer que o sequestrador tem mais uma vítima.

- Oi, querida. -A mãe dele sorriu, mas parece ter ficado confusa ao me ver.
- Oi! O Robin está? Ele me chamou para assistir filmes.
- Ele não está com você?
- Não.
- Pensei que estivesse. Ele saiu as duas da tarde para comprar doces, disse que você iria vir aqui depois. Imaginei que estivessem juntos e ele voltaria para casa logo...

Porra, isso só pode ser brincadeira.

- Você está falando sério? -Perguntei.
- Estou. Achei que vocês estavam juntos e que voltariam para assistir o filme. -Ela disse, já ficando assustada- Então, se ele não está com você, não tem motivos para demorar tanto.

- Ele já fez isso outras vezes? -Perguntei- Tipo... Passou tanto tempo sem voltar para casa?
- Não. Ele não ficaria na rua até tarde... Ele não costuma sair muito.
- Ah, meu Deus. -Falei, minha voz saiu fraca.
- Eu vou ligar para a polícia. -Ela falou, preocupada, deixando a porta aberta para que eu entrasse.

Essa questão do sequestrador, e os garotos desaparecendo estava deixando todos preocupados.
Mas acho que ela não imaginava que isso aconteceria, não hoje, parecia estar tudo bem.
E ela realmente achava que estava.

Comecei a sentir meu estômago embrulhar, pelo nervosismo.
Robin, não. Já não basta o Bruce? Eu perdi os dois?

E, se Robin sumiu da mesma maneira que Bruce... Com certeza não vamos o achar vivo.

(...)

A polícia deu atenção ao caso, procurando por ele. Sua mãe me mandou voltar para a casa e descansar, e quando ela tivesse notícias, iria me avisar.

E é óbvio que eu estava chorando.
Eu já estava imaginando o que estava acontecendo, ou podería acontecer.

Não tive fome, então decidi não jantar e ir dormir de uma vez.

(...)

Sonhei novamente com aquela casa, e no sótão, ou porão... Enfim, seja lá o que aquilo é, ainda tinham vozes pedindo ajuda.
O clima era pesado, tenso e estava me deixando cansada.

E, quando acordei, me vesti e comi alguma fruta.
Não tinha aula, então decidi ir direto até a casa do meu tio.
Eu precisava falar sobre isso.

Meus olhos estavam pequenos e inchados, novamente.

Bati na porta e ele atendeu.
- Oi, pequena.
- Oi, tio Alex.
- Seus olhos estão inchados. Algo me diz que você veio falar sobre o desaparecimento do garoto e... Sobre os sonhos. Estou certo?
- Está.

Eu sempre falo com ele sobre isso, é algo que anda me incomodando desde que começou a acontecer.
E ele costuma entender um pouco de espiritualidade, pode me ajudar.

Desde pequena, eu costumo sentir coisas. Sentir arrepios estranhos, sensações estranhas ou me sentir vigiada.
Meu tio diz que posso ser médium, ou sensitiva. Algo assim. Ele acredita nessas coisas.

Ele é um dos únicos que acredita em mim.
Minha mãe não desacredita, mas tem medo dessas coisas, então se sente desconfortável quando toco nesse assunto. E, por causa disso, evito falar sobre isso perto dela.

- Conte. -Me sentei no sofá, junto com ele.
- Bom... Eu vi um vulto antes de receber a notícia de que Bruce havia desaparecido. Ele era meu amigo, Robin também. E... Antes de saber sobre Robin, vi novamente o vulto. Mas... Só vejo antes de receber a notícia. Eu não consigo... Não consigo sentir muito antes de acontecer, entende? Eu não consigo impedir nada.

- E se sentisse, como iria impedir?
- Eu não sei...
- Talvez, por isso, você não sinta antes. Você não tem como evitar.

- Mas o que é isso? O que me avisa? O que é a porra do vulto? Eu não consigo entender.
- Só você pode saber o que é o vulto.
- Por quê?
- Só você consegue ver. É você quem vê, é você quem sente. Portanto, é você quem deve descobrir.

- Como faço isso?
- Se concentra. Eu já disse... Se você vê, é porque algo está alí.
- Eu achei que essa coisa estivesse só na minha casa... Mas parece me seguir. Eu vi o vulto antes da mãe do Robin abrir a porta.

- Já pensou que isso pode ser um alerta?
- Alerta? Por quê sería um alerta para mim?
- Um alerta para tomar cuidado, um aviso. Não sabemos, então não descartamos as possibilidades.

- As vezes eu acho que posso estar louca... Isso tudo é tão esquisito. Tem algo de errado. Eu vejo, eu sinto... Mas não sei o que é. Me dá medo.

- Você só tem medo do que desconhece. Isso não é loucura, é só senbilidade. E se ele te avisa sempre, você tem que descobrir o porque. Tem que descobrir o que é.

- O garoto que sumiu... Robin. Os dois últimos, eram meus amigos.
- Ainda são?
- Não sei se estão vivos. -Dei de ombros- Provavelmente, não. Eu não tenho expectativas... Nenhuma das outras vítimas apareceu viva.

- Falou sobre isso com a sua mãe? Sobre os vultos?
- Ainda não.
- Da última vez que veio aqui, me disse que falaria.
- Ela tem medo... Ela não me julga e nem nada, sabe? Mas ela tem medo. Não acha isso normal. E acho que realmente não é... Mas, não quero a forçar a acreditar em algo. Como você disse, sou eu quem vejo. Tenho que dar um jeito nisso.

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Oioi, publicando mais um sim, porque estou ansiosa.
Comentem e interajam bastante!!
E vi que estamos com mais de 2K de visualizações, obrigada! 💞

𝑫𝒂𝒓𝒌 𝑹𝒐𝒐𝒎 // ʀᴏʙɪɴ ᴀʀᴇʟʟᴀɴᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora