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𝔸𝕣𝕪𝕒

- Que colchão horrível! Isso aqui é fedido e sujo! Esse cara só pode ser louco, mesmo. Trancar crianças em uma merda como essa, com um colchão duro e sujo, sem comida e água por horas e sem uma única janela aberta. Isso é desumano.

- Não consegue dormir?
- Não. -Neguei com a cabeça.

Já estava escuro, dava para ver pela janela que a noite havia chegado.

Me sentei do seu lado, me escorando na parede também.
- Sabe... A essa hora, minha mãe deve estar surtando. -Falei.
- Acho que os policiais já devem estar atrás de você.
- Provavelmente.

- Minha mãe estava preocupada? -Ele perguntou.
- Muito. Ela achou que estivéssemos juntos durante a tarde que você sumiu. Pensou que iríamos voltar para sua casa e ver o filme durante a noite, mas ela jurou que você estava comigo. E quando eu toquei a campainha e ela me atendeu, estranhou. E depois percebemos que você tinha sumido.

- É, imagino. Ela andava meio neurótica com essa história do sequestrador.
- E ela estava tão agitada, sem conseguir parar quieta. Ainda mais com as notícias dos garotos desaparecidos, ela estava imaginando sobre o sequestrador e sobre o que ele podería fazer com você.

- E você?
- Pensei que estivesse morto.
- Sería o mais provável, mesmo.
- Mas, se ele já tinha você, por quê me pegou? Duas vítimas ao mesmo tempo? Ele quer aumentar a lista, é isso?

- Desculpa.
- Por quê? -Perguntei, confusa.
- Você está aqui por culpa minha. Eu tentei atacar ele, e ele quer me controlar. Ele nos viu quando beijamos, devia estar nos observando. E, ele disse que, se eu o desafiar de novo, é você quem sofre o castigo.

- A culpa não é sua. -Dei de ombros- Você está sequestrado, só quer sair daqui. Não tinha como adivinhar nada disso.
- É, mas agora olha aonde estamos.

- Qual será o castigo que ele fala?
- O seu?
- É.
- Não sei. Mas não duvido de nada vindo dele.

- Olha... Isso não tem nada a ver com a nossa situação agora, mas, pode ser que seja meio engraçado. Depois que você sumiu, o Moose veio me encher o saco.
- Eu imaginei, ele é um otário.
- Eu bati com uma pedra na cara dele.

- Uou. 'Ta, isso eu não estava esperando. -Ele riu.
- Você tinha que ver a cara dele! E eu ainda acertei um chute no meio das pernas dele.
- O que mais? Meteu porrada nele?
- Ah, isso não. Eu até quería, mas, não conseguiria. O diretor chegou no meio da briga, eu ainda levei uma advertência.

- Quando a gente sair daqui, vou meter porrada nele. Eu meto porrada, depois seguro ele e você dá mais uma surra.
- Não, valeu. -Dei risada- Não quero ser expulsa.
- Quem disse que essa briga precisa ser dentro da escola?
- Não. Definitivamente, não. Isso não é boa ideia.

Ele tem tanta certeza assim de que vamos sair daqui?

- Você acha que a gente vai sair daqui?
- Sim.
- Vivos?
- Sim. Ou pelo menos, eu espero que sim.

- Não tem o que fazer aqui. -Dei de ombros- O que nos resta, é tentar matar aquele idiota.
- Acho que teríamos que esperar um momento bom. Não temos muito o que fazer, devíamos pensar em um plano.
- Eu só não quero morrer.

Ele ficou em silêncio. É óbvio que estamos correndo risco, aquele maluco pode fazer qualquer coisa que quiser, estamos em desvantagem.

(...)

Acordei com o barulho do telefone tocando.
Eu estava com a cabeça escorada no ombro de Robin, e ele ainda estava dormindo.

Me levantei, estranhando.
Esse telefone está com o fio cortado. Como está funcionando?

Tirei o telefone e o coloquei na orelha.
- Alô? -Falei. Robin acordou com minha fala, me encarando confuso- Alô?

- Oi...
- Quem é você? -Perguntei.

Eu já ouvi essa voz em algum lugar.
- Eu não me lembro do meu nome. É a primeira coisa que você perde.
- Quando?
- Você sabe quando. Mas você sabe quem é, Arya. Eu apostei com o Finn dez dólares, lembra? Para você beijar o Robin.

- Bruce!
- Esse é o meu nome!
- Porra, Bruce! -Olhei em volta, tentando o ver- Cadê você?
- Você não precisa me ver desse jeito. Já me viu uma vez.

- Aquele louco nos pegou! Estamos no porão dele, eu e Robin.
- Eu sei. Estou vendo vocês.
- Me desculpa por não ter conseguido te ajudar, eu não sabia como fazer isso.
- A culpa não é sua.

- Esse telefone está estragado.
- Que bom que você ouviu. Ele tocou 'pra mim, para todos nós. Só você ouviu. O sequestrador também escuta o telefone, mas ele não quer acreditar.
- O que ele fez com você aqui dentro?

- Me escuta. -Ele disse, ignorando minha pergunta- Tem um piso solto no corredor, está meio quebrado. Tira ele e cava a terra, vai te levar para de baixo da casa. Eu estava tentando, mas não tive tempo.

- E nós temos tempo? -Não houve respostas- Bruce?
- Sejam rápidos. Boa sorte.

- Você vai me ligar de novo?
- Tenho uma ligação só, Arya. Se eu precisar falar com você de novo, você vai me ver. Sejam rápidos, joguem a terra pelo vaso sanitário.

- Obrigada.
- Boa sorte.

A ligação foi encerrada, e eu soltei o telefone, olhando para Robin, que estava confuso.

- Como caralhos você estava falando com o Bruce? -Ele perguntou, indignado.
- Não se assusta. -Falei- Eu não estou maluca.

- O Bruce está morto. -Ele disse- E o telefone está estragado.
- Eu sei.
- Então me diz como é que você falou com ele!
- Eu vejo espíritos.

- Tipo todas aquelas histórias de filme de terror?
- É. Tipo todas aquelas histórias de filme de terror.
- Você 'ta falando sério? Mesmo?
- Mesmo. Olha aqui, para de me olhar com essa cara! Eu não estou maluca, está bem? Isso é verdade.

- Não estou duvidando de você, mas... Tipo... Ele está morto. E esse telefone está estragado. Isso é meio...
- Ele disse que tem um piso solto no corredor. A gente pode cavar a terra, isso nos leva para de baixo da casa.

Ele se levantou, indo até o corredor e mexendo no piso quebrado, havia terra logo em baixo.

- Ainda acha que estou mentindo? -Perguntei.
- Não.

O ajudei a tirar um pouco de terra.
- Então, você é médium?
- Eu não sei o que eu sou. Consigo ver eles, me conectar a eles, agora ouvi pelo telefone. Eu não sei.
- Caralho, que bagulho sinistro.

- É, eu fico assustada, as vezes. -Comentei, suspirando- Ele disse para sermos rápidos. Então, não sei se temos muito tempo.

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Oioi, publicando hoje!!
O que se passa na cabeça do Robin sabendo que ela fala com espíritos?
KKKKKKK

𝑫𝒂𝒓𝒌 𝑹𝒐𝒐𝒎 // ʀᴏʙɪɴ ᴀʀᴇʟʟᴀɴᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora