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𝔸𝕣𝕪𝕒

Descobri que Moose andava fazendo piadinhas sobre mim. Meu sangue ferveu tanto, que quando percebi, já estava indo em direção a ele.

- Seu idiota! Você não tem limites?
- O que foi?
- Você está fazendo piadas sobre um sequestro, seu imbecíl!
- Você está viva, não está? Sería preocupante se eu fizesse piada com a sua morte... Mas você está bem.
- Dá no mesmo! Foi a porra de um sequestro, eu ou Robin podíamos estar mortos! Qual o seu problema?

- Eu deveria perguntar qual o seu. O que foi? Não superou ainda? Eu só estava brincando.
- Isso não é brincadeira que se faça! É uma coisa séria.
- Mas que mal humor! A culpa não é minha se você matou. Relaxa um pouco, você anda muito tensa.

- Garoto, na boa, você é um imbecíl! Você tem noção das coisas que você está brincando? Sair por aí me chamando de "quebra-pescoço", fazer piadas sobre o sequestro e sobre os meninos. Você é podre! Se tivesse passado por isso, iria querer arrancar a própria língua por perceber as besteiras que fala.

- É? E você vai fazer o quê? Eu não estou desprevenido para você tentar me acertar. E não estou vendo nenhuma pedra.
- Seu idiota! -Reclamei, ainda indignada e magoada- Sabe uma coisa que me afetaria ainda mais? Ter um cérebro de minhocas igual ao seu. Nossa... Isso sim, acabaria com a minha autoestima.

- Nossa! Como se você fosse a inteligente!
- Sou mais do que você, pelo menos. Bom, é o mínimo, né! Olha o seu nível de burrice! Isso é vergonhoso, sinceramente. Ser feio é uma coisa, agora, ser burro... E você é os dois. Cara! Que horror! -Falei, indignada.

- Não sei porque você está tão magoada e tentando me ofender... Todos sabem que você só sobreviveu por causa do Arellano.

- Para a sua informação, eu fiz até demais para sobreviver. Quería ver se fosse você trancado em um porão horrível, sem comida. Sabe com o que eu precisava me preocupar? Se eu recebia comida, era sinal de que eu iria ficar lá por mais tempo. E se eu não recebesse, então eu começava a ficar preocupada; porque era sinal de que ele podería simplesmente parar de nos alimentar para nos enfraquecer, e assim conseguir fazer o que bem entendia. Eu realmente não sei dizer qual dos dois é pior.

- E você faz piada com isso! Você não tem ideia do que é saber que vai morrer! Isso fode a sua mente, entende? Não tinha um único dia que eu não era atormentada por isso!

- Eu sei, eu li ao jornal. Na verdade... Todos leram.
- Você é nojento.
- Foi mal aí. -Ele segurou uma risadinha. Apenas suspirei, dando as costas e voltando a ficar sozinha durante o intervalo.

Que garoto idiota!

Eu estava incrivelmente frustrada com isso. Depois de tudo o que tive que aturar, ainda debocham de mim e da situação? Isso é sério?
Não consigo acreditar que realmente não sentem empatia, ou que um garoto seja tão imbecíl e ignorante a ponto de falar essas coisas.

- O que houve? -Finn perguntou, assim que esbarrei nele, derrubando seus livros.
- Ah, foi mal, Finn.
- Tudo bem. Por quê está quase chorando?
- Porque estou estressada.
- E você chora quando está estressada?
- Eu choro para quase tudo. -Reclamei, o ajudando a recolher os livros- Foi mal, não vi você.

- Sem problemas. Mas o que aconteceu?
- Nada demais.
- Tem certeza?
- Tenho. Só ando meio... Sabe? Nervosa depois de tudo... Apenas isso. Mas estou bem, não se preocupe.

Estressada e nervosa. E parece que sempre tem algo para piorar, como notícias a mais sendo publicadas sobre o sequestro. E então, ninguém esquece isso ou deixa o assunto de lado.
Mas ignoro isso ao máximo que posso. Ou tento, pelo menos.

- Daqui a pouco vai bater o sinal... Vou indo para a sala. Te vejo na saída.
- 'Ta bom. -Ele assentiu.

(...)

- Por quê está assim? -Arellano perguntou, apoiando os braços na classe.
- Assim como? Eu estou normal.
- Não está, não.
- Eu estou bem.

- Quer dar uma volta depois da aula?
- Aonde?
- Sei lá. Vamos ficar andando por aí e conversando?
- Pode ser...

(...)

Segui Robin assim que a aula acabou.
- Eu tinha combinado de esperar o Finn... -Avisei.
- Já falei com ele, eu avisei que a gente iria sair.
- Então 'tá, né... -Dei de ombros.

Ele passou o braço por meus ombros.
- As pessoas vão pensar que estamos... Sabe?
- E daí? Deixa eles pensarem. Quem sabe essa é uma "fofoca" melhor para eles encherem nossos ouvidos, não acha?
- Não sei. Na verdade, eu já estou de saco cheio de fofocas. Mas talvez essa seja mais inofensiva...

Caminhamos por um tempo, virando em ruas aleatórias e conversando sobre coisas também aleatórias.

- Foi o Moose... -Falei- Ele estava fazendo piada com o fato de eu ter matado o sequestrador. Grabber.

Descobrimos o nome dele nos noticiários.

- Que piadas?
- Eu sou a "quebra-pescoço"... E já vi pessoas comentando de outras piadas. Eu não me lembro direito. Mas fui tirar satisfações com ele, e ainda me disse coisas idiotas.
- Deixa ele para lá. Vamos fazer alguma coisa. O que quer?

- Vamos comprar alguns doces? -Perguntei, ele travou por alguns segundos e eu me dei conta do que falei e me senti envergonhada- Desculpa... -Ele negou com a cabeça.
- Por quê? -Ele bancou o desentendido- vamos comprar doces.

Agarrei sua mão ao caminharmos, enquanto acompanhava seus passos.
- Comprou uma bandana nova? -Perguntei, sorrindo.
- Comprei. Gostou?
- Sim. Gostei desse tom de verde, você ficou gatinho.

- Gatinho? -Ele sorriu.
- É.
- Talvez você deva tomar cuidado com o meu charme, então.
- Não, Arellano. É você quem precisa tomar cuidado com o meu charme.

(...)

Nos sentamos no banco de uma praça enquanto comíamos balas e bombons.
Havia uma van preta estacionada, e meu estômago embrulhou.

Obviamente nada iria nos acontecer. Aquela van era totalmente diferente, e o sequestrador está morto.
Mas olhar para uma, é como se estivesse novamente no momento do sequestro.

- Quer sair daqui? -Robin perguntou. Ele provavelmente também teve flashbacks, mas não está assustado. Ou, ao menos, ele sabe lidar com isso melhor do que eu.
- Não. Está tudo bem.

Conversamos por mais algum tempo, depois decidimos voltar para nossas casas. Não havíamos avisado nossas mães e elas deviam estar preocupadas.

- Valeu. Te vejo amanhã? -Perguntei, deixando um beijo em seus lábios.
- Claro.

Acenei para ele antes de fechar a porta.
- Aonde você estava? -Minha mãe perguntou.
- Saindo com o Robin... Desculpa, esqueci de passar em casa para te avisar.

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Publicando mais um capítulo hoje!!
Gostam do casalzinho Arya e Robin??

𝑫𝒂𝒓𝒌 𝑹𝒐𝒐𝒎 // ʀᴏʙɪɴ ᴀʀᴇʟʟᴀɴᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora