Capítulo 9.

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POV Ludmilla Oliveira

Havia acabado de trancar a porta do meu apartamento quando senti meu celular vibrando no bolso de trás da minha calça.

Deixei o molho de chaves em cima da mesa e andei em direção ao sofá, enquanto tirava o celular do bolso para atender à ligação.

Me surpreendi ao ver o nome de Brunna brilhando no visor do aparelho. Sem pensar duas vezes, atendi a ligação:

— Brunna?

— Oi, Lud... — sua voz estava um pouco rouca.

— Você está bem? — perguntei.

- Você está ocupada? - ela me respondeu com outra pergunta.

— Não muito, acabei de entrar em casa. Aconteceu alguma coisa? Você está bem?

Ou o que faria Brunna Gonçalves me ligar às 21:30 de uma sexta-feira?

— Vai ficar se você pode vir aqui em casa. Aconteceu uma coisa e eu não quero ficar sozinha.

Arregalei os olhos quando uma latina terminou de falar.

Ela estava realmente me convidando para ir até sua casa? À noite?

Ouvi o barulho de algo pesado atingindo o chão e quando me dei conta, percebi que tinha deixado meu celular cair.

— Merda! — resmunguei ao virar o aparelho e perceber que sua tela estava parcialmente rachada.

— Ludmilla? — ouvi uma voz feminina em um tom bem baixinho por não estar perto ou suficiente do auto falante do celular.

— Desculpe, meu celular escorregou da minha mão e caiu com tudo no chão. A tecido rachou.

- Oh meu Deus, cuidado! Eu ... - silêncio. - Tudo bem se você não pode vir, ok? Só pensei que...

Não ir?

Essa definitivamente não era uma opção.

— Estou a caminho. Uma tela rachada não vai me impedir de te ver. Chego aí em menos de 20 minutos. — levantei-me do sofá e fui em direção ao balcão para pegar minhas chaves.

— Mesmo? — ela parecia animada.

— Mesmo. Estou saindo de casa agora. — tranquei a porta e apertei o botão, chamando o elevador.

— Porra! — ela disse após ficar alguns segundos em silêncio.

— Tudo bem por aí? — perguntei preocupada.

— Sim. Eu só tropecei aqui.

— Tente se manter viva até eu chegar, ok? — brinquei.

— Não posso prometer nada. — ela riu.

O barulho do elevador anunciou que ele finalmente havia chegado até meu andar, então resolvi encerrar a chamada antes de perder o sinal:

— Até daqui a pouco, Brunna. — me despedi.

— Até! — ela respondeu.

[...]

O trajeto até o apartamento de Brunna foi tranquilo. O trânsito era quase inexistente naquele horário.

Estacionei meu carro no mesmo lugar onde havia estacionado na primeira vez que a trouxe até sua casa. Tranquei-o e atravessei a rua com cuidado.

Chegando ao outro lado, subi alguns degraus até chegar ao portão, onde apertei o botão do interfone:

— Olá, boa noite! — falei.

— Boa noite, senhorita. Como posso ajudá-la? — uma voz masculina respondeu.

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