Capítulo 4.

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POV Brunna Gonçalves

"— Sua nova chefe... Está olhando pra ela. — arqueou levemente a sobrancelha esquerda, abrindo um sorriso."

As palavras de Ludmilla ainda ecoavam pela minha cabeça.

Tentei me concentrar no fato de que não era nada demais, afinal coincidências acontecem, não é mesmo? O mundo é pequeno!

— Então quer dizer que iremos trabalhar juntas? — eu piscava rapidamente, ainda tentando processar a informação.

— Basicamente, sim. — ela pegou seu celular e checou as horas. — Você tem algum lugar para ir agora?

Forcei minha mente a lembrar qualquer compromisso que poderia ter marcado com alguém e não encontrei nada.

— Não, estou livre o resto do dia. Por que?

— O que acha de irmos tomar um café? Assim eu te explico o que vamos fazer juntas. Eu conheço uma cafeteria ótima aqui pertinho.

— Por mim está perfeito! — abri um sorriso.

Descemos as escadas e quando nos aproximamos da saída, percebemos que o mundo estava caindo lá fora. Uma chuva muito forte tomava conta da rua inteira.

— Droga, não vamos poder sair. — falei.

— Vamos sim. Apenas uma pequena mudança de planos. Ao invés de irmos a pé, vamos no meu carro. — Ludmilla balançou as chaves.

[...]

— Vamos ter que nos molhar um pouquinho agora. — Ludmilla falou, estacionando o carro.

Olhei ao redor, procurando por uma cafeteria e encontrei um letreiro muito conhecido por mim.

"Gonçalves's Coffee"

Comecei a rir.

— É sério que me trouxe aqui? — perguntei ainda rindo.

— O quê? Vai me dizer que você não gosta do café que a sua mãe faz. — Ludmilla virou pra mim.

— Não é isso. De todas as cafeterias de Nova Iorque, essa seria a última que eu poderia imaginar que você me traria.

— Bom, culpe a Dona Mia. Essa é a melhor cafeteria da cidade inteira. — balançou a cabeça concordando com o que acabara de dizer.

— Não posso discordar, é mesmo. — sorri com a língua entre os dentes.

Ludmilla me encarou por alguns segundos e sorriu de volta.

— Vamos? — ela disse.

— Como vamos fazer isso? Sair correndo na chuva e chegar parcialmente molhadas, ou andar devagar e chegar ensopadas? — perguntei, virando-me pra ela.

— Primeira opção. Só... tente não cair.

— Prometo tentar. — respirei fundo. — No três?

— Um... — ela falou, se preparando para abrir a porta do carro.

— Dois... — continuei a contagem, repetindo o gesto dela.

— TRÊS! — falamos juntas e, sincronizadamente fechamos as portas e nos juntamos na calçada.

Ludmilla apertou o botão da chave e o carro foi trancado. Fomos para debaixo de um pequeno toldo, onde esperamos o farol fechar.

— Quando o farol fechar, seja rápida, mas cuidado para não cair. Apenas me siga. Vai dar tudo certo.

A chuva parecia ter apertado ainda mais. Os carros começaram a reduzir a velocidade, o que significava que o farol provavelmente estava amarelo.

— É agora!

The rain Onde histórias criam vida. Descubra agora