Capítulo 42.

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POV Brunna Gonçalves

24 de dezembro de 2015, Véspera de Natal, Nova Iorque - EUA - 09:30 A.M.

Acordei pela manhã com a forte claridade entrando pela janela do meu antigo quarto.

Espreguicei-me lentamente na cama, sentindo cada pedacinho da minha coluna se encaixando entre si, o que me fez gemer em satisfação.

Fitei por alguns segundos o teto branco do meu quarto de solteira e quando me dei por satisfeita, levantei-me, indo até a janela, que estava embaçada.

Desenhei um rosto sorridente no vidro e por entre o desenho pude ver que a neve caía suavemente do lado de fora da casa.

Respirei fundo, na tentativa falha de acalmar a ansiedade que começava a se espalhar pelo meu corpo.

O grande dia havia chegado.

O dia do meu casamento.

Desci as escadas correndo e assim que cheguei ao andar debaixo percebi a agitação da minha família.

— Bom dia, noiva! — minha irmã passou apressada por mim com uma caixa gigante em mãos.

— Bom dia! O que é isso? — perguntei curiosa.

— Suas lembrancinhas! — ela gritou já do lado de fora da casa para que eu pudesse ouví-la.

— Você dormiu bem, querida? — minha avó apareceu na cozinha como um fantasma.

De onde ela havia surgido?

— Abuelaaaa! — praticamente gritei ao vê-la. — Quanto tempo! — abracei-a. — Quando foi que a senhora chegou?

— Chegamos hoje cedinho. — ela respondeu.

— Chegamos? — perguntei, não entendendo o uso do plural.

— Eu, seu avô, suas tias e tios, seus primos, viemos todos! Ou você achou que iríamos perder o seu grande dia? — ela parecia animada.

Jesus Cristo.

— A senhora viu minha mãe? — tentei parecer calma.

— Ah, querida, a última vez que eu a vi ela estava lá fora com seu pai. — minha avó respondeu. — Você já comeu alguma coisa? Quer que eu prepare um café? Um chá? Umas tortillas?

— Eu já venho comer, abuelita! Só preciso muito achar minha mama. — tentei desconversar.

Eu não havia contado para toda minha família que iria me casar com Ludmilla.

Será que eles vieram pensando que meu noivo ainda era Matthew?

— É rapidinho, niña! Enquanto você procura sua mãe eu vou preparando aqui, tudo bem?

— Ok, abuelita! Pode ser! — sorri nervosa, indo até a porta dos fundos.

Desci as escadas e assim que o fiz me arrependi imediatamente, sentindo o frio cortante chocar-se contra o meu corpo quente.

Avistei minha mãe próxima ao meu pai, no fundo do quintal.

— BRUNNA! — ela gritou assim que me viu saindo apenas de pijama para o lado de fora da casa.

— Mama! Eu preciso muito falar com você e...

— Já pra dentro! — ela falou brava. — Quer ficar doente no dia do seu casamento? Está louca?!

Voltei correndo para dentro de casa e assim que o fiz pude ouvir a porta atrás de mim sendo fechada.

— Oi. — falei para a mulher parada à minha frente.

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