Capítulo 19.

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Maratona - (3/5)

POV Brunna Gonçalves

Fui acordada pela claridade do dia que insistia em entrar pelas janelas. Ainda sonolenta e com os olhos pesando, lentamente virei-me de barriga para cima e fitei o teto.

A sanca de gesso era diferente da sanca do meu quarto.

Senti uma pontada na cabeça e rapidamente levei minha mão até o local, sendo invadida pelas memórias da noite passada:

Ludmilla me emprestando suas roupas, nós duas cozinhando juntas e bebendo vinho...

Eu dormindo em seu quarto.

Sentei-me depressa na cama, me arrependendo no instante seguinte.

Minha cabeça parecia que iria explodir.

Olhei ao meu redor e procurei por Ludmilla, que não estava em nenhuma parte do quarto.

Voltei a me deitar e ao virar-me de lado encontrei a bananinha de pelúcia que ela havia me dado de presente. Peguei-a e a abracei, sendo invadida pelo delicioso perfume de Ludmilla.

Depois de alguns minutos processando a informação de que havíamos dormido juntas, decidi me levantar, afinal eu não estava em minha casa.

Caminhei até a cozinha e encontrei Ludmilla de frente para a pia e de costas para mim.

Ela estava fazendo café.

— Bom dia! — falei me aproximando de onde ela estava.

Ludmilla virou-se em minha direção e abriu um sorriso.

— Bom dia, bela adormecida! Estou preparando nosso café da manhã.

— E em que eu posso ajudar? — perguntei, rindo de seu apelido.

[...]

Depois de tomarmos café da manhã juntas, Ludmilla se ofereceu para me levar de volta para casa e agora havíamos acabado de sair da loja de vestidos, onde paramos para que eu pudesse recuperar minhas chaves.

Enquanto Ludmilla dirigia, aproveitei para observá-la discretamente.

O jeito delicado em como ela segurava o volante com a mão direita enquanto a esquerda apoiava seu rosto. Seus cabelos negros esvoaçantes devido ao vento que entrava pela janela. O olhar centrado no trânsito. A agilidade para trocar as marchas do carro.

Tudo nela era encantador.

Por um minuto cheguei a me perguntar como seria encontrá-la todos os dias, acordar ao seu lado e tê-la me protegendo sempre, assim como ela havia feito ontem ao me segurar depois de ter caído por cima de seu corpo.

E pela primeira vez não me senti culpada em pensar nela de outra forma.

— Bru, está tudo bem? — ela perguntou me olhando.

— Sim! — falei, interrompendo meu fluxo de pensamentos.

— Que susto! Eu te chamei duas vezes, mas você não respondeu e ficou me olhando. Fiquei preocupada. — ela sorriu.

— Eu só estava pensando em algumas coisas, desculpe. — sorri também. — O que queria me dizer?

— Nada demais, só que já chegamos ao seu apartamento. — ela apontou pela janela e eu pude ver meu prédio.

— Oh meu Deus, eu esqueço que você é rápida. — brinquei. — Muito obrigada, Lud. Eu te dei um trabalhão nas últimas 24h.

— Se isso é me dar trabalho, espero que aconteça mais vezes. — ela respondeu.

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