Capítulo 39.

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POV Brunna Gonçalves

Endorfina.

O hormônio do bem estar e conforto circulava veemente por entre as veias do meu corpo enquanto eu corria pelo Central Parque.

Fazia um bom tempo que eu não saía para correr sozinha.

Depois de termos acordado juntas, Ludmilla e eu tomamos café da manhã, trocando alguns carinhos e beijos pra lá de quentes depois de quase termos inundado o apartamento enquanto lavávamos a louça.

Nossa manhã foi interrompida por uma ligação de Silvana, que solicitou a presença de Ludmilla na loja de vestidos para auxiliar em algo do departamento financeiro.

Ludmilla se arrumou extremamente relutante com a ideia de ter que me deixar sozinha após um final de semana tão gostoso, mas eu insisti para que ela fosse trabalhar, afinal, arrumar problemas com a minha sogra era algo que definitivamente não estava em meus planos.

Fiquei deitada em minha cama por mais alguns minutos, até ser invadida por um turbilhão de pensamentos que estavam apenas esperando a oportunidade para vir à tona e tomar toda a minha atenção para si.

Todos eles envolviam a única pessoa a qual eu pensava durante minhas manhãs.

Ludmilla.

Levei minhas mãos até o travesseiro ao meu lado e o pressionei contra minha cabeça, gritando abafado na tentativa de liberar seja lá o que eu estivesse sentindo.

Coloquei-me de pé e procurei minhas roupas de treino, com as quais eu costumava correr todas as manhãs.

Arrumei-me de forma impressionantemente rápida e quando percebi, já estava atravessando a portaria após desejar um bom dia para Jamie.

Fiz meu caminho até o parque que ficava há poucos minutos do meu prédio e me alonguei em um dos bancos próximos à entrada antes de começar a correr.

E aqui estava eu.

Sentindo o vento gelado da manhã batendo contra meu corpo enquanto eu corria pelo parque.

Enquanto corria, eu podia sentir meu coração batendo dentro do peito, bombeando o sangue que se espalhava a cada segundo por entre minhas veias.

Minha respiração quente e ofegante saía por entre meus lábios, colidindo com a brisa fria do lado de fora do meu corpo, o que gerava uma pequena fumacinha.

Eu podia sentir as gotas de suor em minha testa escorrerem lentamente pela lateral do meu rosto, alcançando a curva do meu maxilar e deslizando até o meu pescoço.

Meu cabelo, preso em um rabo de cavalo, batia contra minha nuca a cada nova passada que eu dava enquanto meus ouvidos estavam atentos aos sons do parque.

Algumas crianças brincavam na grama, outras corriam livres pela pista onde eu estava, se misturando com alguns adultos que também praticavam atividades físicas.

Enquanto eu corria, observei um grupo de senhoras em uma aula de zumba ao ar livre, e por alguns segundos cogitei a ideia de me aproximar para participar.

Porém fiquei com vergonha.

Essa já era a terceira volta que eu dava ao redor do parque e ora ou outra eu acabava me encontrando com algumas pessoas que também continuavam o percurso de corrida.

Comecei a sentir minhas panturrilhas queimarem e meu abdômen enrijecer, então decidi parar um pouco para descansar.

Me aproximei de uma árvore enorme e sentei-me na grama, deixando com que minhas costas ficassem apoiadas no tronco.

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