03

165 19 0
                                    

Pov. Will Solace

Os três dias se passaram rapidamente e apesar de todos os resmungos de Nico ele estava bem mais saudável e disposto. Toda aquela tensão entre nós se dissipou restando o conforto da presença um do outro, o que me deixava muito feliz, pois tudo que eu mais queria era continuar perto dele e ser seu amigo.

Mentir pra ele tudo bem, mas mentir pra mim era difícil. Ser amigo dele não era tudo que eu queria, eu conhecia bem demais os meus próprios sentimentos pra saber que esse tremor nas pernas, o suor nas mãos e a ansiedade em vê-lo não é só coisa de amigo, mas resolvi ignorar sabendo que eu não teria a menor chance.

Nico tinha voltado pro seu chalé me deixando um tanto vazio. Bufo ao guardar meu estetoscópio e ouço os passos de Kayla se aproximando.

– E aí maninho.

– Oi.

– Nossa Will, que desanimo. Onde está meu irmão sorridente e o que você fez com ele? – Ela brinca me fazendo cócegas.

– Estou aqui, só estou cansado e...

– Nico di Ângelo. – Ela diz se jogando na cama mais próxima.

– O que? – Pergunto confuso encarando a bela garota a minha frente.

– O motivo desse desanimo é Nico di Ângelo não estar mais aqui, acertei? – Os olhos azuis dela brilham em malícia e um sorriso diabólico se forma no rosto travesso da minha irmã mais nova.

– Eu odeio você. – Digo sentando na cama e ouço uma gargalhada doce invadir meus ouvidos.

– Ah Will, você é tão transparente, tá na cara que você afim do Di Ângelo.

– Como assim, na cara?

– Só de olhar pra você dá pra perceber. Eu vim aqui durante os três dias em que Nico estava e, meus deuses, não sei o que você fez, mas Nico di Ângelo estava sociável e até menos assustador. Não sei o que aconteceu aqui, mas fez muito bem aos dois.

– Tenho medo de não ser bom o suficiente pra ele... não sei, tem o Jason e o Percy que são...

– Amigos dele. Percy o protege como a um irmão e Jason também. Will, você só precisa ser você. Pelo que vi quando estive aqui, Nico gosta muito de você sendo você! Não seja idiota e não deixe o ciúme cegar você, o Di Ângelo nunca deixou ninguém se aproximar William! Acorda! Vai pegar o boy!

– Kayla! – grito repreendendo-a e ela gargalha outra vez. – Você fala de mim, mas basta o Connor se aproximar pra você começar a gaguejar.

– Will! – Ela grita e dessa vez sou eu quem rio.

– Tudo bem, senhora "eu vou te matar", já estou indo e bom plantão. – Deposito um beijo na bochecha dela e caminho para fora da enfermaria.

O sol pinica na minha pele me fazendo sorrir, é quase como um abraço de pai. Olho o horizonte vendo os campos de morangos e respiro fundo tragando o cheiro da fruta que eu tanto amo, me aproximo decidido a colher alguns escondidos e rapidamente encho uma caixinha pequena e saio apressado em direção aos chalés.

Do lado masculino vejo a construção negra com a porta aberta e caminho até lá.

– Posso entrar? – Pergunto da porta não vendo ninguém no primeiro cômodo.

De repente Nico surge suado e sem camisa com os cabelos presos num mini rabo de cavalo e eu enrijeço sentindo um calor me cercar.

– Will, claro! Eu estou mudando algumas coisas nesse chalé vampiresco. – O moreno fala sarcástico e eu entro o acompanhando ainda tendo dificuldade para respirar.

Sempre foi vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora