Pov. Nico di Ângelo
Acordei sentindo meu corpo menos dolorido, não sei o que Will e Beatriz me deram, mas foi bastante eficaz já que quase não estou sentindo dor. Espero meus olhos se acostumarem a claridade do lugar e suspiro com o sentimento de alívio por ter meu raio de sol comigo.
– Quem bom que acordou. – Beatriz aparece do meu lado direito com alguns comprimidos e água.
– Bom dia, obrigado.
– Nico, beba esses remédios que – ela vacila – nós fizemos enquanto eu pego sua comida. – Beatriz desaparece quase tão rápido quanto entrou.
Engulo os remédios e a vejo voltar com uma bandeja.
– Beatriz, você poderia chamar Will? – Pergunto.
– Will não está.
– Que? Mas, como assim, não está? Pra onde ele foi? – Pergunto sentando na cama.
– Nico, calma, por favor. Will, bem, ele precisa ficar sozinho e...
– O que está acontecendo? – Grito sem paciência e a garota chora me deixando com o coração pesado.
– Desculpe. Me desculpe Nico – Ela cai num pranto de choro e Austin entra na enfermaria.
– Eu não queria te assustar, desculpe. – Peço com pesar.
– Tudo bem Bia, eu falo com Nico. – O garoto loiro diz consolando a irmã.
– O que está acontecendo? – Repito a pergunta.
– Nico, depois que vocês chegaram Will contou como tudo aconteceu, inclusive sobre a maldição.
– A maldição... Deuses, onde está o Will, eu preciso ir vê-lo agora! – Pergunto aos berros tentando me levantar da cama, mas vou impedido por Austin.
– Espere e se acalme! Me deixe explicar, você precisa entender antes de ir vê-lo. – ele grita e eu fico quieto na cama.
– É tão ruim assim? – Pergunto quase sem forças.
– Will perdeu a memória.
– Mas...?
– A memória dos últimos cinco anos. Sinto muito Nico, Will não lembra de você. – Ele diz com os olhos marejados e eu sinto toda a dor se concentrar no meu peito.
Sem forças ou coragem pra levantar eu desabo novamente na cama sendo preenchido pelo medo de nunca mais ter Will e pelo ódio daquela quimera maldita. Fico em silêncio digerindo aquela notícia e Austin, que eu penso que vai embora, senta-se ao meu lado chamando a minha atenção.
– Eu sei que, provavelmente, você não quer conversar e eu não vou forçar. Só quero dizer que você deveria procurar Will, deveria falar com ele mesmo assim, Will ama você Nico e eu duvido que o corpo e o coração dele tenham esquecido de você. – Ele fala e, em seguida, se levanta caminhando para o escritório da enfermaria.
As palavras de Austin ecoam na minha mente e eu analiso qual a probabilidade daquilo acontecer. Suspiro deixando o peso dos acontecimentos assentarem no meu coração e fecho os olhos por alguns segundos. Relaxo na cama apenas sentindo... Sentindo a dor de perder Will pro esquecimento, o medo de nunca mais tê-lo comigo e a impotência de não conseguir salvá-lo por completo.
Não sei se é delírio, mas o cheiro dele invade minhas narinas e eu me mantenho quieto e de olhos fechados. Sinto um calor próximo a mim e me reteseio ao sentir um pequeno calafrio que, costumeiramente, eu sentia ao toque quente de Will na minha pele fria.
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Sempre foi você
FanfictionQuando Nico se despediu de Percy e Annabeth, girou nos calcanhares e veio na minha direção eu juro que senti meu estômago se revirar. Santo Apolo, esse garoto era tão lindo quanto misterioso e ranzinza. Nico di Ângelo aceitou os três dias de descans...