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Pov. Nico di Ângelo

Talvez, se eu não fosse filho de um deus não tivesse condições de ter acompanhado tudo que aconteceu. Depois do assobio ultrassônico de Will tudo ficou extremamente silencioso, por alguns segundos, até que um rugido de leão preencheu o ambiente e uma fera surgiu entre eu e Will. O monstro era uma mistura, ele tinha cabeça de bode, um rabo de serpente, as patas dianteiras de répteis e as traseiras bovinas e no peito havia uma cabeça de leão. Era horrível!

– WILL! – Grito apavorado. – Saia daí agora!

Ele parece aterrorizado o bastante para não conseguir andar.

– Will! – Kayla grita e dispara uma flecha na direção monstro.

– Kayla fique onde está! – Ele ordena chorando.

Jason pega Kayla e Austin e voa levando-os para longe, Beatriz está com o restante dos seus irmãos longe o bastante para estar segura. Eram apenas nós três. Avanço sem nem pensar duas vezes e ataco o monstro por trás, eu queria atrair toda a atenção dele pra mim.

– Ei, seu bicho feio, eu vou te matar! – Grito pro monstro e ataco.

Minha espada fatia o ar ao lado do monstro, mas o rabo serpente dele é astuto e cospe ácido. A cabeça de bode continua encarando Will e o mantendo encurralado. Invoco as sombras com todo o meu poder e vejo ossos rasgando o chão e se juntando, em segundos três soldados romanos estão atacando o monstro.

Vejo Will se esgueirar devagar e defiro um golpe que fere a parte superior da pata dianteira do bicho, um urro de dor preenche o ambiente, mas o meu ataque não é forte o bastante para desfazê-lo em pó. O monstro ataca meus soldados com seus enormes chifres de bode e eu rolo no chão mudando de lado e num golpe certo corto a serpente que explodi em ácido atingindo meu braço, rosto e tórax.

– NÃO! – O grito de Will é quase tão horrível quanto seu assobio. – NICO! NÃO! Ei, monstro eu estou aqui! Não vou mais lutar, me leve!

Caio no chão sem forças sentindo meu poder se esvair de mim, queria gritar para aquele idiota calar a boca, mas eu não tinha forças. Vejo Jason invocando raios que atingem o monstro, mas parecem não afetá-lo, o chalé de Apolo atira flechas, mas é em vão, o monstro sabia o que queria, ou melhor, quem queria. A grama a minha volta fica marrom e antes da minha visão escurecer vejo Will correndo na minha direção e o monstro o segurar numa mordida, correndo para dentro da floresta e levando-o para longe de mim.

Um turbilhão de sonhos e pensamentos atormentam a minha mente e tudo só fica melhor quando a imagem dele aparece. Will, sorrindo para mim, na minha cama. Ele parecia tão feliz rindo de alguma provocação ou brincadeira minha.

Acordo sentindo como se eu não escovasse os dentes há três dias e tento focar em alguma coisa. A cabeleira loira de Jason, por um segundo, me faz ter esperança que era Will, mas é ridículo, eles não têm semelhança alguma.

– Que bom que acordou. – Ele diz tenso, mas tenta sorrir.

– Will... Vocês resgataram Will?

– Nico, você precisa se recuperar primeiro...

– NÃO! ONDE ESTÁ WILL? – Eu grito tentando me sentar, mas sou impedido por Beatriz que entra no cômodo com pressa.

– Nico, você precisa se acalmar. – A garota loira e de pele bronzeada sorrir pra mim e eu vejo um resquício de Will na paciência dela.

Respiro fundo afrouxando o punho e tento relaxar na cama, meu corpo todo doía e queimava, era quase como está sendo cozido em fogo baixo.

Sempre foi vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora