" Quanta ousadia, Kimhan? "

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Kimhan

Ao entrar na sala do meu pai, dei-me de cara com ele de pé em frente a janela.

- Olá, filho! Há quanto tempo. - Ele fala ainda sem se virar.

- Apenas um mês...

- Senti sua falta! - Dou uma risada irônica.

- Percebi. Mandou até vasculharem meu apartamento! - Ele sorriu fraco. - Pensou que eu não descobriria?

- Como tem tanta certeza que foi eu?

Ele se senta na poltrona, que ao lado havia uma mesa com um jogo de xadrez. Isso já era de se esperar, toda vez que venho aqui é assim. O filme se repete.

- Você pode passar a perna em Porsche e em até mesmo em Anakinn, mas em mim não!

Pego o gravador que estava em pedaços e  joguei em cima da mesa.

- Quando tentar algo contra mim, faça certo! - Ele ri novamente. Isso já está me deixando bastante irritado.

- Vi que agora está se relacionando com o irmão do Porsche!

- Isso não vem ao respeito. - O tirei de tempo.

- Eu esperava bem menos de você, Kim. - Ele direcionou o olhar para a vista da janela - O amor é um fracasso. Te deixa um fraco!

Ele redirecionou seu olhar para mim.

- Isso não é bom para os meus planos! - Ele balbuciou, me fazendo cruzar os braços.

- Independente do que for. Quero que saiba, que eu estarei bem atento, em cada passo que der!

- Quer me dizer que tem alguém me vigiando? - Indagou o mais velho.

- Não certamente. Mas acho que o senhor deveria ficar de olhos bem abertos, pois sou mais novo e sou o pior de todos..

- É por isso que sempre foi o nosso preferido!

Coloquei as mãos no bolso, ao ouvir mentiras e mais mentiras, não?

- Esse papo já está chato.

- Certo. Vamos ter o treinamento dos guarda-costas, quero você aqui!

- Se eu não estiver ocupado.

- Amanhã, às 14h da tarde!

Andei para fora do cômodo, já podendo ver uma movimentação estranha em relação aos guarda-costas.

Andei em passos rápidos, ao passar na minha cabeça que estaríamos sendo confrontados novamente. Mas era apenas, Tankhun cantando.

Procurei Chay, mas ele não estava ali.

- Sabemos que na voz, você não puxou o P'Khun. - Ele aparece ao meu lado. Rio com seu comentário.

- Não deixe ele ouvir isso. - Falei sarcasticamente. - Vamos? Preciso resolver algumas coisas.

Peguei em sua mão, e então, saímos dali. O mesmo reclamava, o porquê de eu ter estacionado o carro tão longe.

- Nossa, Kim. Estou bravo!

- Mimado, você está mimado. - Digo, enquanto andávamos de mãos dadas.

- Não, meu amor, minhas pernas estão doendo! Não é sobre ser mimado.

Eu deixei um sorriso bobo escapar, ele me olhava confuso.

- O que foi? - Ele perguntou.

- Estou vendo o quanto você está mimado!

- Para, Kim.

Paro e ele me olha sem entender, pego o mesmo jogando seu corpo em meu ombro. Estão vendo, o quanto estou apaixonado?

Era para mim estar fazendo isso? Não, não era.

Mas caralho, eu mesmo caí na minha armadilha. Me apaixonei por um adolescente rebelde, que eu tanto amo.

Caralho... Eu o amo.

- Me Solte, P'Kim! - Ele batia em minhas costas.

- Quieto, anjo! - Digo, espalmando sua bunda.

- Quanta ousadia, Kimhan?!

Coloco ele no chão, próximo a porta do carro. Ele me olhava incrédulo, como se eu tivesse ofendido ele com os piores palavrões possíveis.

- Estava me sentindo um saco de batata, Kim. - Rio baixo - Abre a porta para mim...

- Ah não, você não vai me obrigar abrir a porta do carro para você, não é? - O olhei desacreditado.

- Vamos, Kim, seja um cavalheiro.

Cerrei os olhos, abrindo a porta do carro para o mesmo. Estou vendo que vou virar um pau mandado.

Ele entra rindo.

Nos dirijo em direção à casa do garoto. Já que eu tinha que deixá-lo em casa. Mesmo sabendo que ele corre perigo ao estar se relacionando comigo.

E isso é o que de fato me deixa intrigado. Mas eu não posso me afastar dele novamente. Eu me afastar, eu já vi que não vai dar certo.

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Até mais! 🪐

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