TOUCH ME

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Amor, eu quero te ver nua
Me dê seu espírito líquido
Eu só quero te amar esta noite


Ethan pensava seriamente em sair para almoçar enquanto subia as escadas. Então, sua campainha tocou e estranhou. Não aguardava ninguém. Abriu a porta e viu um entregador do restaurante chinês do bairro.

- Com licença, senhor! - O homem disse tímido, preocupado com o elevador. - A campainha da sua vizinha não está funcionando e preciso descer logo. Estacionei onde não é permitido. Posso deixar com você? Já está tudo pago.

- Claro. - Ethan estendeu o braço para pegar a comida e viu o entregador descendo às pressas, agradecendo. Não conseguiu não achar graça na situação.

Uma vizinha, é? Então seria um prazer.

Fechou a porta e apoiou o embrulho no aparadouro recém organizado. Penteou os cabelos e vestiu uma roupa mais apresentável do que um conjunto de moletom. Apostou em uma camisa do Rush e uma calça jeans.

Pegou o pacote e bateu a porta de sua nova vizinha. Conseguia de longe ouvir Feeling Good.

"Sexy", ele pensou.

Então a porta se abriu. Seu coração dividiu entre raiva e surpresa. Antonella Donati perto de estar nua em sua frente. Sua nova vizinha.

- Roma tem 1200 km² e você descobre onde eu moro com um passe de mágica? - Antonella perguntou incrédula.

- E ainda assim, com tanto espaço, você mora justamente ao lado do meu apartamento? - Ethan perguntou um tanto sério já que o clima havia, aparentemente, dissipado.

Antonella o olhou com calma, como se fosse um vinho recém decantado que merecesse ser degustado lentamente, gole por gole. Estava com uma roupa simples e segurando um pacote de comida, que, supostamente era seu almoço. E sua expressão séria. Aquilo a fez rir de canto e encarou no fundo dos olhos.

- Como descobriu onde eu moro?

- A Sony providenciou tudo para mim. - Ela explicou enquanto limpava o suor da testa com a barra da camiseta branca. - Local, mudança. Dessa vez sou inocente. Vamos guardar esse pique para a turnê. Poderemos brigar mais vezes lá.

- Encare isso como um presente de boas vindas. - Torchio disse entregando o embrulho nas mãos de Donati, reparando na cor vermelha de suas unhas longas e afiadas. - Se quiser dormir comigo a porta estará sempre aberta. Durante a turnê ou depois. Ou antes.

- Que desespero, Torchio.

Ethan se apoiou no batente da porta e deu um sorriso malicioso.

- Você disse que ainda vamos transar. Só estou deixando claro que pode ser quando você quiser. Se não tivesse com almoço até chamava você para vir comigo.

- Não quero ser vista com você novamente em público. - Donati reclamou com as sobrancelhas franzidas visivelmente desgostosa. Mas, tinha uma ideia melhor. - Prefiro ficar uma vida sem transar do que passar por isso de novo.

O homem riu. Com o polegar e o indicador fechou o queixo de Antonella. Não sabia porque ele fazia aquilo de forma tão lenta e deliberada e não conseguia tirar os olhos dos olhos dele, que, não eram tão escuros olhando de perto. Ethan parou a um palmo de seus lábios:

- Podemos transar em um lugar privado, então.

- De preferência. - Antonela murmurou sentindo o cheiro de cigarro e do chiclete de menta que vinham dos lábios do homem. - Não gosto de fazer essas coisas em público.

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