Eu não deveria ser deixada sozinha
Essas situações vêm com preços e vícios
Eu acabo em crise
Nell acordou como em todas as manhãs. Praticou yoga, pole dance e tomou banho. Comeu um pouco de mingau de aveia e se vestiu apropriadamente para a terapia. Aliás, não era sem tempo.
Deixou o apartamento com certo receio de encontrar alguém no corredor já que sabia que estava atrapalhando sua vida com seus gemidos altos e não queria constrangimento. Aliás, fazia quase uma semana que não se falavam e aquilo machucava de certa forma.
Pegou sua moto e partiu em direção ao consultório aproveitando a manhã ensolarada após dias chuvosos. O caminho era calmo já que ainda era cedo e não tinha trânsito. Estacionou na porta do estabelecimento. Tocou a campainha enquanto tirava o capacete e ajeitou o cabelo.
- Entre, senhorita Donati. Fique confortável. É um prazer te conhecer pessoalmente!
- O prazer é meu, doutora Mancini.
- Por favor, me chame de Giullia.
Nell reparou no ambiente tranquilo. As paredes em um tom de coral. Os certificados na parede e a decoração quase hippie do ambiente e as poltronas aparentemente confortáveis. Era um ambiente bem pensado para sala de espera.
O consultório era um pouco mais sóbrio e um pouco menor do que construiu na sua imaginação. Tinha um papel de parede azul claro, uma escrivaninha na parede com um notebook e alguns itens de escritório e quadros abstratos.
Foi conduzida a sentr no sofá de veludo creme que era muito confortável enquanto a psicóloga estava a sua frente.
- Me conte. Como está desde a última vez que conversamos.
- Posso acender um cigarro? Porque estou precisando.
Viu o breve aceno de cabeça enquanto Giullia pegava um cinzeiro dentro de um armário.
Colocou o cigarro entre os lábios e acendeu, puxando uma longa tragada. Estava um pouco nervosa e aliviada para falar em voz alta tudo o que sentia.
- Desde que a platéia me atacou em Viena venho com pensamentos suicidas novamente. Tudo deu errado. O cara com quem eu estava saindo vai ser pai, voltou com a ex e nunca mais falou comigo desde então. Falávamos como se fossemos amigos e tem uma semana que não sei mais quem ele é.
- Bom de atender jornalistas é que entregam a matéria pronta para um tweet.
Nell riu, assoprando a fumaça e tirando o excesso de cinzas do cigarro a seguir.
- Não lembro muito da noite em Viena. Só de dormir e acordar no quarto dele devidamente vestida e aquecida. No celular dele tinha uma mensagem da atual namorada. Ele acha que eu sou idiota porque sei que meu contato foi alterado três vezes. Arrogante, Antonella e Nell. O dela desde sempre foi o mesmo. Amore Mio. Me questionei porque não me falou que estavam conversando para voltar enquanto a gente estava mais perto.
- Você acha que a amizade de vocês seria interrompida?
Antonella negou com a cabeça.
- Se tivesse me falado eu com certeza me concentraria em ser menos amiga e amante. Seria talvez realmente alguém que só faria sexo eventualmente. Ele me odiava. Queria que eu pagasse por ter destruído a vida dele e foi exatamente por isso que eu o escolhi para isso. Para provar que sou mais do que uma malvada sem coração.
- Por que você precisa provar alguma coisa para alguém que você não conhecia?
- Porque estava com raiva de mim e tinha um histórico muito bom para provar. Queria um desafio para fugir da minha vida. Nossa, agora eu moro em Roma e conheci alguns países. E quase morri.
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WOMANIZER
RomanceEthan Torchio teve sua intimidade revelada com uma traição à sua namorada. Antonella Donati, a jornalista que publicou a notícia, sentiu os bons ventos como um presságio para aceitar um novo emprego: iria trabalhar com o Maneskin como parte da estra...