Capítulo 4 |O menino sensível|

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Faz dias que não vejo Douma, eu não fui chamado por ele e nem fui para lá... Aos poucos fui entrando em uma certa preocupação, vivi minha vida como se nada estivesse acontecendo, sendo que eu surtava por dentro a cada segundo que lembrava do Douma e dos olhos arco-íris, e isso refletiu em casa também, já que minha mãe estava ficando preocupada comigo.

- Mãe... Eu... Eu não tô doente, é verdade!

??: Então porque está ficando sem comer? Eu vi que faz dias que está jogando o jantar no lixo na hora em que me viro.

- Desculpe desperdiçar comida.

??: E porque não come então?!

- Eu conheci... Uma... Pessoa...

??: E o que essa pessoa tem haver?

- Estou preocupado.

??: Por que?

- Faz dias que não o vejo.

??: E porque não o vê?

- Queria te ajudar na colheita... E ele não veio aqui...

??: Poderia ir vê-lo, é melhor do que ficar aqui em casa morrendo.

- Não queria que ficasse brava...

??: Não ficaria brava por algo normal, você conseguiu um amigo.

- Posso ir vê-lo então mamãe?

??: Claro, só precisa tomar cuidado, não volte tarde.

- Obrigado mãe!

Ela me abraçou uma última vez, antes que eu saísse de casa, indo em direção ao caminho que minha mente me dizia ser o certo, me guiei pela memória, e foi por ela que passei pela floresta misteriosa para chegar ao templo, estava bem cheio, com pessoas ali ao redor, resolvi me aproximar para ver o que se passava, então ao entrar vi algumas pessoas falando entre si, me concentrei em algumas escutando coisas como "Ele está bem?" Ou "É uma doença simples, não irá morrer".

- O que... - sai empurrando todo mundo.

Tive que passar por eles, os adultos tampavam minha visão, me preocupei porque se Douma era o ser que comandava o lugar, o único motivo para estarem tão preocupados só poderia ser ele - E eu tinha razão - ele não estava no lugar onde sempre ficava e ali no templo tinha uma porta da qual uma mulher saiu com uma expressão nada agradável, me aproximei do lugar e consegui passar, vendo Douma embaixo dos lençóis, dormindo com um pano molhado na cabeça.

- Douma!!!

Me aproximei de sua cama, abaixando-me ali de joelhos, vendo-o respirar tranquilamente, minha preocupação se elevou mesmo que tenha mínimas chances dele morrer, só de vê-lo assim me desespera.

- Doumaaa...- cutuquei a bochecha dele.

Douma: Haku... - Disse ainda dormindo.

- Eu tô aquiii...- segurei a mão dele.

Douma: Tá qui... - Ele sorriu para mim e abriu um pouco dos seus olhos - Eu estou doente, não é bom você ficar aqui perto...

- Eu estou um pouco doente também, fiquei preocupado com você.

Douma: Porque não está em casa cuidando da doença?

- Você é mais importante...

Douma: Sou? Que legal, amigo é mais importante?

- É sim...

Douma: Entendi... Por isso veio aqui...

- O que você tem?

Deixe A Neve Cair • AkamaOnde histórias criam vida. Descubra agora