Capítulo 2 |O garoto sem sentimentos|

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Hoje tive que buscar umas coisas um pouco mais longe de casa, algumas ervas medicinais acabaram próximo, então andei mais do que precisava sempre em linha reta para não me perder, precisava voltar para casa antes de escurecer é perigoso ficar fora, ainda sim andei pacas, para no fim não encontrar nada além de ervas que me fazem coçar inteiro, mas aquele dia eu estava com certa sorte ao meu favor - ou não, sei lá - no meio do passeio parei próximo a um lugar que tinham muitas pessoas entrando e saindo, como uma pequena criança eu só fiquei muito curioso.

- Uau... Quanta gente...

Comecei a seguir as pessoas que estavam entrando naquele lugar, uma certa multidão na porta, me espremi para passar e ao entrar la dentro vi um lugar bem mais calmo e um menino de olhos lindos chamou minha atenção ele parecia ser o foco, as pessoas estavam saindo do local após se curvarem para ele, então logo notou minha presença e ficou olhando para mim com uma expressão confusa, eu ia ficar parado ali, mas fui empurrado sem querer na direção dele por uma mulher que trombou em mim, e acabei parado de joelhos na frente dele.

??: Nunca te vi por aqui... Estranho... - disse o garoto.

- Sinto muito, não queria atrapalhar vocês, sou muito curioso.

??: Isso está aparente, mais um viajante de longe.

- Só estava em busca de ervas medicinais, sabe aonde posso encontrar?

??: Ei você - Ele se dirigiu a mulher que se esbarrou em mim, estava em um Kimono junto ao seu cabelo escuro amarrado - Pega umas ervas medicinais da colheita e entrega pro menino estranho.

??2: Sim senhor.

- Com quem estou a falar? - perguntei porque, o lugar, o jeito como as pessoas falam com ele, parece até um Deus.

??: Eu sou o Douma, sou a pessoa que comanda o templo, ou eu acho que comando.

- Ah perdão, não sabia de sua extrema importância.

Douma: Tanto faz, só veio por causa das ervas?

- Vim por conta da multidão não sabia o que estava acontecendo - senti sangue saindo do meu nariz.

Douma: Você aí, pega um papel - Ele disse ao cara que estava próximo a porta, ele apenas afirmou e foi embora - deveria tomar mais cuidado garoto.

- O que eu fiz?

Douma: Entrou em um lugar sem saber de nada, isso é perigoso para uma criança.

- Pois é, as vezes minha curiosidade me sabota, mas você também é criança.

Douma: Mas não estou sozinho, você está.

- Eu estou com você.

Douma: Está? - Ele me olhou confuso e depois disse - eu não conto como alguém.

- Por que?

Douma: Você não me conhece, e minha presença aqui não conta.

- Foi bom conhecer alguém novo.

Douma: Ta - O cara veio com o papel e entregou para o Douma, ele se levantou de onde estava e veio até mim, se abaixando na minha frente e limpando o sangue do meu rosto.

- Ah é... Obrigado pela ajuda.

Douma: Está doente? Doeu o sangue?

- Não está tudo bem, só que hoje é um dia bem quente.

Ele apenas olhou pro cara e sua presença praticamente evaporou, não entendi nada, mas Douma pegou o papel e o dobrou - de uma forma totalmente errada, mas eu relevei - Ele sempre fica sério, isso é estranho.

Deixe A Neve Cair • AkamaOnde histórias criam vida. Descubra agora