•OLÍVIA•

fui abrindo meus olhos devagar, ainda sentido minha cabeça latejar de dor.
quando consegui voltar a ficar 100% consciente pude observar com atenção o lugar onde eu estava.
parecia uma casa normal, porém meio moderna e grande, era de madeira e tinha belos móveis.
o cômodo em que eu estava aparentemente era a sala, meu corpo estava sentado no chão encostado em um sofá atrás de mim.
para o meu desespero, eu estava amarrada nos pés e mãos, com uma fita em minha boca, não podia ser verdade, eu fui sequestrada?

comecei a me debater tentando me soltar, já sentindo o desespero inundar meu corpo.
até que pude ver alguém vindo lentamente na minha direção, o homem de antes.
agora estava sem máscara e capuz, com um sorriso no rosto.
apesar de toda a situação não podia negar o quanto aquele homem desconhecido era bonito, até parei por um segundo para observar os detalhes dele, consegui ver uma tatuagem de cobra em seu pescoço que parecia terminar nas costas, ele tinha cabelos pretos intensos que ficavam um pouco no seu rosto.
também percebi que ele tinha uma cicatriz reta em um olho, como se alguém tivesse cortado com uma faca.

ele então parou a minha frente, me olhando de cima a baixo.

-o que foi? já se apaixonou por mim? (ele disse convencido, soltando um riso debochado, sua voz era rouca e fodidamente intimidadora)

eu apenas o fitei com raiva, pois não podia dizer nada pela fita em minha boca.

-sabe, você não deveria tratar velinhos tão meigos daquela forma, eles pareciam realmente gostar de você. (ele falou se sentando a minha frente) -bem, você deve estar confusa, vou te explicar tudo porque não gosto de perguntas e não quero você me perturbando com elas mais tarde.

então ele se levantou e começou a falar, andando de um lado para o outro.

-eu havia ido comprar mantimentos no mercadinho que tem a umas 5 horas daqui, percebi que um senhor falava alegremente sobre sua neta estar fazendo 18 anos, então perguntei mais sobre, porque ele parecia animado falando. (ele deu uma pausa, puxando o ar) -então ele me contou tudo, sobre como e porque você foi morar com eles, falou sobre você ter uma personalidade difícil mas ter um bom coração, o que não me parece verdade. (então ele se agachou até ficar na altura do meu rosto) -então decidi seguir ele, pois fiquei curioso para conhecer você! (ele disse tocando meu rosto, me fazendo tremer) -mas como eu pensei, você era só uma putinha mimada da cidade, que nunca está feliz com nada. (senti sua mão segurar com força meu queixo) -como eu me sinto muuuito sozinho (ele falou fingindo fazer uma expressão triste) -e também precisava de alguém para os trabalhos domésticos, você era perfeita para isso! (meu interior estremeceu, ele era louco? que porra ele estava dizendo?) -espero que aproveite a estadia, tenho certeza que seus avós ficaram melhor sem você e que seus pais nem ao menos vão querer procurá-la.

comecei a me remexer em reprovação, com um olhar de desespero para ele.
ele sorriu, seu sorriso era muito bonito, mas me causava arrepios.

então ele se aproximou e tirou com força a fita que estava na minha boca.

-vamos, vou te deixar falar o que achou da sua nova vida!

-SEU DOENTE DO CARALHO, QUAL É A PORRA DO SEU PROBLEMA??? MEUS PAIS TEM MUITO DINHEIRO E COM CERTEZA VÃO ME ENCONTRAR, É MELHOR ME SOLTAR AGORA! (explodi dizendo palavras que nem eu mesma acreditava)

ao mesmo tempo que seu semblante fechou, pude ver um sorriso crescer no canto de seus lábios.

então ele me segurou com força pelos cabelos, me puxando até ficar em pé, soltei um grito pela dor estridente que senti com sua ação.

-vai ser incrível domar você, putinha mimada. (ele disse perto do meu rosto, pude sentir seu hálito quente)

então ele me puxou ainda pelos cabelos até os fundos da casa, meus gritos ficavam cada vez mais altos e estridentes, pela dor e medo do que aconteceria comigo.
então ele abriu uma porta que havia nos fundos da casa, percebi que era um quarto vazio, que parecia até abandonado.
o chão parecia sujo e não tinha janelas, apenas uma pequena fresta debaixo da porta para entrar o ar.
algumas correntes eram visíveis no canto da sala, ela não era muito grande, mas também não chegava a ser tão pequena, diria que era um quarto médio.
ele então me acorrentou com os braços na parede, minhas pernas ainda estavam amarradas.
pude notar manchas de sangue pelas paredes e pelo chão, senti meu corpo estremecer.

-VAI SE ARREPENDER DISSO! (eu gritava em prantos, olhando ele com raiva enquanto o mesmo se dirigia até a porta do quarto)

-não. (ele disse dando uma última olhada para trás antes de fechar a porta) -você que vai se arrepender, por tudo.

então ele fechou a porta com um estrondo, me deixando sozinha e largada no chão, apenas com o camisetão e o short que eu usava para dormir.
comecei a chorar em desespero percebendo a situação em que eu estava, queria tentar me convencer de que logo iriam me encontrar pelo fato de meus pais terem dinheiro o suficiente para contratar um bom detetive ou etc.
mas sabia que estava apenas me enganando, eu conhecia meus pais, eles não iriam me procurar.

Nas garras de um assassino Onde histórias criam vida. Descubra agora