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•OLÍVIA•

depois de lavar aquela pilha de louças, me sentei no sofá para descansar.
mas logo ele apareceu novamente, me puxando pelos braços.

então fomos até o seu quarto, comecei a ficar com medo, ele me faria dormir ao lado dele?
então ele me jogou em cima de um cobertor fino que tinha no chão, me dando em seguida outro cobertor para eu me cobrir, percebi que ele não me deu um travesseiro.

-vai dormir ai até merecer dormir comigo, tá bom? (ele sorriu, aquele sorriso doentio e sarcástico de sempre, então se deitou na cama)

queria xinga-lo.
dizer que preferia dormir no chão do que ao lado dele.
mas não fiz, pois não queria correr o risco de apanhar novamente.

então ele começou a falar.

-bem, hoje te deixei comer comigo e tomar banho, mas foi apenas porque eu não queria você naquele estado andando pela minha casa.
fique ciente de que nos outros dias vai ser diferente, você só come quando eu mandar, só toma banho quando eu mandar e continua só falando quando eu mandar também. (ele terminou, parecendo se virar na cama para dormir)

ele havia ficado completamente louco?
agora além de tudo eu não podia nem ao menos tomar banho ou comer algo?
sentia que ia surtar a qualquer momento, fui dormir fumegando de ódio.

ele havia ficado completamente louco?agora além de tudo eu não podia nem ao menos tomar banho ou comer algo?sentia que ia surtar a qualquer momento, fui dormir fumegando de ódio

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acordei com ele me empurrando com o pé, como se não quisesse encostar em mim.

-bora, já tá na hora de começar a arrumar a casa. (arregalei os olhos, parecia ser cedo pra caralho e eu nem tinha tomado café ainda, ele virou as costas e estava saindo do quarto)

corri até a frente dele e abri os braços, insinuando que queria dizer algo.
então ele suspirou com impaciência.

-fala.

-eu não posso ao menos tomar um café primeiro? (eu choraminguei tentando convencê-lo)

-não, vá fazer as coisas, quando tudo estiver em ordem eu decido se te deixo comer. (ele disse passando por mim)

-mas...

-não tem mais permissão para falar, cala a boca e vai logo. (ele disse sumindo da minha vista)

sentia que ia explodir a qualquer momento, minha barriga roncava de fome e eu ainda bocejava pelo sono.

então para poder comer, comecei a arrumar a casa apressadamente, só não imaginava que teria tanto trabalho.

então para poder comer, comecei a arrumar a casa apressadamente, só não imaginava que teria tanto trabalho

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creio que já estava arrumando a casa fazia mais de duas horas e ainda não tinha acabado.
estava ofegando de cansaço e sentindo minha barriga doer pela fome.
faltava só o banheiro para acabar, mas pra mim parecia a pior coisa, sempre pensei em como alguém podia limpar banheiros, pra mim era um lugar tão sujo, cheio de bactérias.
comecei a esfregar o chão, não foi preciso muita força pois a casa dele não era uma casa suja, então depois de esfregar limpei o vaso, a pia e etc.
lavei minhas mãos e fui em direção a sala, me sentando no sofá para descansar.
estava completando exausta.

então ele apareceu no cômodo, com um copo de suco na mão.
olhou para mim de cima a baixo, parecendo sorrir.

-acabou tudo?

olhei para ele desconfiada, ele não me deu permissão para falar, então podia estar fazendo isso como um teste.

-ah, claro. quando eu te perguntar algo pode responder, depois de responder não precisa mais dizer nada.

-sim, acabei... (eu disse ainda meio ofegante do cansaço)

-hum, acabou mesmo? (ele disse jogando o copo de suco no chão) -eu ainda estou vendo sujeira aqui, acho que devia se apressar para limpar isso. (ele disse sorrindo, se virando em direção a pia, provavelmente para colocar o copo lá)

não aguentava mais.
meu interior entrou em colapso pela raiva absurda que eu estava sentindo.
e sem pensar nas consequências, explodi.

-VAI SE FUDER SEU MERDINHA DO CARALHO, QUAL É O SEU PROBLEMA? PARA DE SER DOENTE ASSIM, SEU IMBECIL! (eu gritei já sentindo meus olhos encherem de lágrimas)

comecei a respirar ofegante pelo pico de adrenalina, fitava ele com raiva.

mas não demorei muito para me arrepender, quando vi seu semblante fechado e o sorriso do seu rosto sumir.

sem pensar muito, corri.

escutei os passos apressados dele correndo atrás de mim, estava em desespero.
quando eu ia puxar a porta do banheiro para me trancar dentro dele, senti ele me puxar com força pelos cabelos, me prensando de costas na parede, então antes que eu pudesse dizer algo, senti uma ardência enorme no meu braço.
ele havia me dado outra facada.
aquela dor insuportável novamente, aquele sangue jorrando e meus gritos desesperados, me fizeram perceber que não tinha mais saída, eu não poderia mais ter esse tipo de comportamento.
ele era completamente insano e aparentemente realmente ia fazer isso novamente toda vez que eu fosse contra suas regras ou abrisse minha boca para insulta-lo.

então ele tapou minha boca, abafando meus gritos.

-você achou que eu estava brincando? achou que ia dar uma de putinha mimada e ia ficar por isso mesmo? (ele disse perto do meu ouvido, tão colado em mim que sentia seu membro na minha bunda) -a próxima vez vai ser em um lugar pior do que o braço, é bom ficar esperta.

então ele me soltou, eu ainda soluçava e chorava sem parar, a dor me consumia cada vez mais.

-vem logo limpar essa merda. (ele disse indo em direção a sala)

então novamente ele cuidou do meu machucado, mas sabia que ele fazia isso para eu não acabar morrendo por hemorragia.

ele só me deixou comer a noite, como punição por minha desobediência.

me deu apenas um pão seco e um copo de água, mas devorei aquilo como se fosse a melhor coisa que já comi.

me peguei chorando baixinho na hora de dormir, sentindo falta dos cuidados dos meus avós, da comida da vovó e dos banhos com canequinha.
acho que aos poucos estava percebendo o quanto eu era mal agradecida, o quanto eu tinha tudo e não percebia.

Nas garras de um assassino Onde histórias criam vida. Descubra agora