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•OLÍVIA•

já havia anoitecido novamente, hoje era o segundo dia em que eu estava presa aqui nesse quarto imundo.
sabia que estava escuro por enxergar a frecha por de baixo da porta.
já havia gritado tanto por ajuda que minha voz agora estava rouca, minha roupa estava urinada pois eu não aguentei e fiz minhas necessidades.
minha barriga roncava de fome e meu corpo tremia de frio, meus braços e pernas estavam dormentes por ficar tanto tempo na mesma posição.
cheguei a pensar que talvez ele tivesse apenas me abandonado aqui para morrer, mas vi que estava errada quando a porta foi destrancada e ele passou por ela.
ele parou em minha frente, me olhando de cima a baixo, então enrugou o nariz.

-você está imunda. (ele cuspiu as palavras, parecendo estar tentando me afetar, realmente conseguiu pois eu não suportava ficar suja)

-eu não tive culpa! (eu grunhi com raiva, sabendo que ele se referia a minha roupa molhada e pelo cheiro de urina)

-teve sim, se tivesse sido educada quando nos conhecemos eu te deixaria aqui apenas algumas horas. (ele disse tirando chaves dos seus bolsos) -vou ser minimamente legal com você, ok? seja legal comigo também (então ele retirou as correntes que prendiam meus pulsos e depois as cordas das minhas pernas)

então percebi que ele tirava um pacote de biscoitos de dentro do bolso do moletom preto que ele usava.
então ele estendeu na minha direção.

-vamos, diga a palavra mágica! (ele disse sorridente)

-vai se ferrar. (eu grunhi novamente com raiva, meu orgulho me impedia de agradecer algo a ele, era um louco que havia me sequestrado)

então seu semblante fechou.
o sorriso que ele tinha no rosto virou uma expressão séria, seus olhos verdes pareciam penetrar minha alma e fazer meu corpo se arrepiar.

então ele guardou novamente o pacote no bolso.

-continua a mesma merda, não é? (ele disse se virando) -tudo bem, o azar é seu. (então ele foi em direção a porta)

levantei rapidamente, sentindo meu corpo inteiro doer por ficar tanto tempo na mesma posição, corri em sua direção e segurei seu braço.

-espera, eu...

-não me toque. (ele disse me dando um tapa no rosto que me fez vacilar e cair para trás) -tenho nojo de você.

então ele fechou a porta em um estrondo, me deixando sozinha novamente.

aquelas palavras mexeram comigo.
nojo?
ele sentia nojo de mim?
eu sou limpa e bonita, estou nesse estado por culpa dele!

mas no fundo sabia do que ele estava falando, não era minha aparência ou meu cheiro e sim a minha personalidade.

mas no fundo sabia do que ele estava falando, não era minha aparência ou meu cheiro e sim a minha personalidade

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havia amanhecido novamente.
eu ainda estava trancada naquele quarto, escuro e frio.
escutei a porta ser aberta novamente, ele passou por ela, segurando uma faca.
senti meu corpo se arrepiar e me afastei por instinto.
seu sorriso sarcástico não estava no seu rosto como de costume, um olhar frio e escuro estava no lugar dele.
então ele me segurou com força pela garganta, me prensando na parede.
e sem me dar tempo para dizer algo, enfiou a faca com força no meu braço.
soltei um grito alto e agudo, nunca senti uma dor tão grande em minha vida.

então ele colocou a faca no meu pescoço, me fazendo parar de gritar de imediato pelo medo dele cortar a minha garganta a qualquer momento.
fiquei gemendo de dor, olhando para ele com os olhos arregalados, implorando mentalmente para que ele não me matasse.

-eu não quero mais esperar que você vire um ser humano digno para sair desse quarto, preciso de alguém para arrumar a casa e cozinhar. (ele disse a centímetros do meu rosto) -então cada vez que você ousar nem que seja levantar a porra da sua voz pra mim, eu vou enfiar essa faca em você, bem fundo. (ele disse colocando a faca mais pressionada na minha garganta) -depois vou cuidar do ferimento apenas para você não morrer e poder sentir essa dor toda novamente, então é bom começar a pensar antes de falar, entendeu vadia?

balancei a cabeça em afirmação, desesperada.
ele era completamente insano, ele não estava brincando, eu estava fodida.

-fala. (ele grunhiu)

-s-s-sim... (eu gaguejei tentando responder, além de ter sua faca pressionanda em minha garganta, a facada que ele me deu não parava de jorrar sangue e eu me sentia cada vez mais fraca)

-vamos cuidar disso então, você só abre a boca quando eu mandar, entendeu? (ele disse tirando a faca da minha garganta)

-s-sim... (senti minha bochecha queimar, ele havia me dado um tapa)

-o que eu acabei de dizer? (ele me olhava com superioridade, como seu eu fosse um cachorrinho assustado)

engolindo todo orgulho e raiva que eu sentia, abaixei minha cabeça.
escutei ele soltar uma risada fraca.
então ele me puxou para fora do quartinho, finalmente iria sair daquele lugar.

Nas garras de um assassino Onde histórias criam vida. Descubra agora