Capítulo 3- nada é fácil

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  Já são oito horas da manhã, o despertador toca com aquele barulho irritante. Ninguém merece, me levanto e tomo café da manhã, em seguida escovo os dentes e tomo banho. Agora vou sair pelas ruas da cidade afim de que alguém dê um serviço para essa pobre coitada.

  Nos últimos anos, aumentou o número de estrangeiros na Coreia, principalmente brasileiros que vieram buscar melhores oportunidades aqui. E eu faço parte dessas centenas de brasileiros. Ficar andando pelas ruas e perguntando se tem vaga de emprego é cansativo, mas tenho que arrumar algum serviço, nem que seja de empregada, babá ou garçonete. Eu quero muito entrar na faculdade, e já preciso ter um dinheiro reservado para garantir as primeiras mensalidades.

  Depois de passar o dia inteiro andando e procurando serviço, resolvi sentar em um dos bancos da praça. "Que linda a vista", mas já está tarde preciso voltar pra casa antes que escureça, e ninguém me garante se as ruas da Coreia a noite são seguras.

  Chego no hotel que estou hospedada, e penso que só tenho mais dois dias sob um teto para dormir. Logo terei que ir embora e preciso de um lugar melhor para morar, a sensação é um pouco desesperadora em imaginar que se eu não conseguir um emprego corro o risco de voltar para o Brasil ou ser deportada. A noite cai e com ela vem o sono, "Amanhã é dia de tentar mais uma vez."

  O dia amanhece de novo, realizo minhas higienes matinais e saio a procura de um emprego. "Quem sabe se eu for até uma agência de empregos local e deixar meus contatos por lá, e quando tiver vaga de qualquer coisa eu consigo?". Pego dois ônibus até o destino, confesso que mesmo perguntando para várias pessoas onde fica o local certo, eu ainda quase me perdi. Pergunto se por agora tem vaga para alguma coisa, a atendente me responde que não, mas que eu poderia deixar meu contato por lá e quando eu precisasse eles avisavam. Me perguntaram também se eu falava inglês básico, eu respondo que sim. Ela pergunta mais uma vez:

  - Ok, se caso apareça vagas qual seria o tipo de serviço ideal para você?

  - Secretária, recepcionista, doméstica qualquer coisa parecida.

  - Vejo que é estrangeira, qual a sua nacionalidade mesmo?

  - Brasileira.

  - Ah sim, então quando tivermos vagas assim entraremos em contato ok? - Eu aceno que sim com a cabeça, será que vai ser tão difícil me manter por aqui? Aliás estou com saudade da minha família, mas tenho que ficar aqui por eles.

O MEU ROMANCE COM UM FAMOSOOnde histórias criam vida. Descubra agora