Quando cheguei em casa estranhei o silêncio nas redondezas. Abri a porta e vi a cama desfeita de Dylan. Me preocupei ao ver que ele não estava por ali. Procurei com vizinhos e ninguém se dispôs a dar alguma informação. Notei pelo semblante assustado de uns que algo havia acontecido e com coração a mil me direcionei a delegacia torcendo para que minha intuição estivesse errada
- Estava a sua espera – vi o sorriso infame do xerife Tucker – seu irmão dizia-nos que não tardarias a chegar
- O que fizeram com ele? – estava com raiva
- Um jovem forte por assim se dizer- riu- no momento está apagado devido a respostas duvidosas
- Duvidosas?
- Meu caro – seu charuto formou uma fumaça enjoativa no recinto – quando planejavas contar que estavas aos encontros com uma selvagem?
- Não sei do que falas – tive medo de estar com seu cheiro em mim e entregar os últimos acontecimentos
- Reconheço seu esforço para encobrir suas saídas, mas eu estive observando e não há o que negar. Devias tomar cuidado por onde deixa suas coisas – vi o desenho de Vanessa com ele – um delírio não? – fechei o punho pronto para agredi-lo
- O que queres?
- Negociar – de novo aquela fumaça me tomou os pulmões
- Devias ter vergonha em manter inocentes aqui e gastar seu tempo fazendo algo realmente bom para cidade – seu riso me enervou
- Veja só, um tempo com selvagens e já tão igual. Vou direto ao ponto. Me digas onde fica a aldeia que os deixo ir
- Nós vamos embora de qualquer jeito e mesmo que queria saber eu não o consigo dizer
- Não mintas
- De fato não sei onde é aldeia
- Escute-me caro, até que se recorde da localização por aqui o ficaras – fui escoltado até o porão onde ficavam as celas. Vi Dylan desacordado e com tão pouco cuidado fui jogado no lugar sem luz na cela da frente.
- Essa índia que defendes serás a primeira a ser civilizada
- Por que fazes isso? São neutros e mal podem se defender
- Tenho assuntos particulares com essa em questão – mostrou o braço mordido – devias ver a selvageria com que me atacou
- Não acredito que ela tenha o feito sem antes você a ter feito mal
- Tu mais do que ninguém sabes o desejo que essa índia pode causar – engoli em seco – querer prová-la não pode ser considerado um pecado. Seu desenho retrata bem isso – o guardou no bolso – nos vemos em breve quando estiveres disposto a negociar
- Me perdoe Dylan – sussurrei quando estava só encostado no canto frio da cela – devíamos ter ido embora enquanto era tempo.
Distante dali na Aldeia
- Não acredito se entregou a um yank - Monique
- E eu não acredito que não o tenha feito antes
- Aponi desonraste seu Awa (pai na língua indígena) e toda sua linhagem
- Sei disso – suspirei – tente entender
- Tu não podias ter caído em desgraça maior – vi seus olhos cheios de lágrimas e fiquei calma
- Não se abales
- Como podes pedir isso? Sabes que assim que Awa chegar seu fim é certo
- E eu não poderia ir mais feliz
- Aponi – me olhou desesperada
- Sabes melhor do que ninguém que eu nunca me entregaria a outro se não há quem minha alma queimasse – a fitei
- Justo ele?
- Torço para que um dia se sinta como eu ontem. Ele não possui riquezas ou maus costumes é um homem como qualquer outro de nossa aldeia
- .....
- Respeite minha escolha e entenda que o que eu tinha de mais precioso o quis dar – ela pegou minha mão a afagando
- Então fuja para que com ele fique
- Não os deixarei e não fugirei de minha desonra
- Há quem ela vai importar quando nenhum de nós restar? Se tens a chance de ser feliz por que não o escolhe?
- Por que sozinha não posso mudar grandes cenários e se for para prejudicá-los cabe a mim a distância
- Tens coragem
- O que tiver de ser será
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Zanessa - Colors of the Wind
Fanfiction"Eles podem dizer, eles podem dizer que tudo isso parece ser loucura Eles podem dizer que perdi o juízo Não me importo que então me chamem de louco Podemos viver em um mundo que planejamos Porque todas as noites em que me deito na cama As cores mais...