Capítulo VI - Uyara

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- Ué não vai se banhar hoje? -Dylan

- Engraçadinho

- Qual é, foi hilário te ver chegando de madrugada coberto por folhas.

- Já disse o que aconteceu

- Sim disse, mas não deixa de ser hilário – ele riu me tirando o bom humor

- Ela voltou a desaparecer- suspirei

- Ela só tem se prevenido. As coisas têm ficado sérias por aqui. Escutei pelos homens que trabalham conosco que mais nativos estão sendo presos e que Tucker os sentencia à forca por roubo

- Roubo do que?

- Não sei, os encontram com bens coloniais como moedas, espelhos e tecidos

- Dylan esse povo não tem essa malícia...

- O que sugere que seja então?

- Vanessa comentou que seu povo é escravizado e nós dois já sabemos que esse xerife Tucker não é honesto... não duvido que esteja inflando ou até simulando que os nativos roubam algo para ganhar popularidade

- Não vejo a hora de terminar essa ferrovia para irmos embora, você apaixonado perde a razão

- Julgas que estou apaixonado?

- Tenho minhas certezas! Inclusive é bom ter cuidado com seus desenhos. Nem todos são compreensivos e se souberam que estás aos encontros com uma nativa nós dois estaremos encrencados – suspirei em partes concordando

- Preciso vê-la novamente

- Sossegue por essa noite pelo menos que amanhã quero ir com você

- Mesmo? - estranhei

- Quero conhecer a mulher capaz de virar seu juízo

- Pensando bem não quero levá-lo junto

- Ciúmes? - riu

- Ela pode não se importar em andar despida por aí, mas eu sim

- Você mesmo diz que o paraíso é para todos! Não me negue tal alegria – brincou e se retirou me deixando pensativo.

Na manhã seguinte trabalhamos horas a fio no Sol escaldante chegando até a queimar as mãos com os ferros aquecidos

- Estou destruído hoje – comentei enquanto comíamos

- Estamos – vi ele tampando as mãos com faixas rasgadas - Não vai querer vê-la? – sussurrou vendo se alguém estava atento a nossa conversa - Se formos tem que ser agora antes do anoitecer. As rondas noturnas têm ficado mais intensas

- Vamos então – arrumamos nossas ferramentas e saímos a francesa despistando qualquer curioso. Andamos por uns 30 minutos até encontrarmos o nosso local de encontro

- Poxa é bem mais bonito do que pensava

- Disse que o lugar era incrível – exploramos a paisagem exuberante

- E quando ela vem?

- Não dá para saber.... venho todos os dias e vez e outra tenho sorte

- Zac não respira – o vi pálido

- Por quê? – fiquei imóvel ao ver um urso pardo nos encarando e gelei – deite-se tranquilamente no chão e com calma – instrui não tirando os olhos do urso e me mexendo com muita calma

- Ele vai nos atacar – se desesperou irritando o animal

- Dylan – era tarde quando ele começou a correr e o urso foi para cima o derrubando. Tentei defendê-lo e levei uma patada agressiva que me jogou para longe

- UYARA – a voz de anjo foi ouvida antes que uma tragédia ocorresse. Tampando o Sol com a mão a vi em sua plenitude e arfei.

Usava uma tiara de flores brancas que contrastavam com as tintas vermelho e preto suavemente colocadas sobre seu rosto. Hoje vestida com que julguei ser uma adaptação cortada de algo ela ajudou Dylan se levantar enquanto o urso permanecia quieto com sua presença

- Eu morri? - Dylan

- Acredito que não – ela sorriu e vi Dylan ter o mesmo efeito que eu quando vi seu riso pela primeira vez. Ficou hipnotizado – se feriu? – ele nem respondeu e eu me mexi parando em seguida quando o urso me encarou e ela me fitou – ela te feriu

- Ela?! – respirei devagar sentindo de fato uma dor no peito. Olhei para baixo e vi que suas garras tiraram pele

- Zac – Dylan se aproximou – isso está profundo – só mantive meus olhos nela antes de me sentir fraco e quase apagar

- Andem subam na Uyara, vou levá-los a aldeia e curar seus ferimentos

- Subir nesse urso?! – Dylan exasperou - ele quase me matou

- Ele precisa de cuidados antes que a ferida infeccione

- Quem garante que ele não vá terminar o serviço agora que sentiu o cheiro de sangue?

- Vocês estão vivos não estão?! – nos encarou séria - E para de chamá-la de ele. Uyara se irrita

- Dylan faça o que ela diz – segurei sua mão subindo nas costas do animal

- Se não for conosco não posso garantir sua segurança

- Estou subindo – ele foi rápido despertando seu o riso e durante o trajeto apaguei em alguns pontos 


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Olá gente! A Fic esta confusa? Me refiro aos dizeres e alguns tempos verbais... dá para acompanhar tranquilo ?




Zanessa - Colors of the WindOnde histórias criam vida. Descubra agora