Capítulo VIII - Um momento a sós

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- Não devias ter jogado pedras em cima daqueles homens - Vanessa

- Querias que a deixasse enfrentá-los sozinha? - exclamei exausto de tanto correr

- Seu irmão está irado

- Dylan precisa aprender a respeitar minhas decisões e ações

- Ele só quer te proteger, não pode culpá-lo por isso – me fitou – e de tudo a forma com que fez foi perigosa. Já pensou se tivessem te visto?

- Achas certo deixar que animais indefesos sejam capturados quando podemos ajudar? Ou preferir esconder-se quando sabemos quem é o homem que tem escravizado seu povo? – ela me lançou um olhar até então desconhecido por mim – disse algo errado? – me acalmei enquanto estávamos escondidos dentro de um tronco grande de arvore- eu só quero que Dylan entenda que manter se silenciado faz com que ele participe disso também – ela encostou a mão em meu rosto

- Ele não está errado em querer se manter fora dos conflitos. Não são vossas realidades

- Vanessa nós nunca tivemos de fato uma realidade desde que nossos pais se foram também por conflitos de terras. Que homens são esses que se designam deuses e tomam tudo para si? Já faz anos que o levo comigo em toda empreitada e ele tem crescido trabalhando. Preciso ensiná-lo que existe mais do que tristeza e leis nessa vida – me aproximei – faze-lo entender que por mais que tenhamos tido perdas importantes sempre há algum futuro – a fitei – estão lhe tirando a aldeia, mas a muito não tenho um lugar para chamar de lar. É errado querer criar algum vínculo? Buscar algo com o qual se vale a pena lutar?

- Não é errado, só louco mesmo! - vi um sorriso leve em seu rosto -  Por que trocarias o conforto da sua vida por nossas lutas? Por que agiria diferente de seu povo e por último por que achas que não tem lar? Lar é onde nosso coração está

- No momento o meu se encontra dividido - assumi -  Quero estar perto do meu irmão, ajudá-lo a amadurecer e em contrapartida quero descobrir seus encantos e cultura sem ser julgado

- Meus costumes não são passados para Yanks

- Não me chame assim por favor – aproveitei o espaço restrito para me aproximar e nos encostar no tronco a deixando contra a madeira – é como se precisássemos só de um momento para que tudo fizesse sentindo – aproximei meu rosto de seu cabelo sentindo o cheiro natural e feminino dos fios impecáveis

- Se entregando a emoções? – me fitava intensamente, mas não fez menção de afastar-se

- Me dando o direito de provar o paraíso – acariciei sua bochecha levemente com a mão – venho todos os dias a sua procura e assumo que estou sim enfeitiçado ou encantado por ti - a fitei querendo saber se era incomodo me abrir -  mas só avançarei se estiveres se sentindo confortável com a minha presença e intenção – estava tão perto de seu rosto que sua respiração calma já era sentida por mim

- Vejo em seu interior que não é assim – ela sussurrou

- Consegues de fato ver minha alma? – sorri já sabendo a resposta

- Seu instinto não é manso

- Não o é, mas não a tomaria sem consentimento

- Não? – vi em seus olhos que sua curiosidade não era por minha cultura ou aparência, mas sim por seu desejo em me provar. Exatamente quando me olhou como uma presa, ela estava disposta a descobrir se eu valia a pena

- És um pecado a qualquer homem e posteriormente prometo demonstra-lhe o privilégio que é tocar-te – deixando todas as inibições de lado deixei meu lado primitivo assumir. Como ela mencionou meu instinto não era manso e ali pude demonstrar o que de fato eu era. Sedento a virei contra mim e joguei seus longos e perfumados fios para o lado me dando acesso a sua nuca onde passei a língua e os lábios lhe causando arrepios. Sua pele fervia e meu corpo já entrava em combustão ao conseguir desregular sua respiração. Passei a dar mordidas e chupadas leves em sua nuca que se estendiam até a orelha e com brutalidade a virei indo de encontro a seu pescoço ali marcando todo meu desejo. Seu arfar me permitiu agarrá-la com força e tomar seus lábios puxando o inferior com os dentes. Nos olhamos e a luxúria estava em ambos. A imagem do pecado me fitou agora com os lábios vermelhos e passou a língua por eles me tirando da hipnose. A provei com a língua de forma proibida, tendo que prender suas mãos em cima da cabeça para ter acesso a suas sensibilidades. O beijo era forte e selvagem com um falso gosto de inocência que sumia quando ela conseguia escapar e puxava meu cabelo de forma sedutora para respirar ou provar meus lábios por seu pescoço e colo. Erámos fogo contrafogo e em todas as investidas ousadas ouvia sua voz falhar me dando noção de como seria possui-la. Com força a virei novamente encostando meu corpo agora rígido sobre si e segurei seu quadril com firmeza demonstrando já estar no limite da excitação

- Preciso de você agora – sussurrei fechando os olhos trilhando um caminho perigoso entre a orelha e sua a nuca com chupões e mordidas. Involuntariamente meu quadril a pressionou e travei a garganta com um arfar de satisfação ao sentir que ela desmanchou-se contra mim e surpreendeu com agilidade quando se desprendeu e me afastou me deixando desnorteado

- Sedutor– ela passou os dedos contornando os lábios e me olhou com malícia – só não se refira a mim como um paraíso – puxou meu cabelo nos fazendo ficar colados – minha capacidade de te provocar é maior que a sua de se controlar  – lambeu meu pescoço e o assoprou deixando o corpo todo arrepiado antes de sair. Ofegante e tremulo me questionei como iria atrás de si e me contive ao sentir dor por tamanha excitação e escutar que ela se dirigia a Dylan que nos chamava

- Que bom que voltou - vi ela sorrindo para ele

- Me perdoe, fui um tolo

- Às vezes tomar um ar nos ajuda a reencontrar a razão. Fico contente que tenha nos achado e esteja inteiro - brincou de leve

- Não fui para longe, sou covarde até para isso – se sentou na terra

- Dylan você é jovem e já demasiado maduro para sua idade. Não há necessidade de querer ser mais velho do que de fato és

- Tenho medo de perdê-lo assim como meus pais e Zac depois que te encontrou desculpe, mas tem se exposto muito

- Acha que os atrapalho?

- Não – ele a olhou enquanto eu ouvia a conversa ainda me recuperando – você nunca foi até onde estávamos. Ele que tem insistido em vir para cá e vi que já estão envolvidos. Não quero que se machuquem

- Posso compartilhar um dizer?

- Um dizer?

- É minha mãe vivia falando isso - ela sorriu - gostaria de ouvir?

- Claro

- Só se preocupe com as coisas das quais tens controle

- E o quais coisas são essas?

- Aquelas que dependem exclusivamente da gente afinal, nenhuma folha ou galho cai sem ser a hora – sorriu – já pensaste que o tiver de ser será? Não adianta ir contra Dylan. Aproveitar os momentos mesmo que de conflitos ajuda a entender a magia de estar vivo

- E o que eu faço? Não quero ser um órfã – vi seu sorriso acolhedor de longe

- Você é um habu esperto, vai entender que nunca será órfã. Sempre será filho de seus pais

- Habu?

- Menino – colocou as mãos sobre seu cabelo o bagunçando – não tenha medo - Dylan ficou calado ainda sentado e parecendo entender a luta que ele travava mentalmente ela ficou em silêncio esperando alguma reação dele

- Posso te abraçar? - me surpreendi ao ouvir seu pedido 

- Como exceção vou permitir – brincou e ele a abraçou me deixando sensível a cena. Dylan precisava disso a muito  e tê-la ali sendo um apoio mexeu comigo. Ela se importou e me fitou sorrindo minimamente vendo que os observava – seu coração é puro habu, não deixei que os medos e traumas o impeçam de alegrar-se.

- Obrigado Nessa

- Nessa? – ele se soltou e limpou os olhos marejados

- Se importa de chamá-la assim? Pode ser mais uma exceção?

- A última em – eles riram e me senti confortável para me aproximar

Zanessa - Colors of the WindOnde histórias criam vida. Descubra agora