- Dylan – sussurrei sem sono e não tive resposta. Ouvia a chuva forte do lado de fora e as janelas altas da cela deixavam o ambiente congelando. Duvidei do fato de aguentar mais este dia e já cansado me encostei cabisbaixo esperando pelo momento de os dedos congelarem. Em um misto de angústia e aceitação expirei forte notando a condensação do ar ao fazer uma pequena fumaça perto da minha boca.
Tentei aquecer a mãos ao esfregá-las e despertei ao ouvir um assovio até que conhecido. Esperei mais um pouco até escutá-lo novamente e saber que ela estava ali
- Nessa? – Levantei-me tentando ficar mais perto da janela que era alta demais para subir
- Aleluia te encontrei – meu sorriso foi gigantesco ao ouvi-la– tem mais alguém com você?
- Aqui onde estou, só eu e Dylan
- Tem algum jeito de os tirar daí?
- Por dentro não... as celas são baixas e não tem em que se apoiar
- Vá para o fundo da cela e fique abaixado, diga o mesmo ao Dylan. Volto já - Uns 15 minutos depois ouço um cavalo se aproximar
- Me ouves?
- Sim
- Estão prontos? – olhei Dylan que afirmou e sorriu se abaixando
- Prontos!
- Muito bem... estou com dinamites nas paredes e vou estar à frente no primeiro caminho de terra com dois cavalos. Assim que a parede se quebrar. Corram para lá. Conseguem?
- Dylan está ferido – ela ficou um tempo sem responder e depois só ouvi
- Pronto, os cavalos estão posicionados. Assim que a parede quebrar te carrego Dylan – o sorriso do mais novo foi imenso – não tenhas medo!
- Achas que fui corajoso?
- De longe o habu mais corajoso que conheci – vi seus olhos voltarem a ter um brilho alegre e agradeci por ela estar o distraindo da tensão do momento – e Zac?
- Oi?
- Prometa-me que depois que sair daí irá embora da cidade
- Irei – falei convicto
- Se preparem – cada um foi para um canto da cela e se abaixou tampando os ouvidos. O estrondo foi iminente e despertou a todos. Em meio a fumaça vi ela sorrateira indo de encontro ao Dylan e me juntei ao seu lado
- Deixa comigo, consigo levá-lo – passei seu braço ao redor do meu pescoço
- Certeza? – ouvi a cavalaria chegando e sons de tiros sendo disparados
- Nessa estou com medo – Dylan estava exausto e tinha passado por muito
- Mais um pouco e atrás daquelas árvores terás um futuro habu. Consegue ajudar seu irmão? – ela limpou o rosto sujo de pó dele e me fitou – vá depressa – obedeci tendo que acelerar o passo ao ouvir tiros.
Lamparinas começaram a aparecer assim como os curiosos que assustados com a confusão procuravam se esconder dos tiros cegos da cavalaria. Vanessa havia explodido todas as paredes para que todos os presos saíssem e dessem melhor chance de fuga a nós.
No meio do caos entre fugitivos, homens de lei e poeira ouvi o grito do xerife
- EU QUERO AQUELA INDIA – o vi montar em seu cavalo e vir em direção a nós
- Sigam sozinhos daqui
- Vanessa
- Tu tens que cuidar do seu irmão, ande
- Me prometa que voltara
- Prometeste primeiro que iria embora
- E irei – segurei sua mão – assim que estiveres comigo
- Nessa – Dylan clamou
- Coragem! – sorriu deixando meu desenho em minhas mãos e se esgueirando pela mata. A olhei até onde deu antes de posicionar Dylan no cavalo
- Consegue ir sozinho?
- Traga-a para nós! Espero vocês depois da clareira
- Se cuide – o abracei
- Prometo -retornei ao fogo cruzado
Corri fugindo de tiros até alcançar uma tocha que serviu para colocar fogo na carroça a frente. A fumaça preta ajudou a dispersar a cavalaria e nos deu cobertura para ir adiante. Avistei Vanessa ao longe no cavalo sendo perseguida por Tucker e mais seis guardas
- Suba – me assustei a avistar a índia que nos encobriu na aldeia na última vez em que lá estivemos
- Por que deveria confiar em você? - Vi sua flecha e machadinha afiada
- Pela Aponi. Precisamos libertá-la – olhei seu semblante sério e carrancudo. Decidi confiar, por fim era a única forma de chegar à tempo até Vanessa. Subi no cavalo e fomos rápido nos juntando a trilha dos que a perseguiam
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Zanessa - Colors of the Wind
Fanfiction"Eles podem dizer, eles podem dizer que tudo isso parece ser loucura Eles podem dizer que perdi o juízo Não me importo que então me chamem de louco Podemos viver em um mundo que planejamos Porque todas as noites em que me deito na cama As cores mais...