CAPÍTULO I

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                                                                                           MELISSA

Mais um dia eu e Mônica estamos aqui no corredor da faculdade no meio deste povo todo que me olha como se eu fosse um ser de outro mundo, já faz um mês que as aulas recomeçaram e já fazem dois anos que estudamos aqui, e sempre é do mesmo jeito, tirando e claro quando uma moça dos olhos cor de mel e loira cruza com a gente no corredor e me encara, sinto como se ela roubasse a minha alma, isso e uma das coisas que me motiva a continuar, claro que depois de muita conversa e insistência da minha irmã.

- Eu ainda não sei por que vocês trocam tantos olhares e nenhuma das duas toma iniciativa de algo Melissa. – Mônica falava séria.

- O que? Do que você está falando nica? – desvio o olhar da loira que passa bem ao nosso lado com as amigas, enquanto eu respondo minha irmã querendo desconversar.

- Ora mais do que? Da loirinha do curso de Gestão que você e apaixonada, só não nota quem é tapado. – Gargalha por fim fazendo Mel ruborizar, amava deixar a irmã sem jeito.

- Por favor, nada disso, fale baixo, ela poderia ter escutado sabia? – Leva as mãos ao rosto, tentando aliviar a vergonha que sentia.

Ambas ficam paradas em frente ao elevador, esperando, para que possam entrar, e seguir para a sala.

                                                                                        FIORELLA

Novamente acordo cansada, preciso de férias, mas me diz quando e como terei novamente? A empresa está sugando toda minha energia ainda mais agora que perdi outra secretaria, foi-se o tempo que tinha pessoas como antigamente, eficientes, que adivinha-se o que desejamos, sem termos que ordenar, faz um mês que procuro uma, a única ideia que me passou pela cabeça foi em pregar um papel no painel da faculdade informando sobre a vaga de secretaria na minha empresa, basicamente a minha secretaria pessoal.

Quando passava pelo corredor da faculdade mais cedo, passei pela garota cadeirante que estudava lá, sempre nos encontrávamos, nos olhávamos, mais jamais trocamos nenhuma palavra, ela sempre estava acompanhada de uma moça que se parecia muito com ela, acho que seria sua irmã, eu costumava muito reparar no sorriso dela, achava o mais encantador que já tinha visto na minha vida, nossa troca de olhares sempre me causava uma sensação estranha, um estranho gostoso de ser sentido.

Minhas colegas de sala sempre comentavam que ela me olhava, que era caidinha por mim, mas eu nem dava muita atenção, levava na brincadeira, achava apenas que era curiosidade, por que muitos ali na universidade sabiam que eu era CEO da empresa GAV e geralmente as pessoas ali tentavam de alguma forma se aproximar.

Depois de colocar o papel no painel, segui novamente para a empresa, fazia isso todos os dias, por isso geralmente chegava atrasada na universidade, dava ordens para meus funcionários e ia estudar, quando terminava a aula, voltava e me enfiava no escritório no meio de vários documentos as vezes nem chegava almoçar, ficava direto já saia tarde da noite e ia cansada para casa, as vezes apenas dava tempo de tomar um banho e comer algo, outras eu simplesmente dormia e só acordava no outro dia , e assim eu levava a minha vida.

                                                                                  MELISSA

Quando sai da sala com minha irmã estávamos passando pelo painel de informações, Mônica comenta de uma vaga de secretaria, mais nem dou muita importância, por mais força de vontade que tenho sei que e difícil algum CEO querer contratar alguém com deficiência física, seria muito trabalho para alguém muito ocupado, nem em todos os locais eu poderia ir.

Na trilha do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora