CAPITULO 4

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Depois daquela mensagem, Pete não conseguiu voltar a dormir. Quanto mais tentava, mais e mais vezes o vídeo rodava em sua mente, looping esse que se intensificava a cada mensagem que enviava a Type e não tinha retorno. Maldito seja.

Vegas não estava mais ali e Pete não fazia ideia se isso era melhor ou pior. Se tivesse ficado com certeza faria perguntas, perguntas essas que Pete não teria vontade ou coragem de responder. Por outro lado, provavelmente se sentiria mais seguro com ele perto — por mais estranho que pudesse parecer considerando que, de certa forma, também estava sendo ameaçado por ele.

Tinha medo de que se descobrissem sobre Vegas acabasse morto como Tem ou ferido como Type, mas também, não podia apenas mandar o acordo a merda. Vegas ainda o tinha nas mãos com aquelas fotos malditas, o restava dar um jeito de fazê-lo se afastar e desistir do acordo por conta própria. Mas como?

*

Alguns dias haviam se passado. Durante eles, Pete fugiu de Vegas, Ken e Time como o diabo foge da cruz. Sempre que um deles chegava perto o garoto inventava compromissos e trabalhos inexistentes, o único com quem estava falando sem parecer um assassino procurado era Type.

Se arrependimento pudesse matar, Pete estaria a sete palmos da terra naquele momento.

Durante suas fugas dos amigos e de Vegas, teve a "brilhante" ideia de se voluntariar como membro do grupo de teatro. Seu trabalho variava desde revisar roteiros até fazer pequenos papéis nos ensaios, como por exemplo personagens secundários ou figurantes.

Agora, estava sentado na plateia contra sua vontade assistindo o diretor da peça, Khun, gritar com seus atores principais enquanto esperava aparecer alguma coisa pra fazer.

Khun era extravagante em todos os sentidos da palavra. Se vestia de forma chamativa e era consideravelmente mandão, do tipo que se acha superior a tudo e todos — até mais do que Pete. Pete só estava ali pois tinha certeza de que uma pessoa sistemática era mais fácil de lidar do que três que possivelmente o matariam se pudessem.

O observando, uma ideia surge.

Khun era difícil de aturar, se Pete agisse como ele quando estivesse com Vegas talvez conseguisse o irritar e fazer com que desistisse de toda aquela estupidez. Pete tinha certeza que estava com merda na cabeça quando o sugeriu aquilo. Céus.

Com a ideia em mente, só precisava passar a colocá-la em prática o quanto antes. Então, o garoto pega o celular no bolso de sua jaqueta e envia uma mensagem para Vegas o pedindo que fosse encontrá-lo no camarim principal, não demora muito até que ele responda com um emoji de ok. Discretamente, Pete se levanta e segue até os fundos do palco e dali vai até o ponto de encontro.

Pouco depois, Vegas entra pela porta com um visual que faz Pete quase cair para trás. Seu torso estava coberto somente por uma regata preta e curta a qual deixava sua barriga exposta, já na parte inferior vestia uma calça de couro que mesmo não sendo tão justa deixava as pernas torneadas do rapaz ainda mais bonitas.

— Estava servindo de modelo pro Tawan do curso de moda — Vegas explica com um sorrisinho ao ver a feição de Pete que pisca algumas vezes para voltar a si.

— Não lembro de ter perguntado — ele resmunga ao que se levanta da mesa de maquiagem. Foque no plano. Apenas no plano. Esqueça os braços fortes e a barriga lisa. Seja mandão, seja como Khun — Quando eu disser que quero te encontrar, não demore assim. 

Pete diz empinando o nariz ao que se aproxima do rapaz que tinha um olhar de estranheza em sua direção. Ao estar de frente com ele, o garoto o olha nos olhos e cruza os braços sobre o peito.

TOXIC || VEGASPETE Onde histórias criam vida. Descubra agora