CAPÍTULO FINAL

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Mesmo com as imagens das câmeras de segurança dos arredores, a polícia não soube determinar exatamente se o acidente de carro de Type se tratava de suicídio ou, de fato, um acidente. De uma forma ou de outra, somente o garoto havia sido vítima fatal; Macau se manteve ao lado da família do (ex) namorado durante todo o enterro.

Exatos quinze dias haviam se passado desde a tarde em que Kim conseguiu o vídeo.
Quinze desde que Ken e Time foram presos pelo assassinato de Tem.

Com o vídeo, Kim conseguiu provar que ambos estavam envolvidos no crime - que deixou de ser tratado como uma fuga e finalmente foi investigado como o que de fato era: assassinato, omissão de socorro e ocultação de cadáver.
Tendo recebido o vídeo de forma anônima, Kim não conseguiu dizer aos investigadores quem era o responsável pela filmagem.

No fundo, Kim sabia que Pete quem havia gravado, mas optando por manter o resto de sua sanidade mental e sua amizade com Vegas, preferiu não mexer mais ainda naquilo.
Sendo assim, depois da prisão da dupla e do enterro de seu irmão, teve enfim a paz que seu coração necessitava.

Macau havia passado boa parte daqueles dias apenas deitado em sua cama;
Não sentia vontade de se levantar para ir as aulas e nem mesmo para fazer suas necessidades básicas. Não era como se estivesse se culpando pela morte de Type ou coisa assim, mas sendo ruim ou não, ele o amava e havia o perdido.
Admirava Vegas por ter perdoado Pete tão facilmente, esperava um dia poder amar alguém de forma tão incondicional quanto aquela.


Com tudo que havia acontecido, Vegas dedicou grande parte de seu tempo a Macau; temia pela sanidade mental do irmão após tanta coisa de uma vez só. Em algum momento, o caçula contou a ele sobre sua autoria em relação a edição do vídeo onde Pete aparecia, também o contou que mesmo não gostando tanto do cunhado, não o desejava mal algum pois sabia o quanto ele o amava.

Os olhos de Vegas saem do livro em suas mãos e seguem até a porta do banheiro quando Macau saí do cômodo. Vegas franze as sobrancelhas e fecha o livro estranhando as roupas que o mais novo usava, mal havia usado outra coisa que não fosse pijama nos últimos dias e agora vestia suas roupas de sempre: calça jeans e camisa estampada

— Vai sair? — ele questiona.

— Vou ir ver o Kim — Macau responde simples usando sua toalha para secar a água que pingava de seus cabelos escuros.

— Kim? Ok, eu vou só trocar de roupa e te levo — Vegas sugere já se levantando da cama mas para quando o garoto sinaliza negativamente com a cabeça.

— Não, eu quero ir sozinho — ele diz e Vegas suspira baixo o olhando.

Por mais que estivessem passando os últimos dias juntos, Vegas o sentia distante. Sentia como se aquele diante de seus olhos não fosse mais o seu irmão mais novo de olhos brilhantes e piadas bobas, longe disso, era como uma vela sem chama. Totalmente apagado.
Não o julgava por isso, mas também não fazia ideia de como ajudar, então, apenas tentava estar o mais presente possível – o que claramente não estava sendo suficiente.

-—Pode conversar comigo se quiser, Cau — o mais velho diz fazendo menção de se aproximar, mas para quando o outro se afasta.

— Eu sei, não se preocupe — Macau murmura e pega as chaves da moto de Vegas logo depois deixando o quarto.

*

Macau sentia um frio estranho em sua barriga a cada andar que o elevador subia; seu coração batia depressa contra o peito e ele sentia como se pudesse parar a qualquer segundo. Nem sabia ao certo sobre o que queria falar com Kim, talvez só precisasse sair um pouco de perto de Vegas. Era grato ao irmão por ele estar presente ali, mas ao mesmo tempo, também se sentia sufocado.

TOXIC || VEGASPETE Onde histórias criam vida. Descubra agora