CAPÍTULO 6

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Vegas dormiu na casa de Pete aquela noite.

E mesmo que ele ousasse querer ir embora (o que não estava em seus planos), o dono da camisola rosa não o deixaria ir. Talvez fosse por dó de o expulsar de debaixo daquele edredom quentinho ou apenas para benefício próprio já que estava confortável deitado no braço do mesmo e alinhado ao seu peito.

Quando Vegas adormeceu e sua respiração passou a pesar, Pete até considerou a ideia de se levantar da cama e apagar as fotos do celular do rapaz mas logo desistiu. Primeiro, porque Vegas o havia apertado mais contra seu corpo, segundo, porque não sabia se queria se livrar dele ainda. Vegas era uma das pouquíssimas pessoas em sua vida naquele momento em que não se sentia — muito — ameaçado quando estava perto.

Perto dele, não precisava sentir medo ou vergonha de quem era. Vegas era como uma ilha aconchegante no meio de um mar tomado por tubarões, como seu lugar seguro.

Talvez depois se arrependesse da decisão sobre não apagar as fotos, mas uma merda a mais ou uma a menos não faria grande diferença. Iria embora assim que acabasse a faculdade e se apenas conseguisse se manter vivo até lá já estava de bom tamanho.

Quando acordou na manhã seguinte, Vegas ainda estava dormindo; seu semblante permanecia tranquilo e sua respiração calma. Os cabelos escuros caíam parcialmente em seu rosto pálido e seus lábios vermelhos estavam entreabertos. Estava bonito. Bonito como um pôr do sol visto da praia, daqueles em filmes de romance onde tudo que se pode ouvir é o som do mar e o barulho das gaivotas. Saber que aquela visão pertencia somente a si fazia Pete se sentir sortudo.

Quando Vegas abriu os olhos, Pete sentiu como se fosse pego em flagrante. De imediato, o garoto fecha os olhos e pressiona um pouco mais o rosto contra o peito do rapaz que ri levemente com o ato. Pete era até que fofo as vezes.

— Bom dia — Ele cumprimenta com a voz alguns tons mais rouca.

— Eu não estou acordado — Pete murmura.

— Ah, não? Podia jurar que estava quase comendo minha alma com os olhos — o mais velho resmunga com um sorriso amassado.

— Com certeza não, deve estar louco. Está até conversando com alguém adormecido.

— Engraçadinho.

Pete sorri de lado e abre os olhos encarando o rosto de Vegas, ele franze o nariz em uma careta leve na direção do rapaz e logo depois desce o olhar até a própria mão, estava posta sobre o peito do rapaz e se movia com calma em uma carícia leve, mesmo coberto, podia sentir perfeitamente a pele quente sob seus dedos. Ele novamente volta a observar o rosto de Vegas mesmo que dessa vez estivesse acordado e o olhando de volta, não se sentia mais tão envergonhado perto dele. Nem mesmo usando aquilo.

Vegas sorri de lado e leva a mão livre até a bochecha de Pete, assim, a acariciando com o polegar lentamente. Adorava a sensação da pele macia e adorava mais ainda quando ela corava.

Vegas tinha um fraco em Pete. Qualquer mínimo contato feito pelo garoto era capaz de o causar arrepios por todo corpo, adorava o ter por perto. Especialmente, se fosse aquela versão a qual pertencia somente a si, sem a energia pesada que o rondava quando estava com os supostos amigos. Gostava daquele Pete, do seu.

Com calma, Vegas se inclina na direção de Pete selando aquele espaço com um beijo. 

De início, o ato não passa de um colar de lábios leve e sem movimentos mas não demora muito até Pete intensificar aquilo. Ele sobe sua mão do peito de Vegas em direção aos cabelos do mesmo segurando-os entre os dedos, seus lábios se moviam sem pressa mas famintos e era correspondido a altura. A mão de Vegas, que antes estava no meio das costas de Pete, agora estava em sua cintura enquanto a outra segurava seus cabelos.

TOXIC || VEGASPETE Onde histórias criam vida. Descubra agora