Capítulo 14

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Ela tinha 17 anos quando conheceu ele, meu pai, no início era tudo tão lindo, meu pai a tratava como uma rainha, sempre entregando presentes e fazendo declarações, minha se apaixonou por ele em menos de dois meses. Quando eles começaram a namorar tudo estava tão lindo, ele era perfeito aos olhos dela... mas quando ela contou para ele que estava grávida de mim... as coisas mudaram.

Ele passou a tratar tanto ela quanto a mim que ainda estava em sua barriga como uma aberração, não queria me assumir  como filho, porem meus avós descobriram tudo e ele foi forçado a se casar com ela e a assumir seu papel como pai, a intenção deles era boa mas... acabaram predendo minha mãe em um inferno.

Ele a traia diariamente, com várias mulheres diferentes, ele não queria ser pai, dizia que isso ia estragar a vida dele então tentou convecer a minha mãe a me abortar várias vezes, quando percebeu que isso não ia da certo ele a empurrou da escada mas, por sorte nada aconteceu comigo ou com ela.

Quando eu nasci, as coisaa só pioraram.

"EU NÃO SOU SEU PAI! EU NÃO SOU NADA PARA VOCÊ SEU PEDAÇO DE MERDA!"

Ele gritava essas palavras para mim e depois erguia as mãos para tentar me bater mas minha mãe sempre se jogava na minha frente e apanhava no meu lugar... um dia nossos vizinhos ligaram para a policia e meu pai mentiu dizendo que nunca havia batido em minha mãe, como ela e eu não estavamos em casa no dia os policiais acreditaram nele, quando chegamos em casa meu pai estava bêbado, muito bêbado, ele se aproximou da minha mãe e a agarrou de repente, tirou as roupas dela e a estrupou, minha mãe gritava para que eu fosse para o quarto, ela não queria que eu a visse daquele jeito, chorando e gritando enquanto ele  falava "Eu te amo, eu te amo Evelyn." Mas "Evelyn" nem era o nome da minha mãe... naquela noite meu pai entrou no meu quarto, ele ainda estava bêbado, ele me chamou de "Evelyn", quando ele ia me tocar minha mãe entrou no quarto com uma jarra de vidro e acertou na cabeça dele, ela me pegou nos braços e saiu da casa,  fugindo sem nada, nada além de mim...

__ Naquele tempo eu pensava que aquela era a definição do "amor", porém pela forma como minha mãe chorava todas as noites eu percebi que... eu não queria aquele "amor" então prometi para minha mãe que nunca me apaixonaria... depois que ela fugiu ela trabolhou em três lugares ao mesmo tempo, nós passamos a morar com minha tia durante alguns anos até o dia da morte da minha mãe... depois eu passei a me virar, estudei em universidades do exterior e agora... bom, agora estou aqui. - O moreno terminou de falar, batendo as mãos em suas coxas enquanto olhava para Yeonjun, com os olhos brilhando pelas lágrimas contidas, o loiro não se conteve, se abaixou ao lado de Beomgyu e o puxou para perto, abraçando-o com ternura -

__ Beom... eu sinto muito por você ter vivido uma infância dessa. - o loiro falou, sentindo os braços do moreno o envolvendo também e correspondendo o abraço -

__ Não se desculpe por algo que não foi sua culpa, e não lamente também, a única pessia que deve me dizer essas palavras é o meu pai.

__ Por que você me contou tudo isso? É tão pessoal, é necessario tanta confiança para compartilhar isso com outra pessoa. - perguntou após se afastar de Beomgyu, o moreno olhou para baixo por alguns segundos, como se estivesse pensando na resposta para tal pergunta, porém quando ergueu seu olhar, estava determinado e confiante -

__ É verdade, acho que foi por isso que contei para você. - ele sorriu - Toda confiança que me restou no decorrer da vida, estou colocando em você. 

Yeonjun não o respondeu de imediato, ele estava surpreso demais com as palavras de Beomgyu, ficaram em silêncio por longos minutos até o momento em que o loiro olhou para a imagem da mãe de Beomgyu e sorriu, em seguida ele se levantou, segurou uma das mãos de Beomgyu e o puxou com delicadeza para cima, o moreno olhou para Yeonjun com certa curiosidade, afinal além de estar calado ele tinha um sorriso travesso no rosto, quando menos esperou, Beomgyu estava sendo carregado por Yeonjun, como se fosse seu noivo.

Amor ao primeiro soco  [YEONGYU-BEOMJUN]Onde histórias criam vida. Descubra agora