Capítulo 26

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O silêncio que estava presente entre eles era um incomodo para Beomgyu que olhava constantemente para o pai, aquele que sorria para si tão ironicamente e falsamente a ponto de o causar náuseas.

__ Vovó, podemos conversar? - o moreno perguntou para a senhora que estava a alguns passos atrás do filho  -

__ Mas é claro ursinho, podemos sim. - a mulher respondeu já se virando para ir até um lugar mais privado na casa, Beomgyu respirou fundo e seguiu a mulher, olhando para o seu pai com ódio e repulsa a medida que se aproximava dele e depois que se afastava -

O moreno atravessou a cozinha da casa de sua avó e saiu pela porta dos fundos que levava até o jardim, quando já estava em frente a senhora não escondeu a sua mágoa, irritação e indignação.

__ Por que ele está aqui!? - perguntou, tentando controlar ao máximo o volume de sua voz -

__ Ao menos uma vez no ano ele vem até minha casa e passa cerca de uma semana com Melyssa... foi um acordo entre ele e sua antiga esposa... - a senhora respondeu, olhando para o neto como se pedisse para que ele a compreendesse, mas isso estava fora do alcance de Beomgyu -

__ Que tipo de acordo doentio é esse vovó? Como a senhora permitiu isso?

__ Isso não era uma decisão minha querido. Era da mãe de Mely.

__ Pois ao menos a ajudasse a tomar uma decisão certa! A senhora se lembra muito bem não é? Da noite em que minha mãe bateu na sua porta, chorando, implorando para ficar uma noite na sua casa pois aqueke desgraçado a estrupou e depois tentou me estrupar também! - o moreno berrou já sentindo todo o seu ser desmorando enquanto as lágrimas consumiam o seu rosto - Você nunca teve medo que ele fizesse isso com a Mely?

O moreno perguntou por fim, sua voz soando fraca e baixa, a senhora a sua frente também estava chorando naquele ponto, pois ela sabia da dor do neto e também de suas duas ex noras. Ela sabia o que elas passavam, ela sabia o que Beomgyu havia passado, e ela se esforçava para que Melyssa não passasse pelo mesmo. Com o coração destruido assim como sua alma. Ela respondeu:

__ Eu me lembro bem... todas as noites essa memória me assombra, ursinho, e é exatamente por isso que sempre que ele está por perto eu a deixo dormindo no meu quarto com a porta trancada, porque temo que ele faça algo a ela.

__ Se a senhora tem medo dele por quê o deixa viver aqui? - o moreno questionou confuso -

__ Porque... por mais que eu tema a ele, a Mely o ama... ela ama a mentira que trás a tona sempre que pisa nessa casa. E eu não consigo faze-la desacreditar nessa mentira meu ursinho... É muito difícil porque ela fica tão feliz vendo ele, vendo o meu filho que na verdade é uma monstro... - a senhora não completou mais sua frase, pois agora as lágrimas tomavam conta de todo o seu ser, Beomgyu também chorava, compartilhando da mesma dor que a avó, ele se aproximou da mesma e a abraçou apertado, ele entendia o que ela queria dizer.  Quando criança, Beomgyu também desejou crescer vivendo uma mentira, mas agradecia agora que era um adulto por ter crescido vendo a realidade das coisas. Afinal...

Uma mentira é mais dolorosa que a verdade quando somos obrigados a vê-la por nós mesmos.

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Yeonjun estava sentado no banco do avião, olhando para a janela enquanto esperava a aeronave delocar, impaciente, o loiro olhava para a tela de seu celular incontáveis vezes esperando receber alguma mensagem de Beomgyu, porém nada chegava, ele não queria mandar mensagem primeiro pois imagina que o moreno esteja ocupado brincando com Melyssa ou ajudando sua avó na cozinha, quando o piloto anunciou que iriam decolar o loiro suspirou derrotado, olhou para tela do seu celular mais uma vez e digitou uma mensagem rapidamente, guardando o aparelho em seguida.

Amor ao primeiro soco  [YEONGYU-BEOMJUN]Onde histórias criam vida. Descubra agora