10.┆"=. CAPÍTULO DEZ

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🎈┆ ֹ ִ ୧ ֹ ִ IDENTIDADES PERDIDAS ꩜.ᐟ
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ㅤ╰ 10. CAPÍTULO DEZ... ☎️ ೃ࿔

𝙳𝚎𝚗𝚟𝚎𝚛, 𝙲𝚘𝚕𝚘𝚛𝚊𝚍𝚘 ⋮ 𝟶𝟷 𝚊 𝟶𝟸 𝚍𝚎 𝚍𝚎𝚣𝚎𝚖𝚋𝚛𝚘 𝚍𝚎 𝟷𝟿𝟽𝟾

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𝙳𝚎𝚗𝚟𝚎𝚛, 𝙲𝚘𝚕𝚘𝚛𝚊𝚍𝚘 ⋮
𝟶𝟷 𝚊 𝟶𝟸 𝚍𝚎 𝚍𝚎𝚣𝚎𝚖𝚋𝚛𝚘 𝚍𝚎 𝟷𝟿𝟽𝟾

𝗢 𝗣𝗢𝗥𝗔̃𝗢 mergulhava em sombras profundas, onde o silêncio parecia quase absoluto. Apenas o leve ranger das vigas envelhecidas interrompia, ocasionalmente, a quietude sufocante. Madeline tinha, enfim, sucumbido ao cansaço. O corpo, exausto das noites mal dormidas e dos pensamentos inquietos, havia cedido ao silêncio da madrugada. As sombras no cômodo pareciam menos ameaçadoras com os olhos fechados, e o peso da consciência lhe dava, por fim, uma trégua temporária.

Seu sono foi interrompido bruscamente, sem qualquer gentileza, por um som que parecia ter emergido das profundezas de um pesadelo. Um toque seco, metálico, reverberando pelo quarto como um sussurro de alguma coisa esquecida. Madeline sobressaltou-se, os olhos se abrindo de imediato, o coração disparando num frenesi irracional. Ela piscou algumas vezes, aturdida, antes de se dar conta do que havia ouvido.

O telefone.

Por um instante, ela ficou imóvel, deitada entre os lençóis revoltos, encarando o teto com respiração entrecortada. A mente se agarrou à realidade, tentando ajustar-se ao absurdo do som. Era impossível. Aquele telefone não funcionava há anos. Ela sabia disso - os fios estavam cortados, velhos e embolorados como tudo mais naquela casa. Mesmo assim, o toque insistente continuava, cada novo som mais claro, mais penetrante. Quase sobrenatural.

Com os músculos tensos, Madeline virou o rosto lentamente na direção do telefone. O aparelho repousava em cima da mesinha de cabeceira, mergulhado na penumbra, mas tão inerte quanto sempre fora. Era um modelo antiquado, de disco, com o plástico amarelado pelo tempo e pequenas marcas de ferrugem nas laterais. Ela sempre soubera que aquilo não tinha mais utilidade, era mais um enfeite esquecido do que algo prático. E, ainda assim, ele tocava.

Ela se sentou na cama, puxando os joelhos contra o peito, como se o gesto pudesse lhe conferir algum tipo de segurança. Os dedos, ainda trêmulos pelo despertar brusco, seguraram o cobertor com força, os nós dos dedos brancos. O telefone seguiu tocando, uma presença impassível e sinistra no ambiente.

Madeline mordeu o lábio, seu olhar fixo no aparelho, lentamente, ela se levantou, os músculos ainda tensos, quase como se estivesse emergindo de um pesadelo do qual não conseguia acordar.

Cada passo que dava em direção ao aparelho soava mais pesado do que o anterior, o chão frio parecia afundar sob seus pés, e o ar ao seu redor, denso e sufocante, apertava seu peito. O som do toque ecoava pelo porão como uma batida insistente, uma presença que parecia pulsar, viva, nas sombras. Seus dedos trêmulos se apertaram ao redor do tecido fino de sua camiseta, como se isso pudesse ancorá-la à realidade, mas nada fazia sentido.

𝗧𝗛𝗘 𝗛𝗘𝗥𝗢┆ 𝖥𝗂𝗇𝗇𝖾𝗒 𝖡𝗅𝖺𝗄𝖾Onde histórias criam vida. Descubra agora