Ficar longe do Luke depois de tanto tempo era estressante e ao mesmo tempo aliviador. Estressante porque não conseguia parar de pensar, será que Trevor o está levando a escola? Será que ele está comendo direito? Será que aquela mulher maltrata ele? Aliviador porque, apesar de tudo, depois de tanto tempo é bom ter um tempo só pra mim.
Meu primeiro dia de trabalho foi um pouco nostálgico. Adentrar por aquelas portas, parecia que eu estava voltando no tempo. Porém a nostalgia não durou muito, já que o lugar por dentro estava bem diferente, tudo havia mudado de lugar e a empresa tinha ganhado um aspecto de crescimento, não atoa que meu salário é consideravelmente maior agora, constatei. Reencontrei velhos amigos e o dia foi muito produtivo, quando deu o horário de almoço, lembrei do trato que havia feito com Jonathan e fui direto à sala dele.
Fomos no carro dele até um restaurante de comida japonesa não tão próximo da empresa.
— Nós provavelmente vamos nos atrasar. — eu disse descendo do carro.
— Não tem problema. — ele diz. — Agora eu sou um dos donos lembra? — ele me olha e eu rio. — Além disso, eu precisava te mostrar esse restaurante, a comida aqui é mesmo muito boa.
— Está bem então, patrão! — digo num tom descontraído e entramos.
Ao nos acomodarmos, numa mesa que parecia já ter sido reservada para nós, um garçom chega nos servindo e eu fico confusa, pois nem chegamos a pedir. Jonathan observa minha confusão e explica:
— Eu mandei já deixarem preparado, se você não gostar do que pedi, pode pedir outra coisa. — disse me olhando de forma divertida.
— Ah, não, não precisa, gosto de tudo o que há aqui. — e não era pra menos. A mesa estava repleta de uramakis, cariocas, sashimis e tudo quanto é peça, ali tinha comida para umas quatro pessoas, imagino quanto deve vir a conta no fim, pelo menos agora eu ganhava mais e não faria tanta falta.
— Então, porque não conta como foi sua vida quando esteve fora? — ele puxa assunto.
— Bem, — eu digo e bebo um gole do vinho que o garçom acabara de servir. — eu passei muito tempo sofrendo pelo Trevor, mas com o tempo eu superei, consegui um emprego na minha área, fiz amigos e eu gostava muito de viver lá, só voltei por causa do Luke mesmo, que não suportava mais ficar longe do pai.
— Entendo, é natural que crianças precisem de uma figura paterna. Eu soube que o Trevor casou de novo, você não?
Jonathan, Jonathan, sei bem onde você quer chegar.
— Não estou pronta pra relacionamentos ainda, minha vida é cuidar do meu filho, só isso.
— Então não ficou com ninguém depois do Trevor?
— Eu disse que não estou pronta pra relacionamentos, não que fiz um voto de castidade.
— Ah, entendi. — ele diz com um brilho nos olhos que faz eu me arrepender do que disse. Acabou soando de uma forma que não foi minha real intenção.
— E você? — desconverso. — Parece que mudou muita coisa desde que saí.
— É, eu comprei parte da empresa com minhas economias e comecei a investir meus lucros, que empreguei para o crescimento da empresa. Ainda não estou no patamar que almejo, mas estou quase lá.
— Sinceramente, achei que você já estaria casado a essa altura do campeonato. Mas rico talvez seja melhor do que casado. — rio e ele me acompanha.
— Foquei mais no meu crescimento pessoal, agora que as coisas estão dando certo pretendo começar a rever essa parte da minha vida. Não adianta ser rico e ser sozinho.
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O Erro Que Você Não Consegue Viver Sem
RomanceAurora descobre a traição do marido e decide se divorciar, mas é obrigada a conviver com ele por causa de seu filho. Em meio a tanta mágoa e estresse, ainda pode haver desejo e quem sabe, amor, e Aurora vai ter que lidar com essa tensão todo fim de...