O Erro Que Você Não Consegue Viver Sem

Cap 18 - Trevor

Reconheci de primeira o elemento que saiu pela porta dela. O que ele estava fazendo na casa dela? Ontem mesmo a Aurora não estava com o chefe dela? Querida Aurora, quando foi que você se tornou tão puta? Quando me ofereci pra levá-la em casa, achei que conseguiria arrancar mais um beijo dela antes de ir embora. Me iludi. Parece que agora ela é fácil pra qualquer um, menos pra mim. Fui pra casa a pé, uma hora de caminhada mais ou menos, eu não estava com saco pra ficar horas esperando algum uber aceitar uma corrida àquela hora da noite. Quando cheguei, Júlia apareceu na porta.

— Onde está seu carro?

— Em algum lugar. — eu disse entrando em casa e me largando no sofá.

— Aconteceu alguma coisa? — ela perguntou logo após fechar a porta.

— Nada que você deva se preocupar, amanhã eu mando buscar o carro.

— Onde você estava? — perguntou de pé na minha frente.

— Júlia, eu não estou com cabeça pras suas cobranças agora, eu só quero ficar em paz, será que você pode fazer isso? — ela me deu um olhar de fúria e chutou a mesa de centro de vidro em minha direção, fazendo-a virar e quebrar. — Sua vagabunda, faz isso porque não é você que compra essas merdas! — ela só virou de costas me ignorando e mostrou o dedo do meio pra mim enquanto subia as escadas em direção ao quarto.

Fiquei ali a madrugada inteira e quando acordei no sofá, já eram 11h da manhã, tarde demais pra ir trabalhar e uma notificação de mensagem era exibida na tela do meu celular:

— O Luke está aqui comigo, no domingo você vem buscá-lo logo cedo, ok? — era de Aurora.

— Está bem. — enviei.

***

No domingo, levantei cedo pra ir buscar o Luke. Tive que preparar meu próprio café porque Júlia ainda estava sem falar comigo. Eu realmente não entendo essas mulheres; quando traí a filha da puta, ela me perdoou no mesmo dia, agora só porque eu disse que queria paz ela está assim há dias! Eu não posso negar que estava ansioso pra ver Aurora, ela era tudo o que passava na minha cabeça esses dias.

Quando toquei a campainha da casa dela, no entanto, quem atendeu foi o mesmo cara da noite de terça. Dimitri, lembrei. Ele abriu a porta com um sorriso simpático, porém quando viu que era eu, ficou sério e fechou a porta atrás de si.

— Nós não nos conhecemos, mas vou deixar uma coisa bem clara: fique longe da Aurora. O Luke é seu filho, não posso te impedir de buscá-lo, mas a Aurora não merece alguém como você se metendo na vida dela. Espero que tenha entendido. — abriu a porta e entrou sem me dar espaço para falar. E logo Luke apareceu pela porta correndo até mim e me dando um abraço.

— Papai!

Por um lado foi bom assim, pois tudo o que eu queria agora era esmurrar a cara desse sujeito. Mas quem ele pensa que é?!

Então Aurora apareceu na porta.

— Está tudo aí. — disse.

— Mamãe, por que não vamos ao parque eu, você e o papai? — Luke chamou a mãe e depois piscou pra mim. Ele piscou pra mim mesmo?

— Querido, eu não sei se...

— Eu acho uma ótima ideia. — interrompi. Além de ser uma chance de passar mais tempo com Aurora, eu podia desafiar aquele sujeito que acha que pode se impor contra mim. Ela olhou pra mim em repreensão.

— Filho, a mamãe já te explicou...

— Mas mamãe, por favor! Você me prometeu!

Ela fez uma expressão de quem não tem escolha, então revirou os olhos.