Talvez eu tenha exagerado. Pra eles pode ter parecido repentino, mas pra mim não foi. Ver aquela mulher com tudo o que era meu me deixou simplesmente possessa. Ouvir meu filho dizer que me odeia quebrou meu coração, eu devia estar preparada, crianças dizem isso quando fazem birra, mas eu não estava. Muito menos para o que ele disse a seguir, que "prefere a tia Julia". Depois o olhar de pena deles, e depois a Julia querendo falar comigo, e depois o Trevor me tratando como criança, era demais pra mim.
Quando saí de lá, fui direto para o trabalho, precisava ocupar a minha mente. Chegando lá, Jonathan fica surpreso em me ver, afinal era minha folga.
— Aurora? Esqueceu que hoje é domingo? — diz num tom descontraído, porém parece se arrepender quando o lanço um olhar impaciente.
— Amanhã eu folgo então. — disse seca dando as costas para ele.
Ele parece não ter gostado, mas eu não estava com cabeça para aquilo, ele tinha mesmo que me encher?
— Aurora, pode me acompanhar até minha sala, por favor? — diz já caminhando até lá esperando que eu o siga.
Tudo bem, acima de tudo, ele é meu patrão e eu devo ter feito errado em ter sido grossa com ele na frente dos outros funcionários e logo dando as costas pra ele. Com certeza, acabei dando muito material pra fofoca, era só o que me faltava!
— Olha me desculpa, sei que fui grossa, não devia ter dito aquilo na frente dos outros. — digo ainda de pé me explicando.
— Sente-se. — ele diz e obedeço. — Não foi por isso que te chamei.
— Não?
— Não. Quero saber se está bem. Ninguém vem trabalhar em dia de folga e muito menos com a cara que você tá. Posso ser seu patrão, mas também sou seu amigo. O que está acontecendo?
Jonathan e eu passamos a semana relembrando os velhos tempos e foi bom saber que nossa amizade continua a mesma. Sem conseguir me conter desatei a chorar e contei tudo pra ele. Ele pareceu comovido e me abraçou deixando que eu chorasse em seu ombro. Pra minha sorte sua sala era totalmente fechada, senão seria mais material pra fofoca.
— Vamos fazer o seguinte, — ele disse. — Vamos terminar o expediente e você ocupa a mente, vai ser bom pra você. Quando acabar a gente sai e eu prometo fazer você se divertir. E amanhã, você tira o dia de folga, o que acha?
— Acho uma boa ideia. — digo enxugando as lágrimas.
Quando terminamos o expediente, Jonathan me levou a um bar. Lá nós bebemos até não lembrarmos mais os nossos nomes, então quando já era madrugada chamamos um uber pra minha casa e deixamos nossos carros no estacionamento do bar, torcendo pra estar lá no dia seguinte.
Jonathan dormiu no meu sofá, completamente bêbado, e depois de acomodá-lo, fui direto para o meu quarto.
Acordei com muita dor de cabeça e sentindo cheiro de comida, não dava pra saber bem o que era. Aquele folgado, já estava metendo a mão na minha cozinha! Levantei correndo ainda com a roupa da noite anterior no corpo. Chegando na cozinha, me deparo com Jonathan cozinhando, ainda com a roupa social de trabalho que ele estava, porém a gravata estava pendurada em seu pescoço e a camisa estava com os botões de cima abertos.
— Estou vendo que está se sentindo muito à vontade. — digo e ele nota a minha presença.
— Ah, eu disse que faria você se divertir, isso ainda é parte do meu plano. — diz pondo um prato com dois sanduíches na minha frente.
— Então ainda não acabou? — digo antes de dar uma mordida no sanduíche.
— Você está de folga, hoje é que é dia de se divertir.
— Jonathan, hoje é segunda. Nem que eu quisesse teria algum bar pra gente ir hoje.
— Não se preocupe, eu já sei o que vou fazer.
Eu não imaginava que a ideia dele era trazer o bar pra minha casa. Passamos a tarde inteira andando de loja em loja, comprando bebidas, luzes e petiscos, parecia que íamos dar uma festa, e íamos, mas só para nós. Em certo momento passamos numa loja de roupas, pra comprar uma roupa pro Jonathan poder se trocar na minha casa. Sem que ele percebesse, aproveitei e comprei uma lingerie. Eu sei que disse que não queria nada com ele, mas ele era bonito, nos dávamos bem, estávamos nos divertindo e estava óbvio que ele queria também, então, por que não?
Ao chegarmos na minha casa já era um pouco tarde, começamos a organizar tudo e assim que acabamos fomos tomar banho. Deixei que ele tomasse banho primeiro, porque queria surpreendê-lo. Quando ele saiu do quarto, estava vestido com uma camisa de botões preta e uma calça jeans azul escuro. Ele estava muito comível. Ótimo, assim que eu queria.
Subi, tomei meu banho, me depilei e fiquei prontinha. A lingerie que comprei era preta e extremamente sensual (óbvio), por cima vesti um vestido preto longo com uma fenda que ia até minha coxa, dando pra ver a cinta liga da minha lingerie. Pus uma maquiagem leve no rosto e um batom vermelho escarlate, além de um salto preto nos pés. Quando apareci na sala de estar ele estava distraído e precisei chamar sua atenção.
— Acho que agora podemos começar... — ele me olha e não consegue disfarçar o desejo em seus olhos. Bingo!
O som já estava ligado e ele estava sentado em meu sofá, me admirando, segurando um copo de vodka na mão. Sirvo uma taça de vinho enquanto ele me observa e caminho em direção a ele sentando em cima do seu colo, o encarando e dando um gole no meu vinho.
— Aurora... — ele diz com nossos rostos próximos.
— Shhh... — digo o beijando.
Johnatan interrompe o beijo e bebe sua vodka de uma só vez e me obriga a fazer o mesmo com o vinho. Logo depois ele me joga no sofá subindo sua mão pela fenda do vestido até minha bunda e percebendo que minha calcinha era fio dental. Ele parece ter enlouquecido ao constatar isso, porque ficamos nuns amassos durante um bom tempo, ele chupando meu pescoço e logo tirando todo o meu vestido me deixando só de lingerie. Ele pareceu deliciosamente satisfeito em ver aquilo, então me pôs sentada no sofá e abriu minhas pernas. Ajoelhado em minha frente, ele acendeu um cigarro, que ao dar o primeiro trago, soprou a fumaça quente na minha vagina antes começar a chupá-la com vontade. Estava uma delícia e eu estava prestes a gozar, quando a porta da minha casa voa repentinamente e eu vejo Luke e Trevor parados na frente da minha porta arrombada.
Puta que me pariu.
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O Erro Que Você Não Consegue Viver Sem
RomantikAurora descobre a traição do marido e decide se divorciar, mas é obrigada a conviver com ele por causa de seu filho. Em meio a tanta mágoa e estresse, ainda pode haver desejo e quem sabe, amor, e Aurora vai ter que lidar com essa tensão todo fim de...