|Narração Jordan|
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Os dias se passaram e com isso a minha amizade com Raquel ia ficando cada dia mais intensa, já a minha amizade com Catarina estava abalada.
Deixamos de fazer muitas coisas juntos, mas ela ainda me procurava, mesmo que eu dissesse que nunca estava disponível.
Sim, eu estava evitando a Catarina, e isso era meio óbvio considerando o que havia acontecido entre nós dois, não estou sabendo lidar com toda essa situação.
— Oi, quer almoçar comigo? — ouvi a voz de Catarina do meu lado, estávamos saindo para almoçar.
— Oi, eu não posso... Vou almoçar com a Raquel! — afirmei mesmo que aquilo não fosse verdade, minha sorte era que a Raquel não estava ali para se desmentir.
— O que está acontecendo Jordan? — cruzou os braços me encarando.
— Como assim? — me fiz de desentendido.
— Você tem me evitado desde que transamos! — disse alto e em bom tom, fomos interrompidos por Raquel, tenho quase certeza que ela ouviu o que a Catarina tinha dito.
— Eu não queria atrapalhar, só vou pegar minhas coisas para ir almoçar... — disse ela completamente sem jeito.
— Eu vou com você. — passei por Catarina a ignorando por completo.
Ela tinha toda a razão, eu estava evitando ela desde o dia que transamos, mas aquilo era estranho para mim, eu preciso de um tempo.
— Almoça comigo? — sussurrei me aproximando de Raquel.
— Claro, eu estava pensando mesmo em almoçar fora, não deixei comida pronta. — sorriu de canto.
Catarina passou por nós dois bufando e eu agradeci imensamente por isso. Não sei de quanto tempo eu preciso, mas no momento eu não quero falar com ela sobre isso.
— Jordan, eu não pude deixar de ouvir o que ela disse... Vocês transaram? — Raquel perguntou sem jeito e eu assenti.
— Foi um erro, acabamos bebendo demais e terminamos a noite juntos, mas o pior de tudo é que eu não lembro de nada. — espremi os olhos.
— Eu sinceramente achei que vocês tinham um lance... — fez uma careta rindo.
— O que? Não... Catarina e eu sempre fomos amigos, tivemos um lance assim que nos conhecemos, mas não foi nada demais, você já conhece essa história. — dei de ombros.
— Conheço, mas quero saber mais dessa parte em que vocês passaram a noite juntos. — disse divertida.
— Te conto tudo no almoço, vamos? — propus e ela assentiu sorrindo.
Saímos juntos do escritório e fomos em direção ao restaurante, Raquel foi dirigindo em seu carro, o caminho todo não tocamos no assunto de Catarina, mas eu sabia que ela não esqueceria tão fácil assim do que ouviu.
Escolhemos um restaurante e chegamos, na entrada fomos bem recepcionados, principalmente pelo fato do recepcionista achar que erámos um casal.
— Bom dia casal, vocês tem alguma preferência de mesa? — indagou com um belo sorriso nos lábios.
— Bom dia, não... Qualquer mesa está bom! — respondi e ele afirmou.
Raquel ficou completamente envergonhada, e eu não a julgo, estávamos parecendo um casal, às pessoas não sabem lidar ainda com o fato de um homem e uma mulher serem amigos.
— Esse lugar parece ser bom. — disse Raquel quebrando o silêncio que havia ficado no ambiente.
— Sim, o que vamos beber? — perguntei animado.
— Água, suco? — indagou óbvia.
— Ah... Não podemos beber álcool no horário de trabalho. — suspirei pegando o cardápio.
— Você está louco para levar uma advertência do chefe, não é? — cerrou os olhos em minha direção.
Não dá mais negar, eu estou muito atraído pela Raquel. Eu quero ficar a todo instante ao seu lado, sem contar a vontade imensa de beija-lá, mas é tudo tão proibido, e talvez seja isso que me instiga cada dia mais.
— O que houve? — perguntei vendo a preocupação no seu olhar assim que ela mexeu no celular.
— O Lucas não pareceu gostar muito de saber que estamos almoçando juntos. — desviou o seu olhar do meu.
— Você contou? — perguntei alarmado.
— Claro, não vi problemas já que eu e você somos apenas amigos. — deu de ombros e isso de certa forma me desanimou.
Raquel só me via como seu amigo.
— É, não vejo nada demais em dois amigos almoçando. — respirei fundo tentando não demonstrar descontentamento.
— Ele anda muito ciumento nos últimos dias, não sei até que ponto isso é bom. — torceu os lábios.
— Já conversaram sobre isso?
— Sim, mas ele diz que só está inseguro por conta da distância...
— Talvez seja isso mesmo, em certos casos a distância atrapalha. — falei de forma compreensiva, afinal esse era o papel do amigo.
— Eu sei, mas não estou dando motivos para ele se sentir inseguro. Estamos longe, mas eu demonstro de todas as formas que quem eu quero é ele! — disse firme.
Não aconselho vocês, caros leitores, a serem amigos de uma pessoa que você está afim, pois tudo o que a pessoa fala em relação a sua vida amorosa, acaba mexendo com você.
— Não quero que você minta para ele, mas talvez omitir que estamos próximos evite brigas desnecessárias, futuramente ele perceberá que somos somente amigos. — por mais que eu quisesse que fôssemos mais que isso.
— Você tem razão. — largou o celular na mesa, deixando seu namorado de lado. — Me conta o rolo com a Catarina, estou muito curiosa.
— Não tem rolo, ela só está fantasiando algo que não deveria ter acontecido. — falei frustrado.
— Mas você não se lembra de nada mesmo? — questionou ela sem entender.
— Nada, é como se não tivesse acontecido nada.
— E quem garante que aconteceu? — arqueou uma sobrancelha.
— Eu acordei nu na cama dela, Catarina estava nua ao meu lado... Nossas roupas estavam espalhadas pelo quarto. A única coisa que me lembro é da gente indo pro seu apartamento bêbados, mas não lembro do sexo. — passei a mão na barba frustrado.
— Isso é muito estranho, pelo menos algumas imagens em sua mente teria que ter, por mais que você estivesse muito bêbado. — afirmou e ela tinha toda a razão.
— Concluo com isso que pode não ter rolado o sexo...
— Mas ela queria que desse a entender que sim. — deu de ombros.
— E porque ela faria isso? Somos amigos. — murmurei sem entender.
— Porque ela é apaixonada por você! — disse com convicção.
— Você não pode estar falando sério... — neguei com a cabeça rindo.
— Nunca pensou do motivo que faz com que ela seja um amor com você, e com o resto das pessoas seja mal humorada e grossa? — perguntou obvia e eu suspirei.
O garçom nos interrompeu para que pudéssemos fazer os nossos pedidos, pedi apenas um suco natural de laranja, o que a Raquel havia me dito estava matutando em minha mente.
Será que a Catarina é apaixonada por mim?
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Amor ao lado
RomanceRaquel era uma mulher cheia de sonhos, que apesar dos tombos que a vida havia lhe dado, ela jamais tirava o sorriso dos seus lábios. Sua insegurança e ansiedade caminhavam ao seu lado desde o amanhecer, mas ela era forte, lutava todos os dias e co...