S/n POV
Mas que caralho! Que porra! Por que esse idiota do Emill tinha que ter voltado para a divisão?
Agora tenho que andar me escondendo pelos corredores do QG, fugindo não só dele, mas como daquela maluca da Lucy, que insiste contar detalhe por detalhe as coisas que sabe sobre mim, e o pior, me jogar para cima daquele ruivo psicopata.
Suspirei pesadamente e finalmente entrei em meu quarto, após me esconder atrás de vasos e armários durante o percurso.
Me joguei na minha cama sentindo o meu corpo todo finalmente descansar.
- S/N! – Hange entra no quarto bruscamente me fazendo pular da cama levando um puta susto.
- QUE CARALHO HANGE QUER ME MATAR DO CORAÇÃO? – Pergunto tentando controlar minha respiração e batimentos.
- Para de ser dramática! Olha só o que eu trouxe. – Ela balançou uma sacola de papel de uma loja de roupas. – Comprei um vestido para você usar essa noite, eu dei uma olhada no seu guarda-roupas, ei ei, não me olha assim, foi por experiência científica. – Ela realmente é fora da caixinha, e quando é que ela entrou aqui? Bom, é a Hange não é? – Continuando... Mulher que merda de vestimentas são essas? Parece até que você foi no mesmo brechó que minha avózinha! – Ela enfiou a mão na sacola e tirou um vestido vermelho cornalina que na minha opinião era apenas um pedaço de pano.
- Ah nem pensar Hange, quero evitar olhares hoje, sem contar que isso ai é vestido de prostituta! – Reclamo e ela revirou os olhos e andou até mim com o vestido.
- Deixa de ser careta, esse vestido é a última moda na cidade, todas as garotas estão usando coisas mais nesse estilo. – Ela explicou e eu apenas neguei novamente.
- Hange, isso daí ta fora de questão, é vulgar demais. – Respondo me levantando e me sentando na penteadeira. – Além do mais, Emill está aqui. – Olho para o espelho. – Já exigiu o meu cumprimento naquela aposta idiota. Tive que inventar que estou com o capitão. – Vejo o queixo dela cair, Hange estava embasbacada.
- O anão nervoso concordou com isso? – Indagou empolgada e me virando para ela. – Me conta detalhe por detalhe sua doida. – Ela chacoalhou meus ombros.
- Calma mulher! Eu vou contar tudo... começou com....
[...]
Pois é amores, Hange Zoe pode ser muito ameaçadora quando quer, e sinceramente, eu criei um novo trauma por conta desse mulher maravilhosa e completamente zureta da cabeça.
Ela conseguiu me convencer a usar aquele vestido idiota, após ameaçar a dar chocolate para o mascote do esquadrão, o pequeno grande Sebastião, o cãozinho de guarda. E sabe o que acontece se cachorros comem chocolate? Eles morrem por envenenamento.
Eu não acho que ela teria coragem de fazer isso, ela ama qualquer criatura viva que não sejam humanos. Mas não iria arriscar a vida do Sebs, afinal estamos falando de Hange Zoe.
Mas ela não contava com minha enorme inteligência em colocar meu sobretudo mais longo, que ia até a metade da panturrilha, o que me dava vários centímetros de roupa e um estilo único de gostosa comportada.
E cá estava a deusa dos mortais, vulgo, eu, sentada como uma verdadeira dama etiquetada na mesa dos superiores, recebendo um olhar de reprovação de minha querida melhor amiga, que parecia querer me esfolar vivinha por ter estragado o look dela.
- Vão me contar o que houve? – Levi se senta entre nós duas com um tom interrogativo. – Hange está tendo um derrame?
- Não, mas a S/n logo logo vai ter um essa ingrata. – Eu dei de ombros e ignorei sua ameaça.
- Você quebrou algum dos brinquedinhos dela? – Questionou Levi com indiferença no seu tom.
Não entendo esse homem, as vezes parece que ele só faz as perguntas por educação, o rosto dele fica sem expressão como se cagasse pra resposta. Ah não ser é claro, quando estava irritado.
- Não sou tão radical a esse ponto. – Respondo e sorrio de lado. – Ela só está brava porque eu consegui contornar o joguinho irritante dela.
- Você é uma péssima amiga, deveria me ouvir as vezes. – Ela disse se fingindo de ofendida e eu revirei os olhos.
- Devo ficar ao lado da S/n nessa Quatro Olhos, porque você calada é uma poeta. – Eu ri com a declaração do capitão.
- Agora que são namoradinhos ficam aí compactuando contra mim. – Ela usou o famoso drama, e eu quase engasguei com o vinho que eu tinha acabado de colocar na boca.
- NAMORADINHOS? – Ouço Jean gritar como aqueles meninos que entraram recentemente na puberdade e não pude evitar rir internamente, ainda mais com a cara que o Eren fez quando a voz dele falhou e pareceu ficar afeminada.
Mas depois me dei conta que eu tava perdidinha, porque ele tinha que passar aqui justo agora?
O salão todo ficou em um silêncio constrangedor e todos nos encaravam fixamente com expressões de pura confusão e surpresa.
- Devia parar de prestar atenção em conversa de adulto, seu fuchiqueiro. – Belisquei seu braço e ele gritou como uma menininha.
- S/n. – Ouço Erwin me repreender e arregalo os olhos me lembrando que o comandante estava aqui.
- Co-co-co... – Só podia ouvir aquela louca da Hange rir.
- Ala, a tenente virou galinha. – Sasha disse começando a gargalhar e todos começaram a rir junto com ela.
- Parece que alguns cadetes querem ficar carpindo quintal no final de semana não é? – Exclamo irritada e eles calaram a boca.
- Namorados? Desde quando essa brincadeira começou? – Ouço Mike perguntar e eu fiquei toda corada. Até ele estava aqui? O que aconteceu? É reunião da divisão e eu não sei?
- E-e-e... – Eu tentava formular uma frase que fosse, mas nada me vinha a mente.
- Recentemente percebemos que temos alguns sentimentos um pelo outro e decidimos ver no que dá. – Levi respondeu com um tom calmo e passivo e eu apenas fiquei chocada pela naturalidade dele. Até eu quase acreditei. – Isso já faz umas duas semanas.
Hange sorriu largamente sabendo de toda a mentira e entrando na nossa onda.
- Isso é verdade tenente? – Sasha perguntou com um tom malicioso.
- Por que eu mentiria sobre isso? Se não fosse por fortes sentimentos, eu jamais me envolveria com essa mulher, ela só dá dor de cabeça. – Levi respondeu por mim com um tom mais elevado. – Agora podemos continuar com essa comemoração fútil e deixar nossa vida pessoal de lado? – Ele questionou sem encarar ninguém. Seu tom era aborrecido, e com certeza eu pagaria mais tarde por ter feito ele falar essas coisas.
Aiaiai, to até prevendo o meu velório.
- Sim, é claro, afinal de contas, estamos celebrando as boas vindas de dois soldados que retornaram ao serviço, e sabemos o quão difícil é termos esse tipo de acontecimento dado a situação que a divisão de reconhecimento está com o reino. – O comandante disse ainda encarando a mim e ao Levi com confusão. – Por favor, bebam e comam o quanto quiserem. – Ele disse agora olhando para todos e eu pude ver os olhos de Sasha brilharem.
- Você me deve muito. – Levi sussurra um pouco próximo ao meu rosto me fazendo corar, ainda mais porque alguns cadetes ainda nos encaravam.
- Me conta uma novidade, eu já te devo tanto que acredito que não tenha mais nada que eu possa fazer pra te pagar. – Respondi também sussurrando e virando meu rosto para ele. Ambos estávamos a centímetros de distância, e aquilo me deu claramente uma sensação de pânico no estômago.
MAS QUEM DISSE QUE EU CONSEGUIA ME AFASTAR? Cê tá aí Deus? Sou eu S/n, e eu estou precisando da sua ajudinha cara.
- Na verdade tem sim. – Ele disse com um sorriso de lado e eu arregalei os olhos já imaginando um monte de saliências. – Não seja fantasiosa pirralha, porra, por que você é assim?
- É meu jeitinho, atura ou surta bebe. – Faço um bico e ele revirou os olhos e se afastou pegando a taça de vinho e levando para a boca.
- O seu jeito é estressante. – Ele disse após dar uma bebericada no líquido.
- Você sempre diz isso. – Me levanto para ir ao banheiro, porém antes que eu pudesse dar três passos, Hange esbarrou comigo ensopando meu sobretudo com uma taça de vinho cheia.
- Opa, foi mal. – Ela se “desculpou" com uma risadinha insuportável e eu me segurei pra não voar no pescoço dessa maluca!
- Hange Margarida Zoe! – Ela arregala os olhos pelo tom assassino que eu usei. – Você tem muita sorte do comandante estar aqui neste momento, pois caso contrario, você estaria estirada no chão com os órgãos fora de seu corpo.
- Ca-calma ae S/n, olha, tira esse sobretudo que eu mesma vou lavar pra você. – Eu respirei fundo tirando aquela peça que impedia a minha vergonha e também a morte do meu querido Sebs e voltei a me sentar rápido ao lado de Levi para que ninguém reparasse muito nesse vestido vulgar do caralho.
Pode não parecer, mas eu sou tímida tá?
- Por que você não troca esse vestido? – Levi questionou me olhando de canto dos olhos.
Eu corei e olhei para mim mesma sentindo vontade de morrer.
- Tá ridículo né? Eu sabia, mas a Hange me forçou a usar essa merda. – Eu digo tampando minha própria cara.
- Não está ridículo, porém chama muita atenção. – Ele disse com um tom sério e eu o encarei confusa. – Vai trocar logo essa merda.
O capitão estava bravo.
- Por que está irritado? – Indaguei totalmente lelé da cuca já.
- Porque está todo mundo olhando pra você e isso é ridículo. – Eu olhei para as mesas dos cadetes e de fato, todos me encaravam boquiabertos.
- Não seja grosso Levi. – Hange disse voltando a mesa. – Eu sei que isso é ciúmes.
- Cale a boca Quatro Olhos, você não tem vergonha na cara de se aproveitar do fato da S/n ser ingênua? – Ele estava muito irritado e isso era muito claro, tanto que o sorriso no rosto de Hange se desfez num instante.
MAS ESPERA, EU INGÊNUA?
- Anãozinho eu não estava me apro....
- Hange, melhor você...
- Estava sim, você vive fazendo isso, eu sei que pra você é tudo uma grande piada, mas apesar de ela estar bonita com essa roupa, ela está desconfortável. – Ele se levantou e tirou o próprio smoking e me estendeu a mão. – Vamos, já chega dessa palhaçada. – Eu segurei sua mão e ele colocou o smoking em meus ombros e se virou para o comandante. – Erwin, eu fiz o meu máximo, agora é com você. – Aposto que ele se referia a ficar na comemoração.
[...]
Dia seguinte...
No dia seguinte eu acordei um pouco mais tarde, me dei esse privilégio depois de ter ficado tarde da noite pensando sobre o que aconteceu ontem a noite.
Levi sempre ficava irritado com as coisas que a Hange fazia, mas nunca deu muita atenção pra elas, só deixava a mulher fazer o que ela queria, contanto que isso não o envolvesse.
O mais estranho ainda, foi ele me deixando as pressas em frente ao meu quarto, ele parecia nervoso e um tanto quanto assombrado com algo. Eu fiquei mais confusa que cego em tiroteio, confesso.
Mas cá estou euzinha, aproveitando que meu capitão foi a cidade resolver uns paranaue me preparando para o salvamento de alguns suínos.
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A maluca da minha Tenente - Imagine Levi Ackerman
FanficEla era doida, muito jovem para uma tenente, gostava de aprontar muitas pegadinhas com seus superiores e em especial com ele. Levi sentia seus nervos fervendo em ter que lidar com aquela "pirralha" de 26 anos de idade, ela era um ser desatento, hab...