Hidden World - Isaac Lahey

Prólogo

                 08 de novembro, 2012

Na maioria das vezes sonhos são vistos como uma esperança, mas não na minha vida , já que aparentemente todos os meus sonhos se transformavam em pesadelos vividos. Eu sentia que estava enlouquecendo, após tudo que havia presenciado não achava que nada mais poderia me amedrontar, mas eu estava completamente errada e a nuvem negra que me perseguia era a prova do meu tormento.

— Vamos lá Lorelai, quero saber o que se lembra daquela noite.

O Doutor Valank me questionou pela milésima vez. Fecho os olhos me recordando da forte tempestade que ocorria naquela noite, onde tudo pareceu começar a desmoronar, os gritos das pessoas que eu amava ainda eram capazes de me causar calafrios, eu tentei alertar a todos o que estava prestes acontecer, mas ninguém acreditou que as minhas visões fosse de fato real e em vez disso decidiram me internar.

— É Rory – Sussurrei mordiscando os meus próprios lábios com força o fazendo sangrar novamente, sinto o gosto metálico em minha língua, o mesmo gosto que sentia todas as noites em que acabava adormecendo.

— Como? – Questionou o psiquiatra.

— Gosto que me chamem de Rory. – Completei retornando a abrir os meus olhos, sabendo que este apelido foi escolhido pela a minha mãe.

— O que aconteceu aquela noite Rory? O que você viu? – Perguntou novamente.

A essa altura minha respiração já se encontrava descompensada, eu sentia vontade de arrancar a minha própria cabeça, somente para fazê-lo parar de sussurrar em meus pensamentos e me mostrar quem estava prestes a se machucar.

— O que aconteceu com o bebê Rory? – Sua pergunta me fez Instintivamente desviar o olhar para os seus olhos. — Você se culpa pelo acidente?

Meu olhar pairou sobre a minha barriga, minha alma se encontrava vazia desde que acabei causando a morte do meu próprio filho, jamais seria capaz de me perdoar por ter ignorado todos os sinais, eu havia prometido que o protegeria com a minha vida se fosse necessário e mais uma vez falhei.

Eu não dormia a praticamente uma semana, nem se quer imaginava como o meu corpo estava se mantendo de pé, tudo por que sabia que ao me permitir adormecer tudo aquilo que eu sonhar irá acabar ocorrendo, justamente todos os pesadelos que tento evitar que ocorra, está foi a única maneira que eu encontrei de ajudar aqueles que amava e dessa vez não pretendia falhar.

— Não pude protege-lo. – Sussurrei engolindo o nó que se formou em minha garganta, eu já não tinha mais Lágrimas para derramar perante a realidade que enfrentava. — Se eu tivesse ouvido os meus sonhos, ele ainda estaria aqui – Acariciei a minha própria barriga por cima do tecido da camisa, desejando voltar a ouvir o som de seus batimentos cardíacos, sabendo que jamais voltaria a me sentir completa novamente.

— O que você viu em seus sonhos Rory? – Suas perguntas estava começando a fazer a minha cabeça latejar, eu não queria tem que reviver aquela trágica noite, onde perdir mais do que meu filho.

— Eu quero ver o meu irmão, você disse que iria me deixar vê-lo. – Ignoro as suas tentativas de tentar me diagnosticar, sabia que também não iria acreditar em mim e provavelmente seria considerada incapaz de voltar a viver em sociedade. — Eu preciso ver o Stiles, você não entende, ele vai voltar e eu preciso alerta-lo.

— Quem vai voltar Rory? 

— Void – Ditar o nome do desgraçado que arruinou a minha vida novamente me deixava desnorteada.

— Void não existe Rory, foi criado por você, pra tentar culpar outro alguém pela a morte de seu filho.

Uma espécie de alarme é acionado no instante em que me levanto, desejando pular em cima deste médico infeliz que não compreendia que vidas estava em jogos, sinto o meu corpo ser puxado para atrás impedindo que avançasse no Valank, começo a me debater tentando me livrar das mãos dos enfermeiros.

— PRECISO VER STILES, PRECISO FALAR COM O MEU IRMÃO. – Grito dando um chute no enfermeiro, mas não tinha forças o suficiente pra competir contra os três que me encurralava contra parede, sentir o meu braço formigar indicando que eles havia acabado de aplicar um tranquilizante. — Não, não eu não posso dormir, por favor ele irá voltar em meus sonhos, não posso dormir.