Era o dia que eu esperava. Bem, não como esperava. Havíamos ter que ensaiar para a peça pela primeira vez.
Minha cabeça girava.
Não sabia o que pensar.
Os últimos dias se passaram muito rapidamente, nem eu esperava que tantas coisas acontecessem.
Queria descansar, mas meus olhos ardiam quando lhes fechava.
Havia certeza que podiam ver minha olheira de longe. Sentia a distância o cheiro de queijo pelo corredor.
Estavam todos lá.
Até a professora Manser, a senhora de que esperava ter uns 81 anos. Atual professora substituta de teatro.
A senhora de olhos castanhos olhavam todos de cima para baixo.
Pegou então um pedaço de papel em sua mão, se virando a todos.
Com um beiço papento, a senhora Resmungou "se preparem para a aula", bateu então seus sapatos de couro no chão.
E correu direto a sala de teatro.
O chamado "Studio" embora, seja bem mais uma sala empoeirada. Era repleto de ratos, tentei não vomitar.
Mas, lembrar do pouco tempo que passaria dentro da sala me ajudou.
As garotas foram chamadas para vestir os trajes. Eu fiz o mesmo. E conheço que achei bem agradável a minha roupa de árvore.
Sabia muito bem que era o meu papel exemplo. Uma árvore. Embora quisesse algo mais em destaque, estava animada.
Quem queria morrer era Luke.
Conseguia ouvir seus gritos ecoarem do banheiro masculino.
Sabia que o garoto iria surtar. Tinha certeza absoluta. Ele queria um papel em destaque.
A dias vem falando disso e quando perdeu o papel que tanto almejava, quase chorou durante 24 horas nos últimos dias.
Para evitar que continuasse, segui meu caminho e entrei no vestiário dos meninos.
Todos estavam lá. E como se eu fosse uma abusadora, todos se viraram rapidamente para mim.
— Olha só — o tom sarcástico me deu um arrepio — pernas de surfista.
Sabia que era ele. Mas, me virar não parecia algo importante.
Quando pensei em lhe responder. Marcley saiu de sua cabine. Acabei soltando uma risada alta.
Estava de lorde. Até usava uma capa.
O garoto fez o mesmo. Pensar em seu nome me incomodava até a sua voz me irritava.
— Não tem tanta graça, qual é — Marcley fechou a cara, nos olhando rapidamente. Mas, seus olhos se viraram aos meus e um sorriso apareceu em seu rosto.
Me animei. Vendo seu olhar para mim. Eu sabia disso, eu sentia algo por ele. Eu gostava dele e ele de mim.
— Bem, espero que tenha vindo me ver — O garoto de olhos azuis abriu um sorriso largo.
— É claro — Minha voz trêmula, mas depois apontei para a cabine de Luke.
— Ah, vejo que não foi dessa vez. Orem — O garoto fechou seu sorriso, e entrou novamente em sua cabine.
Eu me dirigi então à onde estava Luke. O garoto gritou quando bati para que ele abrisse, não funcionou de primeira. Mas, gritando e lhe xingando, o garoto abriu.
Seus olhos estavam frouxos. E eu jurava que caso não fosse eu ele chegava aos tapas a qualquer um que abrisse a porta de sua cabine.
— Oi — Resmungou.
— Nem vem, "oiiiiii" — Retruquei. Fiz a pior cara que pude, mas o garoto fez o mesmo.
— Não posso mais ficar em paz?
— Não se continuar gritando assim, você está louco? Luke, se Manser te pegar ela te quebra.
— A velha? De tipo 98 anos? — claramente ele iria rir da minha cara.
— Não exagera, ela deve ter uns 56. Não deve ser tão, tão velha.
— Não né, só falta ela cair de boca no caixão — Consegui ouvir Marcley rir da outra cabine. Ele estava ouvindo?
— Qual é, até você? — o riso parou, mas Luke me olhou estressado.
— Não enche, vamos fazer assim. Árvore — Ele estava sendo grosso comigo? — Você não é importante, só saia da cabine dos garotos. Tenho mais do que fazer.
— Ok, então — devo admitir que havia me incomodado com o que ele disse. Mas, segui em frente e me apresentei ao Studio de Manser.
Estavam todos lá. E começar o ensaio me animou.
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O Dia Perfeito
Ficção AdolescenteOrem muda de opinião em seu novo ano ao encontrar um lindo garoto encapuzado. Por vez as dúvidas de Luke trazem ênfase ás ações de sua amiga.