Missão Betty Boop

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Quando Sana declarou guerra, sequer cogitei estar realmente pisando em um campo minado.

Assim que cheguei à escola, fui cordialmente acolhida por um bando de garotas enormes, quais me arrastaram até as laterais do campo, na tentativa quase perfeita de me arremessar dentro do sexto de bolas de vôlei. Não virei um estrume porque Park Jihyo, presidente do conselho, ralhou impetuosamente as garotas antes que algo fosse feito. Sete e meia da manhã. Minha nuca estava pingando suor, os fios desgrenhados aparentes e a roupa deveras torta. Desleixo, e diga-se de passagem estava parecendo uma viciada ofegante.

— Preciso colocar uma escolta policial para você em! — Empurrando meu ombro levemente, Jihyo brincou. Andávamos lado a lado.

Sana e Jihyo assim como eu e Chaeyoung são amigas desde do maternal. Sempre foi além da compreensão a amizade entre elas e isso é algo que jamais entenderei. Jihyo é uma garota legal, astuta e muito justa. Era como se ambas estivessem orbitando em planetas opostos, que esperavam chocar-se para moldar uma das mais puras amizades.

— Um exército seria mais adequado. —Murmurei, abrindo nossa passagem para adentrar na sala de aula.

— Dahyun.— Jihyo barrou minha entrada, olhando nos fundos dos meus olhos. Tô nervosa. — Eu compreendo todo seu ódio pela Sana, sei que ela mágoa muitas vezes. Só te peço pacientemente para que não a afaste.

Absoluto constrangimento. O rosto empoderado da líder refletiu suas mais sinceras palavras, expondo pensamentos silenciosos. Será que tomei os remédios de vovó no café da manhã?!

Park respirou fundo, entrando na sala enquanto eu mantinha minha análise investigativa. Na noite passada, nossa pequena discussão foi tão comum como às outras. É quase nula a chance de Sana ter arrependido de suas palavras, seja lá o que tenha dito à Jihyo, pagou-me de supresa, pois nunca troquei palavras com Park tão diretamente.

Não a afaste?

Isso martelou minha mente. Completo vazio consumia meus pensamentos e tudo que mais ansiava era compreender Sana e seu redor. Dentre todos os livros que já li, e os poemas que recitei, Minatozaki escrevia linhas inacabadas, deixando um mar solitário cobrir suas sensações genuínas que acredito estarem lá esperando serem desafogadas daquele breu silencioso. Talvez essa pessoa fosse Jihyo. E tornar de fácil compreensão sua atitude inexplicável.

Sentei na carteira rabiscada com alguns desenhos aleatórios quais fiz durante as aulas de álgebra, e a figura de Betty Boop atiçou minhas lembranças naquela que desde de ontem foi ignorada. Trêmula saquei meu velho celular,dedilhando desesperada atrás do contato, ampliando sua última fotografia atrás das respostas que se projetavam em minha mente. Bingo! Peguei você. Aos devaneios delirantes acabei sem nem ao menos perceber desenhar uma pista importantíssima da figura misteriosa. Sua capinha era roxa, com um desenho da Betty Boop.

Comecei a sorrir esperançosa, glorificando mentalmente minha astúcia e sabedoria desumana. Não é grande descoberta, entretanto se eu conseguisse ver o celular de cada uma das líderes, chegaria até ela provando o quão capaz eu sou para Minatozaki.

Comecei esboçar uma lista, dos nomes quais eu lembrava, claro que ocultei Sana. Nunca cogitaria uma barbaridade dessas.

É esquisito cometer tal atitude, bisbilhotar como uma maníaca cada uma delas atrás do celular é realmente humilhante. Mas não vou parar de procurá-la, mesmo que eu falhe, tentarei descobrir sua real identidade, porque sinto sua necessidade clamar por isso. E minha curiosidade também.

Vovó: [anexo] Olha tá lindo .

Foto de um pano de prato. UM PANO DE PRATO!

Tá lindo sim vó.

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