Churros de Morango - Parte 2

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— Você atropelou a Dahyun?! — Jeongyeon apontou seu indicador em minha direção, com um leve toque de julgamento analítico . — Como não enxergou esse Edward Cullen no meio da rua?!

Hoje fui humilhada de tantas maneiras que mesmo escrevendo uma carta aberta de suicídio não supriria meus mais sinceros sentimentos. Apesar da dor, neguei-me a ficar próxima de Sana, minhas alucinações pela pancada na cabeça causaram pensamentos malignos sobre estar achando Tozaki excessivamente bonita naquele vestido branco, que claramente é efeito colateral.

Chaeyoung estava intrigada, mas assim como Tzuyu mantiveram-se quietas esperando o momento certo de alfinetar suposições impossíveis sobre nós duas. Por outro lado, a militante Yoo parecia desacreditar que fui atropelada, a preocupação exagerada estava na verdade centralizada apenas para compreender como Sana não me viu, já que em sua idiotice literária afirma que sou uma Cullen.

Antes fosse. Eu chuparia Sana sem dúvidas.

Chupar sangue! SANGUE! Não pense asneiras.

Sinceramente.. meu sofrimento nunca tem fim.

Eu deveria estar brava, ou pedindo para Jeongyeon atender os clientes ocupando sua matraca, mas meu foco estava nela, e em como Minatozaki parecia deslumbrada ao ver Tzuyu trabalhar no churros. Meu santo Deus, não é possível que essa garota seja abundantemente rica à ponto de nunca ter provado um churros. Será que Sana sabe da existência da salsicha? Macarrão se salsicha?

— Eu enxerguei mas quis passar em cima mesmo assim. — Sana deu de ombros. Como a conheço, não estranhava seu humor ácido, entretanto Jeongyeon ficou pálida, quase chegando ao meu tom de vampiro. — Calma é brincadeira!

— Que tal Sana sair e eu voltar trabalhar?!— Puxei delicadamente um dos pulsos finos da japonesa, à trazendo para saída. Estava nítido meu duplo sentido em exortar sua presença sutilmente.

Agora que finalmente consegui abafar o Twitter humano, fui guiando Sana para fora, mas antes que eu pudesse finalmente me ver livre da peçonhenta, ela fincou seus pés, endurecendo todo corpo para manter-se dentro da tenda. Arquejei de raiva, questionando sua atitude apenas com o olhar.

— Você prometeu que ficaria comigo até o final da noite. — Ela deu ênfase exagerado na segunda palavra.

Perda de memória não é algo que me atinge, infelizmente, mas posso jurar sobre joelhos que Sana havia dito; Promete me mostrar tudo até o fim da noite? E não; Promete ficar comigo até o fim da noite? São sentidos opostos, ela estava me encurralando em sua jaula de confusões como sempre.

— Eu vou te mostrar. Mas não agora. — Corrigi. Ela cruzou os braços, seu rosto esboçou um ligeiro desdém. — Minha querida, eu preciso trabalhar.

— Eu sei. — Sana retirou sua bolsinha transversal da prada ( insultando minha existência à chamando de pobre em cinquenta línguas diferentes) deixando-a perto do meu avental, qual foi puxado para si juntamente com as luvas. Só falta ela dizer que vai ajudar. — Eu vou ajudar.

— Sana. Como diabos você vai aju...

Shhh. — Fui interrompida subitamente. Ela fez Shh pra mim?! — Vai ser divertido!

Sana correu como uma criança espoleta até estar diante a máquina de recheios. Tzuyu observou a cena carregada de deboche e engoli o riso quando Minatozaki devolveu na mesma moeda ainda com mais intensidade. Chou resolveu cuidar da fritura, então me desloquei para frente de Sana, vestindo as luvas de plástico enquanto amarrava o avental azul marinho reserva que estava jogado sobre a bolsa de Yoo, ignorando completamente o olhar pidão da abelha rainha.

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