Foto para vovó

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— KIM DAHYUN.

Ótimo. Vou ignorar.

Deixei-me apertar desesperadamente o teclado abaixo dos meus dedos suados, sentia cada gotícula de sour escorrer pelo corpo e o nervosismo por estar perdendo a terceira partida consecutiva estava deixando meu ego extremamente ferido. Mexi o mouse tentando fugir daqueles ataques de tiros seqüenciais mas foi inútil, ainda mais quando senti um enorme tapa estralado em minha nuca. O headset voou para meus olhos impossibilitando minha visão e em segundos o enorme dead apareceu no monitor, novamente.

— Pausa essa porra!

Olhei assustada para minha vó, eu não sabia como reagir diante sua expressão extremamente zangada, e principalmente por escutar seu xingamento. Retirei o fone e virei a cadeira até estar devidamente no campo de visão da velha. Empurrei a armação de meu óculos que estava na beira no nariz esperando uma explicação plausível para a agressão nada sútil. Ela estava um tanto mais alta que eu, aquela era única maneira de deixá-la maior, mas confesso, isso me deixou alarmada.

— A senhora está bem? — Perguntei amedrontada.

A vovó Kim, foi quem me criou, durante dezessete anos. Ela tinha cabelos grisalhos, um cheiro fresco de pão e usava ridículos vestidos floridos todo santo dia. Talvez aquilo fosse uma identidade visual para velhos, já que todas as senhoras da rua se vestiam como um xerox sem fim. Além de seu peculiar cheiro e estilo, vovó também é apaixonada por plantas. Cuida delas como se fossem bebês recém-nascidos, inclusive as tem como prioridade. Lembro muito bem do dia que o terraço pegou fogo e enquanto ela salvava as plantas eu tossia em desespero por ajuda. No final das contas tive que carregar todos os vasos porque diz ela ser muito velha para trabalhos manuais. O que é mentira. Vovó tem uma saúde de ferro e já chegou carregar um botijão de gás nos braços.

— Me explique que putaria é isso sua micróbio do caralho!

De imediato não entendi. E fiquei ainda mais confusa quando ela estranhamente mexeu no celular com o dedo indicador. Sua feição se contorceu e seja la que estava vendo parecia desagradável.

No segundo seguinte meu cérebro entrou em pânico. Tentei ao máximo não ruborizar mas minhas bochechas pareciam dois tomates. Vovó praticamente fundiu seu celular em meus olhos obrigando aquela foto ficar tão perto que comecei pingar feito porco.

Um semi nude. Uma garota havia enviado fotos provocantes para minha vó em meu nome.

Mesmo que fosse constrangedor, meus olhos estavam vidrados naquele corpo esbelto, nas curvas de sua cintura e no vale do paraíso que são seus seios. Eu não conseguia ver seu rosto, apenas a boca saliente estava amostra junto os cabelos castanhos ondulados. Reparei nas mãos firmes que seguravam o tecido da calcinha, a puxando para o lado, e foi a pior decisão que tomei. Vendo meus olhos se perdem naquele lugarzinho sabor bic Mac , vovó tirou o celular, mostrando toda sua indignação.

— O que tem a dizer sobre essa pouca vergonha na cara?! — Vovó esperou de braços cruzados. Poxa não custava nada ela deixar eu ver mais um pouquinho. — Vamos Dahyun!

Ergui as sobrancelhas curiosa, eu estava namorando com alguém? Que eu saiba não. Olhei a fisionomia nervosa de vovó, tentando procurar palavras certas para defender o meu da reta. Consegui? Também não.

— Ela é uma grande gostosa....?! — Assinei meu óbito.

Vovó arregalou tanto os olhos que eles quase saltaram para fora. Eu levantei da cadeira para correr mas sua mão puxou meu moletom, enquanto a outra tirava aquele objeto do demônio de seus pés. O chinelo vagabundo e rosa começou a marcar minhas costas sem piedade, eu gritei e murmurei por perdão mas ela acertava em quase todo meu corpo aquela arma letal de aniquilação.

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