Cebola e Ódio

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KIM DAHYUN

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KIM DAHYUN

Sana é uma mulher perigosa.

E devido às circunstâncias que eu nos coloquei diria que realmente corria perigo de morte. Depois da tentativa falha de encurralar ela na sala e quase acontecer um beijo, sair correndo não foi nem de longe a melhor opção. Precisei aquietar à ansiedade o restante do dia, esquecendo a sensação mínima que foi ter seus lábios raspando aos meus. Estava esgotada por aprovar tamanha imaginação, não conseguia engrenar às informações, era como se uma boa parte de mim ficasse presa naquela atmosfera, no poema que somos quando estamos fora das sombras.

Merda!

É exaustivo repetir tantas vezes, mas eu não gosto dela. Sana sempre me machucou, de alguma forma suas atitudes já foram motivos doloridos de choro compulsivo. E agora, estava à desejando. Naqueles poucos minutos pude observá-la tão serena, sem receios de esconder o quão linda ela é aos meus olhos. Não era para isso acontecer, eu não deveria pensar assim de Sana.

Seu pedido de desculpas foi estranho. Talvez ela tenha dificuldades de expressar-se, mas devo confessar, depois de anos, aquele mínimo gesto foi responsável por mostrar que Sana não é inteiramente uma vadia vazia.

Eu sei, sou idiota. Ela já arruinou minha vida impiedosamente, e estou aqui igual cadela elogiando sua primeira ação humana . Preciso de tratamento psicológico. Urgente.

Contrapartida, resolvi colocar um fim definitivo naquela garota. Corrigindo-me, eu perguntaria sutilmente a Miyeon sobre o celular, e caso minha teoria estivesse certa, nosso relacionamento se encaminharia normalmente, apenas acrescentaria que sou ciente de sua face desconhecida.

No momento, eu observava o grande crânio de Im Nayeon, com a típica inclinação postural 105º graus da coluna torta. Ela estava sentada quatro carteiras à frente, mexendo no celular e mostrando total desinteresse pela atividade de física. Normalmente eu sequer à encrava, já que no ano passado ela quase arrancou meus cabelos na mão depois de chamá-la de coelho satanista. Acredite, os dentes fofos e avantajados de Nayeon  tornam-se a mais terrível presa quando entram em contato com sua pele. Entretanto, hoje infelizmente preciso de informações sobre Miyeon, e a única líder qual posso sair viva ( não tão viva) é ela.

Levantei com receio, olhei para o caderno de Chaeyoung, ela desenhava dois pares de seios, Mina que estava na outra fileira, observava os traços com pavor. Tzuyu dormia, escorrendo aquele líquido viscoso. Andei com a cadeira em mãos, sentando inesperadamente ao lado da coelha.

— Que merda ?! — Nayeon deixou seu celular sobre a carteira assustada. — Pode sair do meu lado branca corcunda.

Dei-me paciência para aguentar!

— Calma! — Murmurei baixo. Ela franziu com força seu nariz, estranhei tal atitude, levantei o braço direito cheirando a extremidade sentindo o leve aroma de hortelã e.. morango? Cheirosa. Muito cheirosa.

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